Em maio de 2021 conhecemos Goiás do jeito que mais gostamos: caminhando. Escolhemos o Caminho de Cora Coralina, um percurso razoavelmente novo, criado em 2018, que percorre 300 km no cerrado goiano, passando por 6 cidades e 8 povoados.

Fizemos o caminho em 15 dias de muito Sol, calor e secura. Vimos muitas aves, muito milho, muito gado, alguns macacos, bananas, abacaxis, cobras… Madrugamos quase todos os dias e caminhamos sem parar por muita terra, casas rurais e fazendas. Dormimos em casa de apoiadores, pousadas, estâncias, e até em hotel com piscina. E sobretudo, passamos muito calor.
Você também ler os detalhes de nossa caminhada em “Caminho de Cora Coralina – relato do dia a dia“. Ou pode assistir em nosso canal do YouTube:
O objetivo deste relato é compartilhar um pouco do nosso Caminho de Cora Coralina, e tentar ajudar os próximos caminhantes.
Este post está organizado na seguinte ordem:
- O Caminho
- Como chegamos
- Trechos
- Época do ano
- Nosso Caminho
- Fauna
- Preparo Físico
- Hospedagem
- Apoio e Agências
- Mochila
- Alimentação
- Passaporte
- Custos
- Considerações Finais
- Outras Fontes
- Valeu?
O CAMINHO
Esta rota foi idealizada em 2013, de forma independente pelo Bismarque, morador do Sítio Lavrinhas em Goiás. A rota foi traçada com base em relatos de antigos exploradores da região, que viveram em séculos passados. Em 2017 o caminho foi retomado com ajuda do governo, e em 2018 foi inaugurado como uma homenagem à poetisa goiana Cora Coralina.
Durante todo o caminho há placas com frases, algumas bem impactantes, da famosa escritora. Pena que vi uma placa pichada (um absurdo), outras caídas no chão e muitas judiadas pela ação do Sol. Espero que consigam continuar com a manutenção das placas. Eu li todas elas, e gostei muito.

O caminho de 300 km passa por 6 cidades, 8 povoados e 3 unidades de conservação. Tudo começa em Corumbá de Goiás, distante a 113 km de Goiânia e a 115 km de Brasília. E termina na cidade de Goiás, antiga capital do estado e carinhosamente conhecida como Goiás Velho.

Abaixo seguem os pontos por onde o caminho passa. Para definir a quilometragem considerei o tracklog “Caminho de Cora Coralina – Via Parque dos Pirineus Atualizado 30.06.2021”, disponibilizado no site oficial do caminho:
- km 0: cidade de Corumbá de Goiás
- km 14: atrativo natural Salto de Corumbá (próximo da cidade Cocalzinho de Goiás)
- km 27: Parque Estadual da Serra dos Pirineus
- Km 50: cidade de Pirenópolis
- km 79: povoado de Caxambu (cidade Pirenópolis)
- km 96: povoado de Radiolândia (cidade Pirenópolis)
- km 123: cidade de São Francisco de Goiás
- km 156: Parque Estadual da Serra do Jaraguá
- km 162: cidade de Jaraguá
- km 179: povoado de Vila Aparecida (cidade Jaraguá)
- km 189: povoado de Alvelândia (cidade Jaraguá)
- km 194: povoado de Palestina (cidade Jaraguá)
- km 209: cidade de Itaguari
- km 236: povoado de São Benedito (cidade Itaberaí)
- km 258: povoado de Calcilândia (cidade de Goiás)
- km 289: antigo povoado de Ferreiro (cidade de Goiás)
- km 291: Área de Proteção Ambiental Dr Sulivan Silvestre – Serra Dourada
- km 295: cidade de Goiás
No momento que escrevo este post, em setembro de 2021, o site oficial do Caminho de Cora Coralina define o caminho como “uma trilha de longo curso, com mais de 300 quilômetros de extensão, que liga cidades turísticas goianas.” Particularmente acho que esta definição está equivocada, pois nós mal caminhamos em trilhas. Na maior parte do tempo estávamos em estradas rurais de terra. De qualquer modo o Caminho de Cora Coralina foi incorporado pela Rede Brasileira de Trilhas de Longo Curso.

MODAL
Devido a alguns trechos de trilha, principalmente no início e fim do caminho, não é possível percorrê-lo em veículos. O caminho foi projetado para ser realizado a pé e de bicicleta. Ouso dizer que seu maior público é o ciclista. O caminho não tem muitas subidas e descidas, e nos finais de semana vi muita gente de bike. Na época que percorremos o caminho, em maio de 2021, não cruzamos com nenhum caminhante durante todo o percurso.
AS ROTAS
Como assim rotas?! O caminho não é um só?
O caminho é um só. Mas, todavia, porém, entretanto pode haver alguns percalços no caminho, como por exemplo, alguma unidade de conservação estar fechada. O que foi o nosso caso…snif, snif… Quando iniciamos o caminho, o Parque Estadual da Serra dos Pirineus estava fechado, e tivemos que fazer uma rota alternativa.
Resumindo eu já vi 3 rotas do Caminho de Cora Coralina:
- Caminho Via Parque Pirineus: caminho completo, disponível no site Oficial do Caminho
- Caminho Via UniEvangelica: foi o que percorremos, desviando do Parque Pirineus, disponível em 2021 no site Oficial do Caminho
- Caminho Via Vendinha: desviando da BR 414 e do Parque Pirineus, disponível no Wikiloc
Os organizadores do caminho estão sempre atualizando o tracklog, então antes de iniciar a caminhada é sempre bom salvar o arquivo mais atualizado do site oficial.
SINALIZAÇÃO
Vi as seguintes sinalizações durante o caminho:
- Pegadas amarelas e pretas, que é a sinalização oficial do caminho padronizadas com a Rede Brasileira de Trilhas de Longo Curso.
- Placas brancas e verdes, que acredito que são mais antigas, mas está valendo.
- Placas com as frases de Cora Coralina, que além de citar poemas, também informam onde você está no caminho.
- Placas informativas localizadas nos povoados, com mapa e detalhes do trecho.

