Em maio de 2021 percorremos 300 km goianos pelo Caminho de Cora Coralina. Foram 15 dias conhecendo um pouco mais da agricultura de nosso país, passando por fazendas e unidades de conservação.
O guia completo sobre o nosso Caminho de Cora Coralina, você encontra em: “CAMINHO DE CORA CORALINA – guia dos 300 km no cerrado goiano”.
Este post tem como objetivo relatar o dia-a-dia de nossa caminhada. Você também pode assistir nossa caminhada em nosso canal do YouTube:
Abaixo segue mapa do Caminho de Cora Coralina com as hospedagens:
Fizemos a caminhada em 15 dias como segue:
- Dia 0: chegando em Corumbá de Goiás
- Dia 1: Corumbá de Goiás → Salto de Corumbá
- Dia 2: Salto de Corumbá → Pirenópolis
- Dia 3: descanso em Pirenópolis
- Dia 4: Pirenópolis → Serra de Caxambu
- Dia 5: Serra de Caxambu → Radiolândia
- Dia 6: Radiolândia → São Francisco de Goiás
- Dia 7: São Francisco de Goiás → Jaraguá
- Dia 8: descanso em Jaraguá
- Dia 9: Jaraguá → Serra do Jaraguá → Jaraguá
- Dia 10: Jaraguá → Palestina
- Dia 11: Palestina → Itaguari
- Dia 12: Itaguari → São Benedito
- Dia 13: São Benedito → Calcilândia
- Dia 14: Calcilândia → pousada Caminho de Cora
- Dia 15: pousada Caminho de Cora → Goiás
Dia 0: Chegando em Corumbá de Goiás
Começamos o Caminho de Cora Coralina na cidade de Corumbá de Goiás. E para chegarmos em Corumbá de Goiás, partimos da capital do Brasil, em Brasília, onde pegamos um ônibus na Rodoviária Interestadual pela viação Goianesia às 14 horas. Foram 2h40min de viagem, desde Brasília até Corumbá.
Para nossa primeira noite em Corumbá de Goiás não vimos com antecedência onde nos hospedar, e paramos na primeira pousada que vimos, em frente à rodoviária, a Pousada do Gaúcho. A diária foi cara para o que nos ofereceu. Foram R$140 para um quarto duplo, sem café da manhã. Mas não estávamos com ânimo de bater de porta em porta para encontrarmos algo melhor. Ficamos por lá mesmo.
Corumbá de Goiás é uma cidade pequena, mas tem vários mercadinhos e bares. Nós jantamos uma boa macarronada e gostosas panquecas em um bistrô de massas no centrinho.
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Dia 1: Corumbá de Goiás → Salto de Corumbá (acampamento El Rancho)
Total do dia: 19 km
Acordamos ao amanhecer e por volta das 7 horas já estávamos caminhando. O caminho começa na Praça da Matriz de Corumbá de Goiás, em frente à Igreja Matriz Nossa Senhora da Penha de França. O portal do caminho fica próximo à rodoviária.

Tudo começa em uma rua de terra cortando várias fazendas. E assim foi por quase todos os dias.
Era meados de maio, e a época de seca havia chegado. De manhã estava bem fresquinho, mas às 9 horas o Sol já começava a esquentar. O bom é que o dia estava um pouco nublado e com uma brisa boa.
O caminho seguiu por 10 km pela rua de terra passando por fazendas e campos, quase paralelo à BR 414. Havia poucos lugares para descansar neste trecho, mas para quem quer levar barraca, vimos um ou dois lugares que daria para acampar.
Passamos pelo córrego da Prata, mas o acesso para a água não era fácil. Achamos que a melhor opção é carregar água desde Corumbá de Goiás.
O caminho encontra a rodovia BR 414, e tivemos que caminhar por seu acostamento. Achei bem perigoso. Era domingo e muitos motociclistas dirigiam a mil por hora, se inclinando nas curvas, quase encostando no chão. Deu medo.
Na BR o Ramon encontrou um saco de ráfia novinho no chão. Pegamos o saco para usar como esteira de piquenique. Assim conseguiríamos descansar em qualquer lugar com sombra, sem nos preocupar em sujar a bunda.
Depois de 4 km na BR, há um bar e mirante para o Salto de Corumbá. Ficamos por lá um tempinho, comendo um pastel e tomando uma cerveja.

O Salto de Corumbá é uma grande queda d’água. Seu acesso por baixo passa por um complexo turístico, e sua entrada é paga. Mas continuando no caminho, um pouco mais adiante na rodovia, há um acesso por cima do Salto. Era domingo, e encontramos o portão de acesso fechado. Logo vimos um rapaz vindo em nossa direção. Ele trabalhava na Estância Dona Agnes, e abriu o portão para nós. No dia anterior eu havia entrado em contato com a Estância e planejado minha ida. Por isso ele sabia que estávamos chegando, e foi ao nosso encontro. Segundo ele o portão costuma ficar aberto, mas não entendi direito porque estava fechado naquele dia, impedindo o caminho de Cora Coralina.
Após passarmos o portão, curtimos a parte de cima do Salto de Corumbá, com um bom lugar para tomar um banho, com pequenas quedas d’água e piscinas naturais.

De lá, seguimos para a Estância, que na verdade se chama Acampamento El Rancho. Entendi que a Estância fica em outro lugar, próximo de lá, mas é do mesmo patrão. O El Rancho é um sítio, com vários dormitórios, local para eventos evangélicos, refeitório e uma praia à beira rio. Bem bonito o lugar.

Fomos bem recebidos pelo caseiro e sua esposa. Jantamos uma farta comida caseira: arroz, feijão, carne suína acebolada, mandioca cozida, salada de alface e tomate, e suco. Estávamos somente nós dois em El Rancho. Pagamos R$ 100 por pessoa.
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Dia 2: Salto de Corumbá → Pirenópolis (pousada Recanto da Vila)
Total do dia: 28 km
Pedimos o café da manhã do dia seguinte para 6h30min e fomos prontamente atendidos. Nos arrependemos deste horário depois. Foi um tanto quanto tardio. Fizemos um lanche de trilha com as sobras do café da manhã, e começamos a caminhar por volta das 7 horas.
Era para ser o dia mais legal do Caminho de Cora Coralina, passando pelo Parque Estadual da Serra dos Pireneus, e subindo no ponto mais alto da travessia. Mas o parque estava fechado naquele momento, e tivemos que apelar por um caminho alternativo.
Atravessamos novamente a rodovia BR 414, e fizemos um desvio, pois o Parque dos Pirineus estava fechado em maio de 2021. Seguimos o tracklog Via UniEvangelica, disponibilizado no site oficial do Caminho de Cora Coralina, e subimos em uma rua de terra, com bonita vista para os campos e a Serra dos Pirineus. De longe vimos até uma cidade, que acredito que era Corumbá de Goiás.

O Sol ainda estava ameno, o que foi bom pois não havia sombra. A caminhada na rua de terra estava agradável. Vimos algumas aves, incluindo tucanos e corujas.
Vimos uma placa do Sítio Lavrinhas, onde chegamos a cogitar em ficar. No dia anterior entrei em contato com o Bismarque, proprietário do sítio. Por mensagem, ele foi muito simpático e nos convidou para um café. Mas quando passamos por lá, o Sol ainda estava ameno, e queríamos aproveitar para caminhar. Não paramos. No final do dia, derretidos pelo calor, nos arrependemos de não termos pousado no Sítio Lavrinhas.
Cruzamos o rio das Almas pela primeira vez, e passamos pela placa da Cachoeira do Abade. A entrada para a cachoeira é paga, custava por volta de R$ 40. Muitos carros estavam indo em direção à cachoeira. Como teríamos que fazer um desvio de uns 3 km ida-e-volta, decidimos não conhecer a cachoeira.
Depois da cachoeira, encontramos a portaria do Parque Estadual dos Pirineus, e voltamos a caminhar no Caminho oficial do caminho.
Entramos em uma trilha, uma das poucas durante o Caminho de Cora Coralina, e aproveitamos o córrego Barriguda para jogar um pouco de água em nossos rostos e mãos.
Começamos a descer, e avistamos a cidade de Pirenópolis pela primeira vez.

Encontramos o rio das Almas novamente quando faltavam uns 7 km para chegarmos em Pirenópolis. Foi refrescante cruzá-lo e caminhar ao seu lado enquanto nos aproximávamos da cidade.

Entramos no Camping Sombra da Mata, que dá acesso às Cachoeiras Usina Velha e Meia Lua. Atravessamos a ampla área de camping, e não fomos nas cachoeiras.
Quase chegando na cidade, por aproximadamente 2 km caminhamos ao lado da Pedreira Coopedras. Homens trabalhavam naquele calorzão goiano.

Passamos por uma ponte pênsil, e nos últimos 3 km caminhamos pela agradável trilha do Ouro Brasileirinho, acompanhando o rio das Almas com vários lugares para banho.

Chegamos exaustos em Pirenópolis, km 47 de nosso caminho, às 16 horas. Pagamos caro o preço de não termos dividido este dia em dois.

Ao chegarmos na cidade reservamos no Booking alguma hospedagem próxima com preço acessível. Para nosso azar batemos na porta da pousada reservada e ninguém atendeu. Ainda bem que em Piri o que não faltam são hospedagens. Cansados, batemos na porta da hospedagem vizinha e fomos muito bem recebidos pela Luciana, da pousada Recanto da Vila. Pagamos R$ 100 a diária do quarto duplo.
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Dia 3: descanso em Pirenópolis
Depois de um dia de caminhada exaustivo e calorento, decidimos aproveitar a excelente infraestrutura de Pirenópolis para descansar.