O caminho é todo sinalizado?
Na época que caminhamos havia algumas falhas na sinalização. Pelo que entendi é proibido desenhar simples setas como sinalização, então a manutenção da trilha fica na responsabilidade somente de quem tem acesso às pegadas oficiais. E estou desconfiada que eles não estavam dando conta…

As falhas na sinalização foram tão significantes para nós, que chegamos a perder o caminho e caminhar 3 km a mais. Estava um calor infernal e um Sol de rachar a cuca. Pensa na alegria do momento… Só percebi que estava fora pois parei para conferir o tracklog no celular. Salve o tracklog!! Não saia sem ele, e de tempos em tempos, sempre dê uma conferida.
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COMO CHEGAMOS
Para nós, tudo começou na capital do Brasil, em Brasília, onde fomos de ônibus para a cidade de Corumbá de Goiás. Saímos da Rodoviária Interestadual em Brasília, pela viação Goianesia às 14 horas, e depois de 2h40min de viagem chegamos em Corumbá de Goiás.
Mas aproveitando que estou caprichando no post. Segue mais detalhado como chegar de ônibus, nas principais cidades do Caminho de Cora Coralina, partindo de Brasília ou Goiânia:
Corumbá de Goiás
saídas de Brasília: 7:30 e 14:00 (Viação Goianesia)
Cocalzinho de Goiás
saídas de Brasília: 7:30 e 14:00 (Viação Goianesia)
Pirenópolis
saídas de Brasília: 7:30 e 14:00 (Viação Goianesia)
São Francisco de Goiás
saídas de Goiânia: 9:00, 13:00, 17:00 (Viação Goianesia) e 8:00, 11:00 (Expresso Marly)
Jaraguá
saídas de Brasília: 7:30, 14:00 (Viação Goianesia) e 15:00 (Real Sul Turismo)
saídas de Goiânia: 9:00, 13:00 e 17:00 (Viação Goianesia)
Itaguari
saídas de Brasília: 7:30 e 14:00 (Viação Goianesia)
Goiás
saídas de Brasília: 19:00 no sábado (Expresso Transporte)
saídas de Goiânia: 6:30, 8:00, 10:00, 13:00, 14:00, 18:00, 20:00 (Expresso Moreira)
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TRECHOS
SENTIDO
Oficialmente o Caminho de Cora Coralina começa em Corumbá de Goiás e termina na cidade de Goiás, mas é possível percorrê-lo nos dois sentidos. Fizemos o sentido recomendado que é do Leste (Corumbá de Goiás) para Oeste (cidade de Goiás), e desse modo o Sol sempre ficava nas nossas costas durante o período da manhã, que é quando mais caminhávamos.