Pirenópolis é uma agradável cidade turística tombada como Patrimônio Histórico Nacional, com várias opções de hospedagens, restaurantes e lugares bem agradáveis para relaxar ao lado do rio das Almas.
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Dia 4: Pirenópolis → Serra de Caxambu (Fazenda Caiçara de Cima)
Total do dia: 21 km
Saímos da pousada um pouco depois do ideal, às 6h30min. Queríamos ter começado a caminhar meia hora antes, quando já estava amanhecendo. Mas às 6h30min foi bom também.
Continuamos atravessando Pirenópolis até chegarmos na rodovia GO-431 (rodovia Jarbas Jayme). Foram uns 5 km bem chatos caminhando no pequeno acostamento da rodovia, sem nenhuma paisagem, e sem nenhuma sinalização. Simplesmente as pegadas de Cora Coralina sumiram na rodovia.

Foi uma alegria quando saímos da rodovia e voltamos a caminhar por uma rua de terra. Assim fomos praticamente todo o dia, sem muitas atrações, com vista para a Serra de Caxambu.

Alguns trechos estavam com uma boa sombra e outros sem sombra nenhuma. Aproveitamos para caminhar o máximo possível até 11 horas, quando o Sol começava a ficar forte para valer.
Não há muitos lugares para descansar durante o caminho. Próximo do córrego Godinho, vimos uma sombra embaixo de uma árvore, aproveitamos para sentar e comer o lanche que compramos no mercado em Pirenópolis. Como a pousada que ficamos em Pirenópolis não estava servindo café da manhã, este foi o único dia de todo o caminho que tivemos que comprar nosso lanche de trilha.
Para nossa surpresa, alguns passos depois havia uma mesa e bancos de madeira ao lado do rio das Pedras. Fazer o quê? Já havíamos descansado e continuamos seguindo. Esse seria o único banco que veríamos durante todo o nosso caminho, fora dos povoados e cidades.
No rio das Pedras havia uma roda d’água que girava com o fluxo de água. Neste ponto atravessamos o rio molhando os pés. Foi bem fresquinho.

Passamos por algumas casas e vários cachorros. Somente dois cães foram amigáveis, os demais ladravam receosos de nossas presenças. O caminho passa por algumas propriedades privadas e encontramos uma com a porta fechada. Tivemos que pular a cerca. Mas depois encontramos com o morador, que falou que poderíamos ter entrado na casa dele sem problemas. Tudo gente boa.
A curiosidade do dia foi que mais de um morador perguntou se iríamos para casa do Sr Quinzinho. Ele é bem popular por aquelas bandas. Para esta noite havia duas opções de hospedagem: a fazenda Caiçara de Cima, antes da subida da Serra de Caxambu, ou atravessar a Serra por mais 5 km e chegar no Sr Quinzinho. Optamos em ficar antes da subida da serra, na Fazenda Caiçara.
Chegamos na Fazenda Caiçara às 13 horas e fomos recepcionados pelo Rex, um cachorro preto enorme, que latia desesperadamente conforme andávamos. Logo vimos a Thais, nossa anfitriã. Ela, seu irmão e pais cuidam da fazenda e recebem os caminhantes de Cora. Estávamos no km 68 de nosso caminho.
Jantamos por volta das 18 horas e o destaque ficou para as batatas assadas e o abacaxi docinho de sobremesa. A hospedagem com as refeições ficou em R$ 120 por pessoa.
Deixamos para reservar a hospedagem da próxima noite em cima da hora. Não havia sinal da Vivo na Serra de Caxambu e tampouco Wifi na Fazenda Caiçara. Felizmente a Thaís compartilhou sua rede da Claro, e conseguimos agendar a Pousada Jardim das Flores na Radiolândia. A partir deste dia, comecei a agendar as hospedagens com pelo menos duas noites de antecedência. Não teríamos mais sinal da Vivo até a cidade de Jaraguá.
E até que fez um pouco de frio durante a noite. Quem diria… Frio em Goiás. Esta noite foi o único momento que usei minha blusa segunda pele, a única peça de roupa quente que eu carregava.
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Dia 5: Serra de Caxambu → Radiolândia (Pousada Jardim das Flores)
Total do dia: 25 km
Acordamos ainda escuro, tomamos café da manhã, fizemos nosso lanchinho de trilha e começamos a caminhar às 6h30, uns 30 minutos atrasados.
A Thaís da Fazenda Caiçara e seu fiel cachorro Rex nos acompanharam na subida da Serra de Caxambu. Achei a subida bem fácil, ainda mais após uma boa noite de sono. Foi uma subida curta de 2 km até as novas instalações da Fazenda. Estavam construindo uma bonita casa, ideal para ser alugada por uma família no final de semana.

Depois começou uma tranquila descida da serra em uma trilha. São mais 2 km até que o caminho atravessa uma fazenda. Atravessa mesmo, tem que abrir a porteira, entrar na fazenda e sair na outra porteira. É a Fazenda do famoso Sr. Quinzinho.
Assim que ele nos viu, nos ofereceu um cafezinho. Não tem como recusar tanta hospitalidade. Sentamos na mesa enquanto a Dona Cleusa preparava um café. Tomamos o café com prosa e seguimos. Bater um papo com o Sr. Quinzinho é parada obrigatória.
O café do Sr Quinzinho e a visita às futuras instalações da Fazenda Caiçara acabaram atrasando nosso plano, que era chegar cedo na próxima hospedagem, e evitar o Sol forte. Mas tudo bem, valeu a pena o atraso.

Deixamos a Serra de Caxambu para trás e passamos pelo povoado de Caxambu, km 75 de nosso caminho. A 5 km do povoado, fora do Caminho de Cora Coralina, está a “histórica Fazenda Babilônia, o mais importante empreendimento da região após a escassez do ouro, fundada no início do século XIX, pelo Comendador Joaquim Alves de Oliveira” (fonte: caminhodecoracoralina.com.br).
Continuamos no caminho, e um pouco antes de encontramos o rio Padre Souza, eu quase pisei em uma pequena cobra.

Após 9 km do povoado caminhamos pela BR 153 por 1,5 km para depois voltarmos para a rua de terra. Este trecho de 1,5 km na BR 153 não existe mais no último tracklog atualizado no site oficial.
Além da cobra, foi inusitado ver um veado fugindo de nós. Também começamos a ver mais gados no caminho, e era bem curioso vê-los nos seguindo enquanto caminhávamos.

Seguimos cercados de fazendas, com poucos momentos de sombra, até a rodovia GO-553. A rodovia até o povoado de Radiolândia não estava asfaltada, e nem parecia uma rodovia.
Às 14h30min chegamos no povoado de Radiolândia, km 93 de nosso caminho. Ficamos hospedados na Pousada Jardim das Flores, por R$ 120 por pessoa. A pousada estava recém reformada com instalações impecáveis. A Cira, a simpática proprietária, nos recebeu com uma deliciosa limonada e torta de frango, além do jantar e café da manhã do dia seguinte. Para nós, foi uma das melhores hospedagens do caminho.
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Dia 6: Radiolândia → São Francisco de Goiás (Estância Colher de Pau)
Total do dia: 28 km
Saímos às 6h20min do pequeno povoado de Radiolândia, e tivemos o privilégio de ver o nascer do Sol no caminho. Foi perfeito, é assim que gostaríamos de começar todos os dias do Caminho de Cora Coralina, aproveitando ao máximo o frescor matutino.

Na saída da Radiolândia caminhamos cerca de 2 km em um trecho asfaltado da rodovia GO-553, e logo voltamos para a rua de terra.
Continuamos caminhando ao lado de várias fazendas e vimos muitos gados. Um deles estava preso no tronco de uma árvore. Ficamos apreensivos pelo animal. Sem nenhuma experiência não sabíamos como ajudá-lo. Ainda bem que passou um caminhão carregando barris de leite bem naquele momento, e pedimos ajuda. Quando o rapaz ia ajudar o gado, o pobre animal conseguiu escapar da árvore sozinho, e saiu correndo saltitante para a liberdade.

Como todos os dias no caminho, vimos muitas aves. Foi o que eu mais gostei durante esta caminhada. E quando não víamos, ouvimos. A cantoria rolava o dia inteiro. Muito bom. Neste dia infinitos periquitos ou maritacas, não sei ao certo, deram um show no milharal, voando para lá e para cá.

Todos os dias também vimos placas com frases de Cora Coralina. Neste dia, o curioso foi ver uma frase repetida: “Sobrevivi, me repondo aos bocados, à dura compreensão dos rígidos preconceitos do passado”. Eu realmente estava prestando atenção…

Depois de abrir e fechar muitas porteiras, e ver muitos gados, tivemos um encontro com um dos responsáveis pelo Caminho de Cora Coralina. Ele estava acompanhado de bombeiros, e estavam trabalhando em melhorias no trajeto. Ele ficou muito feliz em nos ver.
Estávamos caminhando na mesma rua de terra por alguns km, sempre seguindo a sinalização do Caminho de Cora Coralina. Imensas plantações de milho começaram a nos acompanhar. Era milho a perder de vista. No meio do milharal e embaixo do Sol goiano, vimos a sombra de uma árvore. Era quase uma miragem.
Completamente suados, paramos um segundo para beber água e aproveitei para checar o tracklog no celular. Fazia um tempo que eu não via as pegadas de Cora.
Surpresa! Estávamos fora do caminho. Ah! Que alegria foi saber que havíamos caminhado 1,5 km errado e teríamos que voltar, totalizando 3 km de desperdício. A emoção neste momento foi simplesmente contagiante! 🤬
A partir daí comecei a verificar o tracklog com mais frequência. Voltamos para o caminho, e o sofrimento começou a aparecer com o Sol impiedoso e radiante no céu. E então, como um milagre, um anjo apareceu quando faltavam uns 3 km para São Francisco de Goiás. Era um morador que parou o carro, abriu a porta e nos ofereceu uma carona. E olha que a gente nem pediu nada. Parece que ele sabia que tínhamos nos perdido no milharal e estávamos cansados.
Às 13h20min nossa carona nos deixou em frente à Estância Colher de Pau, localizada na entrada da cidade de São Francisco de Goiás, km 121 de nosso caminho. A estância é a casa do simpático e receptivo Onilavir. Pagamos R$ 120 por pessoa, incluso lanche, jantar e café da manhã.
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Dia 7: São Francisco de Goiás → Jaraguá (Boa Vista Park Hotel)
Total do dia: 34 km (28 km caminhando + 6 km de carro)
Mais um dia acordando cedo. Para nossa surpresa, o caprichoso Onilavir madrugou e fez pão francês caseiro para nós. Estava bem gostoso, quentinho e fresquinho.
Quando ainda estávamos tomando café da manhã, nosso motorista chegou. Que motorista?!? Ontem, com ajuda de Onilavir, contratamos um transporte para nos levar por 6 km de asfalto por R$ 30. Por mais R$ 40, ele nos levaria mais 5 km pela rua de terra. Achamos caro e pagamos somente R$ 30 por 6 km de carro. Assim reduzimos a caminhada de hoje de 34 km para 28 km.
De carro atravessamos a cidade de São Francisco de Goiás, que nem chegamos a conhecer, e percorremos um trecho da rodovia GO-529.
Às 6h30min, com o dia amanhecendo, começamos nossa caminhada nas infinitas ruas de terra. O clima seco e sem nuvens proporcionava um belo nascer do Sol todos os dias.