TRECHOS OFICIAIS
Segundo o site oficial, o caminho é dividido em 13 trechos:
- Corumbá de Goiás – Salto de Corumbá
- Salto de Corumbá – Pico dos Pireneus
- Pico dos Pireneus – Pirenópolis
- Pirenópolis – Caxambu
- Caxambu – Radiolândia
- Radiolândia – São Francisco de Goiás
- São Francisco de Goiás – Jaraguá
- Jaraguá – Vila Aparecida
- Vila Aparecida – Itaguari
- Itaguari – São Benedito
- São Benedito – Calcilândia
- Calcilândia – Ferreiro
- Ferreiro – Goiás
Quando fui me planejar para fazer o caminho fiquei bem confusa com essa divisão. Isso porque alguns trechos não terminam em hospedagem. Pelo site oficial não dava para saber ao certo onde ficava cada hospedagem, e quantos km seriam de uma hospedagem para outra. Também não havia muitos relatos na web, então tive um trabalhão para ver no Google Maps onde ficava cada lugar. E para piorar fiz isso na tela do celular, pois não tinha um computador disponível naquele momento.
Além disso, havia um trecho surreal de 38,5 km (trecho 7, São Francisco de Goiás até Jaraguá), que é totalmente desnecessário realizá-lo em um único dia, podendo facilmente ser dividido em dois. E para piorar, a hospedagem em Jaraguá fica a uns 2 km fora do caminho, ou seja, quem usar somente as informações do site vai acabar caminhando um pouco a mais do que imaginava.
Pra quem não conhece a região e está se planejando, acaba perdendo um pouco mais de tempo para entender tudo. E confesso que eu não sou muito de planejar, então achei bem chato isso… Não sei se para os ciclistas essa divisão oficial faz mais sentido, mas para mim foi um pouco confuso.
OS NOSSO TRECHOS
Considerando que cada trecho corresponde a um dia de caminhada, abaixo segue na prática o que fizemos durante nossa jornada, com algumas observações:
Trecho 1
· Percurso: Corumbá de Goiás → Salto de Corumbá
· Início: Pousada do Gaúcho
· Fim: Acampamento El Rancho
· Total: 19 km
· Observações: Na margem da BR 414, depois de 14,5 km de caminhada após Corumbá, há uma lanchonete.
Trecho 2
· Percurso: Salto de Corumbá → Pirenópolis
· Início: Acampamento El Rancho
· Fim: Pousada Recanto da Vila
· Total Via UniEvangelica: 28 km
· Total Via Parque Pirineus: aproximadamente 32 km
· Observações: Como o Parque Estadual dos Pirineus estava fechado, tivemos que contornar o parque seguindo o tracklog Via UniEvangelica. Se você for percorrer Via Parque Pirineus, que é o caminho completo oficial, saiba que ele pode ser quebrada em dois dias. Há algumas hospedagens após a saída do Parque, como o Refúgio da Serra, a Ecovilla Caraívas, e o Sítio Lavrinhas. Essas hospedagens estão distantes entre 13 a 17 km de Pirenópolis.
Trecho 3
· Percurso: Pirenópolis → Serra do Caxambu
· Início: Pousada Recanto da Vila
· Fim: Fazenda Caiçara de Cima
· Total: 21 km
· Observações: Aproximadamente 4 km após a Fazenda Caiçara fica a Casa do Sr Quinzinho onde também é possível se hospedar.
Trecho 4
· Percurso: Serra do Caxambu → Radiolândia
· Início: Fazenda Caiçara de Cima
· Fim: Pousada Jardim das Flores
· Total: 25 km
· Observações: Além da Pousada Jardim das Flores, em Radiolândia há a Pousada Miranda. A Pousada Jardim das Flores foi uma das melhores hospedagens que ficamos.
Trecho 5
· Percurso: Radiolândia → São Francisco de Goiás
· Início: Pousada Jardim das Flores
· Fim: Estância Colher de Pau
· Total: 28 km
· Observações: Em São Francisco de Goiás, a 2 km distante do Caminho de Cora Coralina há outra opção de hospedagem: o Hotel Cruzeiro São José.
Trecho 6
· Percurso: São Francisco de Goiás → Jaraguá
· Início: Estância Colher de Pau
· Fim: Boa Vista Park Hotel
· Total: 34 km, sendo 28 km caminhando e 6 km de carro
· Observações: Este é o trecho mais longo sem outras opções de hospedagem no caminho. Para evitar a longa caminhada de 34 km, contratamos um carro para nos levar por 6 km de asfalto.
Trecho 7
· Percurso: Jaraguá → Serra do Jaraguá (rampa de voo livre) – Jaraguá
· Início: Boa Vista Park Hotel
· Fim: Boa Vista Park Hotel
· Total: 12 km
· Observações: Vale a pena acordar cedo para ver o nascer do Sol na Serra do Jaraguá.
Trecho 8
· Percurso: Jaraguá → Palestina
· Início: Boa Vista Park Hotel
· Fim: Hostel da Vovó Catarina
· Total: 34 km, sendo 24 km caminhando e 10 km de carro
· Observações: Caso não queira caminhar 34 km ou usar o carro para aliviar a caminhada, me parece que há outra opção. No meio deste trecho, observei nos comentários do Google Maps que a Casa da Bilú hospeda caminhantes. O caminha passa quase em frente à Casa da Bilú, em Alvelândia, distante 29,5 km do Boa Vista Park Hotel em Jaraguá. Pena que eu vi essa opção somente depois de terminar o caminho.
Trecho 9
· Percurso: Palestina → Itaguari
· Início: Hostel da Vovó Catarina
· Fim: Auto Posto Hotel de Itaguari
· Total: 16 km
· Observações: A pamonha salgada vendida na praça de Itaguari estava uma delícia.
Trecho 10
· Percurso: Itaguari → São Benedito
· Início: Auto Posto Hotel de Itaguari
· Fim: Casa da Lindalva
· Total: 27 km
· Observações: Em São Benedito aproveitamos para tomar um picolé em dos bares da estrada.
Trecho 11
· Percurso: São Benedito → Calcilândia
· Início: Casa da Lindalva
· Fim: Estância Carvalho
· Total: 23 km
· Observações: Um pouco antes de chegarmos em Calcilândia, paramos em um bar para tomar um refrigerante. Em frente da Estância Carvalho também há um mercadinho.
Trecho 12
· Percurso: Calcilândia
· Início: Estância Carvalho
· Fim: Pousada Caminho de Cora
· Total: 12 km
· Observações: Como o trecho era curto, este foi um dos raros dias que não foi necessário madrugarmos.
Trecho 13
· Percurso: Calcilândia → cidade de Goiás
· Início: Pousada Caminho de Cora
· Fim: Pousada do Ipê
· Total: 26 km
· Observações: Em Goiás há infinitas opções de hospedagem.
Os detalhes do dia a dia você pode ler no post: CAMINHO DE CORA CORALINA – relato do dia a dia.
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ÉPOCA DO ANO
CLIMA
O clima na região onde passa o Caminho de Cora Coralina é quente durante todo o ano, sem tréguas. Os goianos até falaram para mim que em julho é mais fresquinho. Não faço ideia qual é o significado da palavra “fresquinho” no dicionário goiano…
Em relação às chuvas, há dois períodos bem definidos:
- estação chuvosa: novembro a março
- estação seca: maio a setembro
- meses de transição: abril e outubro
Resumindo, para escolher o melhor mês para o Caminho de Cora Coralina, você deve se fazer as seguintes perguntas:
- Prefiro caminhar em uma sauna úmida (período chuvoso) ou em uma sauna seca (período seco)?
- Prefiro lama (período chuvoso) ou poeira (período seco)?
- Prefiro um céu encoberto pelas nuvens (período chuvoso) ou o Sol fritando a cabeça (período seco)?
Sobre a lama, os moradores nos falaram que quando chove muito, alguns rios podem transbordar, e tem muita lama no caminho. É tanta lama que até carro tem dificuldade de passar.
Também vale comentar que o clima seco e sem nuvens proporciona um belíssimo nascer do Sol.
Para você ter uma ideia do clima durante o ano, montei uma tabela com o histórico de Jaraguá (que fica mais ou menos no meio do caminho), com informações do site Weather Spark..
Mês | Temperatura (ºC) | Probabilidade de céu nublado (%) | Precipitação máx. (mm) | Vento (km/h) |
Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro |
22 a 30 22 a 30 22 a 30 21 a 31 20 a 31 19 a 30 19 a 31 20 a 32 22 a 33 22 a 32 22 a 30 22 a 29 |
83 81 80 69 51 39 32 31 52 73 85 86 |
251 229 199 146 43 12 4 21 74 158 225 251 |
10 9 9 9 11 12 13 14 13 11 9 10 |
FESTIVIDADES
Vale a pena estar presente quando alguma festa popular estiver ocorrendo. Eu tive o privilégio de ver alguns cavaleiros e seus cavalos no período das cavalhadas, uma das tradições goianas mais famosas. Foi bem bacana, então tentei listar as principais festas de cada localidade do Caminho de Cora Coralina.
Corumbá de Goiás
· A Festa do Divino (50 dias após a Páscoa – abril/maio)
· Festa Nossa Senhora da Penha com Cavalhadas (setembro)
Pirenópolis
· Festa do Divino com Cavalhadas (50 dias após a Páscoa – abril/maio)
· Festa Literária de Pirenópolis conhecida como Flipiri (data móvel)
· Mostra de Música Canto da Primavera (data móvel no segundo semestre)
Caxambu
· Festa em Louvor ao Divino Pai Eterno com desfile de carros de boi (última semana de julho)
Radiolândia
· Folia de Reis (25/dezembro a 06/janeiro)
· Festas de São Miguel Arcanjo e Nossa Senhora do Bom Parto com desfile de carro de boi (junho)
São Francisco de Goiás
· Festa de Santo Reis (24 de dezembro a 06 de janeiro)
· Festa do Divino com Cavalhadas (50 dias após a Páscoa – abril/maio)
Jaraguá
· Folia de Reis (25/dezembro a 06/janeiro)
· Dia de São Sebastião (20 de janeiro)
· Carnaval de Rua de Jaraguá
· Festa do Divino Espírito Santo com Cavalhadas (50 dias após a Páscoa – abril/maio)
· Feira da Indústria do Vestuário (data móvel)
· Festa do Peão (próximo de 29 de julho)
· Romaria de Monte Castelo (primeiro domingo de agosto)
Itaguari
· Folia de Reis (25/dezembro a 06/janeiro)
· Festa do Zé (próximo de 19 de março)
· Folia de Reis de setembro (próximo de 23 e 29 Setembro)
São Benedito
· Festa em Louvor de São Benedito (primeiro domingo de junho)
Goiás
· Carnaval de Marchinhas
· Procissão do Fogaréu (Semana Santa – março/abril)
· Festival Gastronômico da Cidade de Goiás (normalmente entre abril e maio)
· Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental, Fica (data móvel)
FLORA
Outro ponto interessante a levar em consideração são as frutas e flores que encontramos no caminho. Não sei muito sobre esta informação, mas quando caminhamos em maio vimos milho, abacaxi e banana, e um pouco de ipê rosa.