Foi um dia sem nenhuma parada. Não paramos nem por um minuto, e fomos direto até Jaraguá.
Cruzamos o rio Pari em uma ponte de madeira, e apesar de não vê-lo, caminhamos paralelo à ele por quase todo o dia.
Era final de semana e vimos um grupo grande de ciclistas uniformizados pedalando por aquelas bandas. Tive a impressão que os goianos gostam mesmo é de pedalar.
Vimos lindas Ipês rosas enfeitando a paisagem rural, e as primeiras bananeiras do caminho.
Depois de 12 km em estrada de terra, cruzamos rapidamente a rodovia BR-070, e voltamos para a terra, onde vimos muitos abacaxis. Foi a primeira plantação de abacaxi que vi na minha vida. Os abacaxis são cobertos individualmente com papel para não secar. Jaraguá, a próxima cidade, é famosa por seu abacaxi e fábricas têxteis.

Além da boiada, que vemos todos os dias, hoje foi dia de nos surpreendermos com macaquinhos pulando de galho em galho.
Mais uma vez encontramos com a organização da trilha. Estavam trabalhando na sinalização da trilha.
Cruzamos pela primeira vez a linha de trem Ferrovia Norte-Sul. Logo depois há o entroncamento do Caminho de Cora Coralina. À direita seguimos para Jaraguá, nosso destino do dia, e à esquerda, o caminho segue para o povoado de Palestina, o destino para o próximo dia.
Caminhamos por uns 5 km paralelos à linha de trem, para cruzá-la novamente, desta vez pelos trilhos.

Quando cruzamos novamente o rio Pari, faltavam 6 km para terminarmos a caminhada do dia.

E conforme nos aproximávamos de Jaraguá, o movimento de carro aumentava. Estávamos em uma rua de terra, no auge da estação seca. Imagina a poeira que fazia. Completamente suados a 32ºC, chegamos literalmente empanados em Jaraguá, km 155 de nosso caminho. às 12h50min.
Às 12h50min entrávamos no saguão do Boa Vista Park Hotel, onde pagamos a diária de R$ 209 o quarto duplo com café da manhã.
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Dia 8: descanso em Jaraguá
Estar em Jaraguá, significa estar no meio do Caminho de Cora Coralina. Tive a impressão que Jaraguá é a maior cidade do Caminho de Cora Coralina. Isso porque a cidade é um polo industrial focado em confecções. Aproveitamos a boa infraestrutura da cidade e a piscina do hotel, para descansarmos um dia.

Para nossa alegria, naquele penúltimo final de semana de maio, a cidade estava enfeitada para a Festa do Divino Espirito Santo.
Enquanto saboreávamos um delicioso hambúrguer gourmet em frente à Igreja Nossa Senhora da Penha, fomos surpreendidos por cavalheiros e seus cavalos desfilando pelas ruas. Era época de Cavalhadas, um evento tradicional goiano que simboliza uma guerra medieval.

Dia 9: Serra de Jaraguá
Total do dia: 12 km
Acordamos bem cedo e fomos até a Serra do Jaguará. Este trecho também faz parte do caminho, mas para não ficar puxado dedicamos um dia para conhecer a Serra.
Às 5 horas da madrugada saímos do Boa Vista Park Hotel, e fomos a pé até a Igreja do Rosário, onde começa a subida para o Parque Estadual Serra do Jaraguá. Ainda estava escuro, e depois da igreja não havia mais a iluminação da cidade. Usamos nossas lanternas e seguimos pelo caminho principal de terra e cascalho por 5 km, até chegarmos no ponto mais alto, onde ficam várias antenas. Estávamos no km 161 de nosso Caminho de Cora Coralina.
Caminhamos bem rápidos para não perdermos o nascer do Sol e deu certo. Conseguimos apreciar a vista de toda a cidade e o Sol nascendo ao lado. Muito bom.