Tentei levantar algumas informações sobre a época do ano de algumas plantas:
- Ipê rosa: de junho a agosto, mas em maio já vimos alguns. Vale a pena caminhar na época de floração do ipê.
- Banana: vi um pouco em maio, mas parece que a melhor época é durante a chuva.
- Abacaxi: vimos em maio, e li relato de outros caminhantes que viram em outubro.
- Milho: não sei ao certo a época exata, mas em maio vimos muito milho.
- Soja: a soja reveza com o milho. Então quando não há milho, há soja no lugar.
- Frutas do cerrado: a maioria das frutas amadurecem no início da estação chuvosa, entre outubro a novembro. Entre as frutas temos: pequi, cajuzinho, goiabinha, cagaita e mutamba.
E para quem não conhece as frutas do cerrado (como eu), encontrei um post no Instagram bem instrutivo:
NOSSO CAMINHO EM MAIO
Apesar de não gostarmos de caminhar com o Sol fritando nossas cabeças, também não gostamos de caminhar com a chuva nos molhando. Então acabamos escolhendo o Sol, e percorremos o Caminho de Cora Coralina em maio.
Nesta época não teve uma gotinha de água caindo do céu. O clima estava extremamente seco, o céu praticamente sem nuvens quase todos os dias, e fazia muito calor. Os dias ensolarados nos proporcionaram boas fotos do caminho, mas também nos castigaram.

Começávamos a sentir a força do Sol às 9 horas da manhã. Às 11 horas o Sol estava a pino, fritando a gente. Às 13 horas ficava insuportável caminhar naquele calor, e eu tinha uma vontade enorme de desistir do Caminho. Depois das 14 horas normalmente já estávamos abrigados em alguma hospedagem, então não sei como seria caminhar no período da tarde.
O vento também não ajudou. Foi raro termos uma brisa para nos refrescar. E quando tinha, o vento levantava poeira do chão, nos empanando com nosso suor. A terra seca deixava nossas canelas e meias imundas. Todo o dia eu tinha que lavar e esfregar caprichado as meias, pelo menos três vezes, para que elas ficassem razoáveis.

Foi bem bacana conhecer um pouco mais sobre a agricultura de meu país. Vimos bananeiras, abacaxi, e sobretudo, muito milho. Alguns ipês, carregados de flores cor de rosa, também ajudou a deixar o caminho mais bonito e charmoso.

Leia também os detalhes de cada dia de nossa caminhada no post: “Caminho de Cora Coralina – relato do dia a dia“
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FAUNA
Sobre os animais do caminho o destaque ficará com as aves. Vimos muitas aves durante o Caminho de Cora Coralina, e foi o que eu mais gostei durante toda a viagem. Elas nos acompanharam todos os dias e em todos os horários.

Às vezes, mesmo sem vê-las sempre sentíamos sua presença, devido à intensa cantoria. Como começávamos a caminhar ao amanhecer, também presenciávamos o primeiro voo matutino dos pássaros. Vimos tucano, coruja, curicaca, periquito, fim-fim, maritaca, quero-quero, joão de barro, pássaro preto e muitas outras que não consegui identificar e lembrar. Muito bom!

Fora o show das aves, também vimos macaquinhos roubando milho no milharal, cobras cruzando o caminho, e o gado que insistia em nos seguir.
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PREPARO FÍSICO
Confesso que eu não sou a melhor pessoa para falar sobre preparo físico. Isso porque estou acostumada a caminhar bastante. Mas vou tentar compartilhar um pouco sobre as dores físicas que senti durante o Caminho de Cora Coralina.
Um problema que tivemos todos os dias foi o calor intenso. Durante todo o ano é calor em Goiás. No nosso caso, caminhamos na época seca e sem nuvens. Tivemos dias ensolarados quase todos os dias. E não há muita sombra durante o caminho, são longos os trechos de estrada de terra sem árvores. Isso nos desgastou muito.
Para tentar evitar esse desgaste, começávamos a caminhar uma meia hora antes do Nascer do Sol, no início do amanhecer. Há quem prefira dar os primeiros passos no escuro, usando uma lanterna para iluminar o caminho. Eu, particularmente, não gosto de caminhar sem ver onde estou claramente.

Também optamos em caminhar sem parar para descanso até chegarmos na próxima hospedagem. Assim conseguíamos chegar no próximo abrigo por volta das 13 horas, evitando o Sol da tarde. Essa foi uma estratégia que funcionou para nós, mas pode ser difícil para outras pessoas. Afinal de contas caminhar umas 7 horas sem parar, não é moleza.
Até pensamos na opção de caminhar de manhã, descansar no meio do dia e voltar a caminhar quando o Sol estivesse mais ameno no final da tarde. Mas observamos que não há lugares agradáveis para ‘descansar’ no meio do dia. Em todo o caminho vi somente uma vez bancos para sentar, próximo de Pirenópolis ao lado do rio das Pedras. As poucas vezes que paramos para descansar, tivemos que sentar no chão de terra, embaixo de alguma rara sombra. E para piorar não levamos nada para sentar em cima, como um pedaço de plástico. Não era confortável ficar mais que alguns minutos. Imagina ficar assim por horas esperando o Sol baixar… Não foi uma opção para nós.
É muito importante entender o limite do seu corpo e evitar ultrapassá-lo. Eu sei que até 28 km eu consigo caminhar. Fico cansada com 28 km, mas não me arrebento. Então evitei ultrapassar esse limite. Nos dois trechos maiores que 28 km, acabamos contratando um carro para encurtar a caminhada.
Essas longas caminhadas diárias consecutivas costumam judiar dos pés. Não há muito o que fazer, se não descansar bem. Normalmente meus pés se recuperavam de um dia para outro, e eu nunca tive bolhas (sou uma sortuda!).
Aproveitamos dois lugares para descansar: Pirenópolis e Jaraguá. Achei que foram duas paradas bem boas para descanso, pois há boas opções de restaurantes bares, e ainda igrejas para visitar no day off. Esses descansos foram primordiais para meu corpo.