Na descida há uma trilha um pouquinho mais longa que faz um desvio para um poção. Nós descemos direto sem esse desvio, fomos mais rápido ainda.

Voltamos para o hotel a tempo do desjejum e tiramos o resto do dia para descansarmos mais um pouco.
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Dia 10: Jaraguá → Palestina (Hostel Vovó Catarina)
Total do dia: 34 km (24 km caminhando + 10 km de carro)
Percebi que fiquei uns 500 gramas mais leve. Minha segunda pele e minha toalha sumiram durante a arrumação do quarto do hotel, no dia anterior. Pelo menos essas duas peças não iriam fazer falta. A toalha usei somente no primeiro dia, depois do ti-bum no Salto de Corumbá. E a segunda pele usei somente na Serra de Caxambu. Ainda bem que essas duas peças já eram bem velhinhas.
O horário de café da manhã do Boa Vista Park Hotel era às 6h30min. Um pouco tarde para nós. Era final de maio e o dia estava amanhecendo às 6h10min. O ideal é estar caminhando assim que amanhecer. Sabendo que nós estávamos fazendo o caminho de Cora Coralina, nosso desjejum foi preparado às 5h30min. Tomamos café e suco, e pegamos pães para comermos no caminho.
No dia anterior, perguntamos na recepção do hotel se havia alguém que nos poderia levar de carro por 10 km, até o entroncamento do Caminho. O hotel nos indicou o Moisés, que ficou feliz em nos ajudar. Cobrou R$ 50 pela corrida. Esta foi a segunda e última vez que usamos transporte no caminho.
Algo interessante que o Moisés nos falou é que em julho venta mais em Goiás. Este vento deve ser um refresco durante a caminhada.
Às 5h30min, um pouco antes do combinado, o pontual Moisés chegou. Ele nos levou por 10 km de carro. Esses 10 km nós já tínhamos percorrido quando chegamos em Jaraguá. Desse modo, dos 34 km que teríamos que caminhar neste dia, caminhamos somente 24 km. Foi ótimo. Diria que esta seria a distância ideal de caminharmos todos os dias.
Começamos a caminhar bem cedinho, às 5h50min, e vimos mais uma vez o belo dia amanhecendo.
Como sempre, voltamos a percorrer uma estrada de terra, passando por fazendas. Neste dia passamos por três povoados: Vila Aparecida, Alvelândia e Palestina.

Em Alvelândia aproveitamos para comprar um picolé no Armazém Silva. Foi muito refrescante.
No dia anterior, depois que eu já tinha agendado e pago adiantado por PIX o Hostel da Vovó Catarina, localizado no povoado de Palestina, eu vi que em Alvelândia há uma hospedagem, chamada de Casa da Bilú. Do hotel em Jaraguá até Alvelândia seriam 29 km, o que daria para fazer a pé, dispensando o trecho em carro. Mas como já tínhamos pago o Hostel da Vovó Catarina, fomos direto para Palestina.
Foi um bom dia de caminhada com direito a Ipê rosado, plantação de abacaxi e de tomates.

Além das aves de todos os dias, vimos mais macaquinhos cruzando a rua roubando milho do milharal, e outra cobra atravessando o caminho.

Chegamos em Palestina, km 201 de nosso caminho, ao meio-dia. Não deu tempo do calor nos causar sofrimento.

Em Palestina ficamos hospedados no Hostel Vovó Catarina, por R$ 120 por pessoa. O hostel fica em uma antiga escola que foi adaptada. Como éramos somente nós dois, ficamos no quarto dos meninos, que é uma antiga sala de aula. O Hostel nos ofereceu uma boa comida, com destaque para a farofa, o enorme pão de queijo e o delicioso bolo de banana.
Quando chegamos o almoço estava saindo, então optamos por almoçar (e não jantar), e depois comer um lanchinho da tarde.
À noite ficamos somente eu, o Ramon, um cachorro, os morcegos, os mosquitos, e uma enorme aranha no Hostel da Vovó Catarina.
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Dia 11: Palestina → Itaguari (Auto Posto Hotel Itaguari)
Total do dia: 16 km
Como a caminhada deste dia seria razoavelmente curta, somente 16 km, saímos um pouco mais tarde, às 7h15min.
Ao acordarmos um casal de tucano nos dava bom dia no Hostel Vovó Catarina.

O caminho era mais arborizado e com sombras. Como sempre, caminhamos por fazendas em um caminho veicular de terra. A paisagem rural estava bem bonita.

Vimos gados, tucanos, bananeiras, milharal e outras plantações que nossa ignorância não conseguia identificar.

Às 11 horas chegamos em Itaguari, km 217 de nosso caminho. Passamos em frente à igreja e fomos para o Auto Posto Hotel Itaguari.

No Auto Posto Hotel Itaguari tivemos um quarto bom, limpo e com preço justo. Pagamos a diária mais barata do Caminho de Cora Coralina: R$ 100 a diária do casal com café da manhã.
Na praça da cidade saboreamos uma deliciosa pamonha salgada à tarde, e à noite comemos uma econômica jantinha.
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Dia 12: Itaguari → São Benedito (casa da Lindalva)
Total do dia: 27 km
No dia anterior avisamos o dono do hotel em Itaguari que iríamos acordar cedo, e que já tínhamos um biscoito para comer. Como a diária era muito barata, imaginávamos que ninguém prepararia nosso café da manhã no horário que queríamos, então achei melhor avisar para não se preocuparem conosco.
Acordamos cedo, arrumamos nossas mochilas, e às 5h30min fomos abastecer nossa garrafa de água no corredor do hotel. E para nossa surpresa a mesa do café estava pronta. Foi ótimo. Fizemos um lanche de pão francês, queijo, presunto e ovos mexidos. Tomei um café bem quentinho e um suco fresquinho. Sem dúvidas o Auto Posto Hotel Itaguari foi um ótimo custo x benefício do Caminho de Cora Coralina.

Às 6 horas começamos a nossa caminhada. O caminho segue parecido com o dia anterior, atravessando fazendas em ruas de terra. No começo a paisagem rural estava bem bonita. Depois passamos por grandes plantações de milho.
De diferente, hoje vimos mais corujas que nos outros dias.

Durante a manhã, como sempre, o Sol batia em nossas costas. Caminhar no sentido inverso não deve ser uma boa.
Não passamos em nenhum povoado e a próxima hospedagem após Itaguari fica em São Benedito, na casa da Lindalva, onde ela dispõe de um quarto para receber os caminhantes.
Faltando uns 4 km para São Benedito encontramos um pessoal que estava sinalizando o caminho. Eles eram os responsáveis pela sinalização de Itaguari até Goiás. E realmente a sinalização estava bem boa neste dia, com todas as curvas muito bem sinalizadas.

Às 12h30min chegamos em São Benedito. São Benedito é um povoado de Itaberaí, distante 9 km da cidade, cortado pela rodovia GO-156. Neste povoado há vários mercados exibindo embalagens de polvilho/fécula de mandioca. Se quiser polvilho, lá é o lugar para comprar. Aproveitamos e compramos um picolé em um mercadinho. Já estávamos no km 244 de nosso caminho.
Em São Benedito ficamos na casa da Lindalva, que disponibiliza um quarto para os caminhantes. O destaque no quarto era a Smart TV, um luxo no caminho. Mas infelizmente o quarto estava um forno. Foi impossível descansar na cama antes do Pôr do Sol. Tomamos banho, e ficamos na varanda em frente à cozinha até o Sol se pôr.
Quando chegamos o almoço já estava pronto, então aproveitamos para fazer nossa refeição. No final do dia, a Lindalva fez um delicioso bolo de cenoura e biscoito de polvilho (óbvio!) para nós.
Acho que por conta do quarto-sauna, ela cobrou um pouco menos que a maioria dos apoiadores do caminho. Pagamos R$ 110 por pessoa. Ela também foi a única que não aceitou PIX como pagamento. Ainda bem que tínhamos dinheiro físico.
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Dia 13: São Benedito → Calcilândia (Estância Carvalho)
Total do dia: 23 km
Saímos por volta das 6 horas da casa da Lindalva, e caminhamos cerca de 4 km pela rodovia GO-156.

Quando entramos na rua de terra, logo vimos o rio Uru, um bom lugar para se banhar e acampar. Ao lado do rio havia um bar, que naquele horário ainda estava fechado.

Seguimos pela área rural. Vimos corujas, macacos, águias e urubus.

Passamos por uma imensa plantação de milho, que parecia não ter fim.

Vários carros e caminhões cruzaram por nós. Um carro parou para conversar conosco, o animado motorista parecia ser um próspero fazendeiro da região. Um caminhão nos ofereceu carona, olhamos para dentro e já havia uns três sentados. Agradecemos e recusamos. Acho que ficaria um pouco apertado.
No final do milharal, começou a plantação de cana de açúcar. Viramos à esquerda e seguimos por 2 km em uma estrada vicinal. Outros caminhões transitavam por lá.
Encontramos novamente o asfalto, quando chegamos na rodovia GO-522. Viramos à direita na rodovia e depois de 1 km, paramos para tomar um refri em um bar de estrada, já em Calcilândia. Era um lugar de parada dos caminhoneiros.
Saímos da rodovia por uma rua à direita e depois de 1 km chegamos na Estância Carvalho, km 267 de nosso caminho. Passavam 10 minutos do meio-dia.
A Estância era muito agradável, arejada e fresca. O quarto era bem limpo, arrumado, amplo com armário e banheiro. Depois do quarto super quente na Casa da Lindalva, ver o ar condicionado foi um alívio. Ótimo lugar para descansar. Ainda aproveitamos a máquina de lavar roupa para dar um trato na roupa. Pagamos o habitual R$ 120 por pessoa.
Na frente da Estância havia um mercadinho, onde compramos sabão para lavar roupa, sorvete e cerveja. Ao anoitecer chegou nossa janta. Desta vez nossa refeição foi tipo um Marmitex.