Vale lembrar que cada um tem que se auto-avaliar para entender se tem condições físicas e psicológicas para se aventurar em uma longa caminhada como esta. O que é fácil para alguns, pode ser um grande desafio para outros.
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HOSPEDAGEM
Para mim, depois do Sol e calor, o maior obstáculo foi a distância entre uma hospedagem e outra. Há alguns trechos muito longos, como São Francisco de Goiás a Jaraguá, onde as hospedagens ficam longe 34 km uma da outra. Isso pode ser um fator decisivo para muitos desistirem do caminho. Mas acredito que conforme o caminho vai crescendo, mais pessoas irão abrir sua casa para receber os caminhantes.
Algo que me incomodou para planejar a viagem foi não saber ao certo onde ficavam as hospedagens. Para mim, as informações do site oficial do Caminho não estavam claras. Outro ponto é que eles colocam somente as hospedagens parceiras, ou seja, pode ter outras hospedagens que não estão citadas no site oficial e que podem ser úteis na caminhada.
Para este post, fiz uma pesquisa sobre as hospedagens no Caminho, e as marquei no mapa abaixo. Os detalhes de cada hospedagem estão mais abaixo.
Note que algumas hospedagens eu encontrei no Google Maps e não tenho 100% de certeza que elas realmente existem. De qualquer modo todas as hospedagens, que não são hotéis, tem que ser agendadas com antecedência. A gente tentou agendar uns dois dias antes. E mesmo assim, quase não conseguimos hospedagem na última noite. Isso porque não há muitas vagas disponíveis em alguns lugares. Além disso, como algumas hospedagens é a casa de alguém, corre o risco da pessoa não estar em casa, se você não avisar que está chegando.
Considerando a quilometragem do tracklog “Caminho de Cora Coralina – Via Parque dos Pirineus Atualizado 30.06.2021”, disponibilizado no site oficial do caminho, encontrei as seguintes hospedagens no caminho:
CORUMBÁ DE GOIÁS
Hotel Fazenda Serra da Irara
Próximo do km 0, distante 4 km do caminho
Associado do Caminho de Cora Coralina
(61) 99625-2133
Pousada Recanto da Serrinha
Próximo do km 0, distante 850 metros do caminho
Associado do Caminho de Cora Coralina
(62) 998651-2327
O caminhante @distancialonga se hospedou aqui em novembro de 2021.
R$ 90/pessoa com café da manhã (valor relatado pelo @distancialonga)
Hotel Magalhães
Próximo do km 0, distante 370 metros do caminho
Encontrei no Google Maps
Pouso da Penha
Km 0
(62) 99288-8745
Fica em frente à Igreja, bem no começo mesmo.
Pousada do Gaúcho
Km 0
Nos hospedamos aqui. Fica a um quarteirão do caminho. Pousada simples sem café da manhã.
R$ 140/quarto para 2 pessoas
SALTO DE CORUMBÁ
Salto Corumbá Camping Club Hotel
Km 14,5
Associado do Caminho de Cora Coralina
Hotel e camping com acesso ao Salto de Corumbá por baixo.
(62) 99658- 7357
Acampamento El Rancho
Km 18
Mesmo proprietário da Estância Dona Agnes
(62) 99671-8877
Nos hospedamos aqui. Bonita chácara, quarto simples, com refeição e café da manhã.
R$ 100/pessoa
Estância Dona Agnes
Km 19,5
Associado do Caminho de Cora Coralina
(62) 99671-8877
COCALZINHO DE GOIÁS
Pousada Riacho das Pedras
Próximo do km 23, distante 5 km do caminho
Associado do Caminho de Cora Coralina
(62) 99284-6996
Recanto das Acácias
Km 24,5
Encontrei no Google Maps.
SERRA DOS PIRENEUS
Refúgio da Serra
Km 35,5
Associado do Caminho de Cora Coralina
(62) 99620-0405
Não reserva diária única, no mínimo 2 diárias.
Sítio Lavrinhas
Próximo do km 37, distante 4 km do caminho
Associado do Caminho de Cora Coralina
(62) 99392-9282
No Sítio Lavrinhas mora Bismarque, o idealizador do Caminho de Cora Coralina.
Reserva Ecológica Ecovilla Caraívas
Km 37,5
Associado do Caminho de Cora Coralina
(62) 9980-4486
Canto da Mata
Km 39
Associado do Caminho de Cora Coralina
(61) 98134-8464
Refúgio Avalon
Km 42,5
Associado do Caminho de Cora Coralina
(62) 99979-9014
PIRENÓPOLIS
Hotel Pousada Mandala
Próximo km 50, a 700 metros do caminho
Associado do Caminho de Cora Coralina
(61) 98320-1898
Casarão Dom Bispo
Km 50
Associado do Caminho de Cora Coralina
(62) 99819-0696
Recanto da Vila
Km 50,5
(62) 99995-5410
Nos hospedamos aqui. Quarto aconchegante e excelente recepção da proprietária. Na época ela não estava servindo café da manhã, mas podíamos usar a geladeira.
R$ 100/quarto para 2 pessoas
Pousada Arvoredo
Km 51
Associado do Caminho de Cora Coralina
(62) 3331-3479
SERRA DE CAXAMBU
Fazenda Caiçara
Km 70,5
Associado do Caminho de Cora Coralina
(62) 99170-7568
Nos hospedamos aqui. Casa rural familiar, simples e aconchegante. Com refeição e café da manhã.
R$ 120/pessoa
Fazenda do Quinzinho
Km 74,5
Associado do Caminho de Cora Coralina
(62) 99276-4509
Casa rural familiar, bem mais simples que a Fazenda Caiçara. Tomar um cafezinho com o receptivo Sr Quinzinho é parada obrigatória no Caminho de Cora Coralina.
CAXAMBU
Fazenda Promessa do Futuro
Não encontrei no Google Maps, segundo site do Caminho de Cora Coralina, fica a 3 km do povoado de Caxambu
Associado do Caminho de Cora Coralina
(62) 99107-1000
Fazenda’s Matheus
Km 84
Encontrei no Google Maps, necessário confirmar hospedagem
(62) 99103-2814
RADIOLÂNDIA
Pousada Miranda
Km 96
Associado do Caminho de Cora Coralina
(62) 99109-9611
Pousada Jardim das Flores
Km 96
Associado do Caminho de Cora Coralina
(62) 99380-3661
Nos hospedamos aqui. Casa recém reformada. Quarto muito bom, com ar condicionado, agradável e confortável. Tudo novinho. Foi o melhor custo x benefício durante nosso caminho. Com lanche da tarde, refeição e café da manhã.
R$ 120/pessoa
SÃO FRANCISCO DE GOIÁS
Estância Colher de Pau
Km 123
Associado do Caminho de Cora Coralina
(62) 99121-3710
Nos hospedamos aqui. Casa familiar ao lado da cidade. Foi a casa mais simples que ficamos. Com lanche da tarde, refeição e café da manhã.
R$ 120/pessoa
Hotel Cruzeiro de São José
Próximo do Km 123, distante 2 km do caminho
Associado do Caminho de Cora Coralina
(62) 98500-2310
R$ 150/quarto com ar condicionado para 2 pessoas
Pousada Maria Rita e Edi
Não sei sua localização
(62) 99267-9803
O caminhante @distancialonga se hospedou aqui em novembro de 2021.
R$ 60/pessoa (valor relatado pelo @distancialonga)
JARAGUÁ
Boa Vista Park Hotel
Próximo do km 162, distante 2 km do caminho
Associado do Caminho de Cora Coralina
(62) 3326-4646
Nos hospedamos aqui. Bom hotel, com piscina. Quarto com ar condicionado, bem aconchegante e limpo. Incluso café da manhã.
R$ 169/pessoa ou R$209/quarto para 2 pessoas
Hotel Dutra
Próximo do km 162, distante 2 km do caminho
Associado do Caminho de Cora Coralina
(62) 8472-1303
R$ 80/quarto com ar condicionado para 2 pessoas
ALVELÂNDIA
Casa da Bilú
Km 188,5
Encontrei no Google Maps
(62) 99121-4273
Carimba passaporte do Caminho de Cora Coralina
PALESTINA
Hostel Vovó Catarina
Km 194
Associado do Caminho de Cora Coralina
(64) 8445-5073
Nos hospedamos aqui. Uma antiga escola foi transformada em um albergue, com quarto e banheiro compartilhados. Com lanche, refeição e café da manhã.
R$ 120/pessoa
ITAGUARI
Auto Posto Hotel e Restaurante Itaguari
Km 209
Associado do Caminho de Cora Coralina
(62) 99267-8213
Nos hospedamos aqui. Hotel beira de estrada. Quarto limpo, amplo e aconchegante. Com café da manhã.
R$ 100/quarto com ar condicionado para 2 pessoas
SÃO BENEDITO
Casa da Lindalva
Km 236
Associado do Caminho de Cora Coralina
(62) 99993-6773
Nos hospedamos aqui. Casa familiar, com um quarto bem simples e extremamente quente. Foi impossível ficar dentro do quarto antes do pôr do Sol. Com refeição, lanche da tarde e café da manhã.
R$ 110/pessoa
CALCILÂNDIA
Estância Carvalho
Km 258
Associado do Caminho de Cora Coralina
(62) 99915-3835
Nos hospedamos aqui. Pousada muito boa, com área externa bem ventilada. Ótimas instalações. Quarto muito bom, amplo e com ar condicionado. Com refeição tipo marmitex e café da manhã.
R$ 120/pessoa
Pousada Caminho de Cora
Km 269
Encontrei no Google Maps
(62) 98591-3589
Nos hospedamos aqui. Pousada muito boa, com excelente área externa, com belo gramado, piscina e acesso ao rio. Ótimas instalações. Quarto muito bom e com ar condicionado. Com refeição e café da manhã. Infelizmente tivemos um problema com nosso café da manhã, mas acredito que foi algo pontual. Hospedagem mais cara do caminho.
R$ 230/pessoa
FERREIRO
Sítio Canaa
Km 289
Encontrei no Google Maps
(62) 99679-5357
GOIÁS
Pousada do Ipê
Km 294,5
(62) 3371-2065
Nos hospedamos aqui. Pousada com piscina, localizada nos últimos metros do Caminho de Cora Coralina, no centro histórico da cidade de Goiás. Quarto bom, com ar condicionado e frigobar. Com café da manhã.
R$ 197/quarto para 2 pessoas
Pousada Chácara da Dinda
Distante 1 km do final do caminho
(62) 99900-0918
Carimba passaporte do Caminho de Cora Coralina
Sobre camping, vimos poucas oportunidades para acampar. Foram raríssimos os lugares que achamos agradáveis para fazer um camping selvagem. Algumas casas de apoiadores aceitam campistas. Mas para quem quiser economizar, sempre dá para armar a barraca em qualquer canto, só não sei se será bom. Para quem se interessar, encontrei o relato do Mauro no mochileiros.com, que fez o Caminho de Cora Coralina acampando: link relato do Mauro.
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APOIO E AGÊNCIAS
Caminhamos o Caminho de Cora Coralina sozinhos, mas tivemos duas situações onde contratamos um carro para encurtar a caminhada: no trecho São Francisco de Goiás a Jaraguá, e no trecho Jaraguá a Palestina. Para esses dois casos pedimos ajuda em nossa hospedagem para indicar nossos motoristas.
Para quem preferir ir com agência e não quiser ter dor de cabeça para planejar o roteiro, encontrei na web algumas agências:
- Pés no Cerrado é especialista no Caminho de Cora Coralina, e oferece pacotes para quem não quiser ter dor de cabeça para planejar a caminhada.
- Nara Orci oferece roteiros para vários caminhos pelo Brasil, inclusive o Caminho de Cora Coralina.
Vale observar que não conheço pessoalmente os serviços das agências mencionadas acima, e não ganho nenhuma comissão por estas citações no meu blog.
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MOCHILA
Não tenho a intenção de fazer um check list do que levar na mochila. Acho isso muito pessoal. Mas vou compartilhar algumas informações que acho pertinentes.
Quanto menor o peso, melhor! O tamanho da mochila ideal é o menor que couber suas coisas. Eu levei uma mochila de 30 litros da Quechua, modelo NH100, à venda na loja Decathlon, e sobrou espaço. E claro! A mochila tem que ter ajuste na barrigueira e no peitoral, caso contrário as suas costas não irão aguentar nem um dia de caminhada.