Apesar da comida não ter sido preparada na hospedagem, todo o resto compensou. No calorão de Goiás, a Estância Carvalho era realmente bem fresquinha. Não precisávamos de mais nada. Eu diria que a Estância Carvalho empatou com a Pousada Jardim das Flores em nossa preferência durante o Caminho de Cora Coralina
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Dia 14: Calcilândia → pousada Caminho de Cora
Total do dia: 12 km
Como a caminhada seria bem curta, saímos tarde de Calcilândia. Tomamos o café da manhã, e fizemos um lanchinho de trilha para garantir. Começamos a caminhar às 9 horas.
A saída de Calcilândia é em uma estrada de terra bem larga, onde vários caminhões pesados iam e viam. Antes de sairmos da estrada, alguns curiosos caminhoneiros perguntaram sobre nossa caminhada. Eles ainda não tinham ouvido falar sobre o Caminho de Cora Coralina.
Seguimos pela rua de terra com boas paisagens. O dia nublado deixou tudo mais agradável. Era sábado, dia de goiano passear. Cruzamos com vários ciclistas e um carro de apoio.

Depois da Serra de Caxambu, lá nos primeiros dias do caminho, caminhamos novamente em um pequeno trecho de trilha. Pelo menos, me pareceu inviável passar carro por lá, pois o terreno estava muito acidentado.
A Pousada Caminho de Cora, como o nome já diz, fica no Caminho de Cora Coralina, ainda em Calcilândia. Chegamos na pousada às 11h50min. Estávamos no km 279 de nosso caminho.

Esta foi nossa hospedagem mais cara durante o percurso. E sem dúvidas, o lugar mais agradável. Tem 6 quartos e uma piscina no meio. O gramado era verdinho, e dois lindos cachorros aproveitavam para brincar. Adoro cães. Atrás da pousada há uma pequena praia onde passa um rio de águas cristalinas.
Fomos recepcionados com uma tábua de frios e logo depois almoçamos. À noite teria pamonha. Mas ficou pronta às 22 horas, quando já estávamos dormindo.
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Dia 15: Pousada Caminho de Cora → Goiás Velho
Total do dia: 26 km
Havíamos combinado no dia anterior que começaríamos a caminhada às 6 horas, e o café da manhã seriam às 5h30min. Tivemos azar, a responsável pelo café da manhã, na Pousada Caminho de Cora, perdeu a hora e não apareceu. Ainda bem que sobraram pamonhas da noite anterior. Pegamos algumas para levarmos como lanche.
Às 6 horas, quando estávamos com o pé na porteira, a caseira da pousada apareceu. Tarde demais. Este foi o único dia que não tivemos café da manhã. Justo na hospedagem mais cara. Pelo menos começamos a caminhar na hora que queríamos.
Saímos da pousada, demos alguns passos, e para nossa surpresa, tivemos que tirar nossos tênis para cruzarmos um córrego.
Continuamos na rua de terra e em algum momento entramos em uma trilha com um matagal alto e úmido. Foi bom para “lavar” os nossos calçados.

A paisagem estava bonita com vista para Serra Dourada.

Voltamos para a rua de terra, e depois de uns 5 km após a pousada passamos pela Cruz do Chico Mineiro, que é o local onde o tropeiro Chico Mineiro morreu.

Mais 5 km de caminhada, e passamos pelas ruínas do Arraial de Ouro Fino, o marco inicial da mineração goiana.

Seguimos o caminho pelo Vale das nascentes do Rio Vermelho. Passamos por alguns rios, e até daria para dar um ti-bum em alguns deles.
Quando faltavam uns 6 km para chegarmos em Goiás Velho, encontramos a Igreja do arraial de Ferreiro. Uma placa convidativa na porta dizia “Empurre”. Empurramos, claro! O interior de uma pequena e arrumada igreja se abriu para nós.

Começamos a descer para a cidade de Goiás. O tédio começou a me assombrar. Apesar do dia estar parcialmente nublado e haver razoáveis sombras no caminho, eu estava derretendo e não via a hora de acabar.
O final do caminho se dá em 3 km de rodovia GO-164. Rodovia bem perigosa e cheia de curvas.

Seguimos acompanhando o Rio Vermelho até entrarmos na charmosa cidade de Goiás, onde Cora Coralina morou e tem um museu em sua homenagem. Achamos seu centro histórico lindo. Como é tombado pelo Patrimônio Histórico, as casas estão bem conservadas e bem pintadas.
Fomos para a Pousada do Ipê, tomamos banho, almoçamos, nos refrescamos na piscina, lavamos roupa, e só depois, quando o Sol estava quase se pondo fomos conhecer a cidade. Era domingo e infelizmente o museu de Cora Coralina estava fechado. snif, snif..
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Show, parabéns pela caminhada e material.
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Muito obrigada José. Fico feliz com seu comentário. 🙂
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