Roupa de secagem rápida é imprescindível. Lavamos nossas roupas todos os dias. E na época que fomos, época seca, tudo ficava seco no dia seguinte. No máximo, a meia demorava um pouco mais para secar. Mas quase que dá para usar a mesma roupa, limpa, todos os dias.
Eu levei comigo duas camisetas de mangas longas, uma camiseta de manga curta e três meias, que revezava entre dormir, caminhar e lavar. Um shorts, duas calças e uma blusa segunda-pele.
Eu usei a blusa segunda pele somente uma vez, durante a noite na Serra de Caxambu. Mas se eu tivesse que fazer a mochila novamente eu não levaria essa blusa segunda pele. Ficaria com um pouco de frio só essa noite, e ficaria mais leve na caminhada. Acho que valeria a pena essa troca. Ou, outra alternativa seria despachar a blusa segunda-pele para casa, na primeira agência de Correios que encontrasse depois de Caxambu.
Se eu tivesse que levar algo a mais, seriam as meias. Acho que é saudável trocá-las uma vez durante a caminhada no meio do dia. Meu calcanhar ficou com a pele bem irritada, acredito que foi a mistura de suor e poeira. E prepare para caprichar na lavagem das meias. Eu tinha que lavar três vezes todos os dias para tirar toda a terra. Usei as meias de trilha Quechua MH500.
Nos primeiros dias do caminho eu usei um shorts, mas logo troquei por minha calça legging. Fiz isso para proteger minhas pernas do Sol. Uso uma calça da UVLINE com proteção UV e são bem fresquinhas.
Na época de chuva considere levar uma jaqueta ou poncho impermeável, e uma proteção para a mochila. Ir na época seca do ano tem mais essa vantagem, serão itens a menos para carregar.
Também levei uma toalha de microfibra da Decathlon, leve e compacta. Mas na prática usei somente uma vez, quando me banhei no Salto de Corumbá. Com o calor que fazia nem precisaria dela. Era só ficar alguns minutos ao Sol e já estaria seca. A toalha seria outro item que não levaria se fosse fazer o Caminho novamente.

Nem preciso falar que saco de dormir é completamente desnecessário naquele calor infernal. E se fizer um friozinho durante à noite, é só pedir uma manta para a hospedagem.
Sobre bastões de caminhada, é muito pessoal também. Nós não usamos bastão de caminhada para o Caminho de Cora Coralina. Costumo usar bastões quando a mochila está mais pesada, mas neste caminho fui sem bastão e foi tudo bem. Não senti falta deles e gostei de ficar com minhas mãos livres.
CORREIOS
O bom é que se estiver sobrando algo, é possível despachar pelos Correios para casa. As localidades com agências de Correios são: Corumbá de Goiás, Pirenópolis, Radiolândia, São Francisco de Goiás, Jaraguá, Itaguari e Goiás.
TRANSPORTE DE MOCHILAS
Carregamos nossas mochilas por todo o caminho de Cora Coralina. A mochila tem que estar bem levinha para não ser um fardo nesta jornada, pois aparentemente não há um sistema de transporte de mochilas entre as hospedagens. Durante o caminho confesso que nem perguntei sobre esse serviço, e pelo que eu pesquisei, parece que a empresa Pés no Cerrado vende um pacote que inclui o transporte de mochila, hospedagem e traslado ida-e-volta para Brasília ou Goiânia.
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ALIMENTAÇÃO
Nos locais de hospedagem que ficamos sempre havia refeição, seja fornecida pela própria hospedagem ou por algum restaurante próximo. O café da manhã também estava incluso em todas as diárias.
A comida do dia-a-dia era à base de arroz, feijão e alguma proteína animal, entre frango, carne e porco. Bem comida brasileira mesmo. Os apoiadores do caminho também se esforçam para atender os veganos, o que não era nosso caso.
Os dois únicos momentos que eu comi algo mais gostoso (pelo menos para mim) foram quando saboreei uma pamonha salgada na pracinha de Itaguari, e quando jantei um hambúrguer gourmet em Jaraguá.
O lanche de “trilha” nada mais era que a sobra do café da manhã, que a gente embrulhava em algum papel. Isso era uma prática bem disseminada no Caminho de Cora Coralina, o que facilitou muito nossa vida. Os únicos lugares que não tivemos sobra de café da manhã, foram em Corumbá de Goiás e Pirenópolis, pois ficamos em pousadas que não estavam servindo esta refeição. Especificamente nestes dias compramos nosso café da manhã e lanche de trilha, em algum mercadinho da cidade.
Infelizmente não há opções de bares e restaurantes no meio do caminho, fora de povoados e cidades. A exceção ficou para o primeiro dia, onde há um bar com o mirante para o Salto de Corumbá, onde vale muito a pena a parada para tomar um refresco e comer um pastel.
ÁGUA
A região próxima da Serra dos Pirineus, Pirenópolis e Serra do Caxambu foi o lugar onde mais cruzamos com rio, e onde era possível dar um ti-bum.
E foi lá que aconteceu o único momento que coletamos água. Depois de Pirenópolis, observamos que a coleta de água nos córregos não era fácil. Além disso teríamos que tratar a água antes de beber. Então optamos por carregar toda a nossa água desde a hospedagem até o final de cada dia. Para mim, 1,5 litros de água por dia foi suficiente. Lembrando que por volta das 13 horas eu já encerrava a caminhada, e eu suo muito pouco. Então é importante ter noção de quantas horas você irá ficar caminhando para calcular sua água. Neste caso é bom levar água a mais nos primeiros dias, e depois ir ajustando.
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PASSAPORTE E CERTIFICADO
Acredito que se espelhando no Caminho de Santiago de Compostela, o Caminho de Cora Coralina criou um passaporte do peregrino, para registrar carimbos durante a caminhada. Com o passaporte devidamente carimbado, o caminhante pode receber um certificado de conclusão.
Em setembro de 2021 o passaporte tinha um custo de R$ 35, e podia ser comprado online ou direto em algum estabelecimento no caminho. Só não sei direito em qual estabelecimento comprar. A única informação sobre o assunto que encontrei foi no blog da Cozinha da Matilde, onde ela informou que a panificadora do Ranis, em Corumbá de Goiás, vende o passaporte.
Ao contrário do Caminho de Santiago de Compostela, onde alguns albergues exigiam a credencial do peregrino, o passaporte do Caminho de Cora Coralina não tem nenhuma utilidade. Ele é tipo um souvenir da jornada, uma lembrança para quem gosta de guardar mais que fotos da viagem.
Nós não nos interessamos pelo passaporte e não adquirimos um.
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CUSTOS
Gastamos cerca de R$ 2100 por pessoa durante os 15 dias no Caminho de Cora Coralina.
Abaixo seguem os custos detalhados:
Transporte
- Ônibus de Brasília para Corumbá de Goiás, individual: R$ 35
- Transfer em carro por 6 km, em São Francisco de Goiás, a corrida: R$ 30
- Transfer em carro por 10 km, em Jaraguá, a corrida: R$ 50
- Ônibus de Goiás para Goiânia, individual: R$ 39
Hospedagens
- Pousada do Gaúcho, em Corumbá de Goiás, diária para casal: R$ 140
- Acampamento El Rancho, em Corumbá de Goiás, diária individual com refeição e café: R$ 100
- Pousada Recanto da Vila, em Pirenópolis, diária casal: R$ 100
- Fazenda Caiçara, na Serra de Caxambu, diária individual com refeição e café: R$ 120
- Pousada Jardim das Flores, em Radiolândia, diária individual com lanche, refeição e café: R$ 120
- Estância Colher de Pau, em São Francisco de Goiás, diária individual com lanche, refeição e café: R$ 120
- Boa Vista Park Hotel, em Jaraguá, diária casal com café: R$ 209
- Hostel Vovó Catarina, em Palestina, diária individual com lanche, refeição e café: R$ 120
- Auto Posto Itaguari, em Itaguari, diária casal com café: R$ 100
- Casa da Lindalva, em São Benedito, diária individual com lanche, refeição e café: R$ 110
- Estância Carvalho, em Calcilândia, diária individual com refeição e café: R$ 120
- Pousada Caminho de Cora, diária individual com refeição e café: R$ 230
- Pousada do Ipê, diária casal com café: R$ 197
Observação: ficamos duas noites em Pirenópolis e três noites em Jaraguá
Restaurantes e mercados
- Mercado para café da manhã, em Corumbá de Goiás, individual: R$ 18
- Restaurante em Corumbá de Goiás, individual: R$ 25
- Lanchonete em Salto de Corumbá, individual: R$ 15
- Restaurante em Pirenópolis, individual: R$ 46
- Mercado para café da manhã, em Pirenópolis, individual: R$ 21
- Lanchonete em Jaraguá, individual: R$ 28
- Restaurante em Jaraguá, individual: R$ 15
- Pamonha em Itaguari, unidade: R$ 8
- Jantinha em Itaguari, individual: R$ 16
- Restaurante em Goiás, individual: R$ 30
Outra alternativa: a empresa Pés no Cerrado vende um pacote fechado por R$ 2802 para 15 diárias, com transfer para as capitais e alguns trechos com carro de resgate. Não estão inclusos gastos com restaurantes.
FORMA DE PAGAMENTO
Praticamente todo o caminho eu usei o cartão de crédito ou Pix como formas de pagamento. Que eu me lembre, o único momento que eu usei dinheiro físico foi na Casa da Lindalva, pois ela não aceitava Pix. Caso você não seja usuário do Pix, considere levar mais dinheiro para pagar as hospedagens que não são hotéis.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
O que mais gostei do caminho de Cora Coralina foi apreciar as aves, voando, cantando, andando e posando para foto. Sozinhas, em pares ou em grupos, todos os dias elas davam um show.
A paisagem rural também agradou, e o clima seco ajudava a compor um cenário bonito. Achei bem legal conhecer um pouco da nossa agricultura, caminhando em infinitos milharais, observando os curiosos gados, e conhecendo uma plantação de abacaxi pela primeira vez.
Acredito que a infraestrutura do caminho irá melhorar aos pouquinhos, com mais opções de hospedagens e melhorias na sinalização, tornando-o mais agradável para os próximos caminhantes.
Na minha experiência, o calor intenso, a poeira, as longas distâncias com raras sombras foram bem chatos. Nos momentos de extremo calor tive vontade de desistir. E olha que eu não me lembro de nenhuma outra caminhada, onde eu tive uma vontade de desistir tão intensa. Mas ainda bem que este sentimento logo passava depois de um bom banho e descanso.
Devido ao clima quente, o Ramon não gostou muito do caminho. Eu gostei do caminho, mas em muitos momentos, achei que o clima beirava o insuportável. E por conta do calor, eu não tenho a mínima vontade de voltar a caminhar o Caminho de Cora Coralina.
Eu espero não ter te decepcionado com o final deste post…
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OUTRAS FONTES
Está fazendo uma pesquisa para sua viagem? Sempre é bom ler mais de um website. Separei abaixo alguns posts que encontrei, que talvez possa te ajudar.
Relato do Caminho de Cora Coralina em outubro | por Letíssia Massula em Cozinha da Matilde
Post sobre o Caminho de Cora Coralina | Rede Brasileira de Trilhas de Longo Curso
Site Oficial do Caminho de Cora Coralina
Guia do Caminho de Cora Coralina em pdf | Governo de Goiás
Empresa de Turismo – Pés no Cerrado
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