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Se você você gosta de trekking e vai para o Chile, pare alguns dias a mais em Santiago. Você vai adicionar uma aventura incrível em sua viagem.
Em julho de 2015, fizemos uma travessia em alguns parques andinos da região metropolitana de Santiago. Foi uma trilha autossuficiente, sem guia e no meio do inverno. Não é coisa para inexperientes mas também não é destinado apenas a super heróis.
Resumo da caminhada
- País: Chile
- Cidade próxima: Santiago do Chile (28 km)
- Início: portaria Parque Puente Ñilhue
- Fim: Camino Al Volcán, em San José de Maipo
- Distância total: 41 km
- Duração: 5 dias com folga
- Período: julho de 2015
- Pontos de água: necessário derreter neve (no inverno)
- Elevação acumulada: subimos 3.239 metros e descemos 3.335 metros
- Altitude máxima: 3.256 metros
- Mapa da trilha: Wikiloc
- Previsão do tempo: Windguru
- Dificuldade: Moderada Pesada. É necessário um bom condicionamento físico e experiência em montanhismo.
Como chegamos
Chegamos em Santiago do Chile por via aérea.
Estávamos carregando uma bagagem a mais e então escolhemos um hostel onde poderíamos deixar nossas coisas para pegar depois. Escolhemos pelo Booking mesmo.
Santiago é um excelente local para se comprar comidas e equipamentos de trekking. Fomos na loja Tatoo e compramos gás, piolet e crampones. Crampom, apesar de ter sido inútil na viagem, não recomendo ir sem, você pode pegar dias mais frios e a neve ficar dura, impossibilitando sua locomoção. Já o piolet chegamos a usá-lo tanto para coletar neve, como para segurança de apoio.
Em Santiago pegamos metro e depois pagamos um táxi, para nos deixar no início da trilha, que fica na portaria do Parque Puente Ñilhue, no Camino Antiguo a Farellones. Poderíamos ter economizado um pouco mais no táxi, mas o bolso pagou pela preguiça de pesquisar, e desembolsamos quase R$100 de táxi. Se tivéssemos pesquisado, não teríamos gasto nem a metade… mas… começou a aventura!
Dia 1: portaria Parque Puente Ñilhue – Valle Suizo
A trilha começa na administração do Parque Puente Ñilhue.

O trajeto que todos fazem no primeiro dia é da portaria do Parque até o cume Cerro Provincia, mas como começamos a trilha tarde, não iria dar tempo de chegar no cume à luz do dia.
A ideia inicial era subir até o Alto del Naranjo, um morro anterior ao cume, que ganhou destaque popular por ter uma enorme árvore. Lá, pegaríamos neve, afinal era inverno e estávamos contando derreter neve para obter água.
Na entrada do parque, um guardaparque muito atencioso deu várias dicas, após cobrar a entrada de CLP 10.000, equivalente para duas pessoas e 3 noites. Passou um celular de contato para emergência e por último nos dá uma má noticia: não tem neve no Alto del Naranjo e não é permitido mais acampar neste local. Estão tentando preservar o lugar.
Tivemos que levar o máximo de água possível desde a guarita. Mas não tínhamos garrafa suficiente para passar a noite. Então o guardaparque nos deu uma solução matadora: “Anda mais 20 minutos, e acampa em um local chamado Valle Suizo, onde é mais provável encontrar neve e tem uma linda vista para a cidade.”
E assim começamos às 14:40, uma subida sem dó, bem inclinada e com muito calor, apesar de ser inverno e estarmos nos Andes!

Chegando no Alto del Naranjo havia pouca neve. E a neve estava totalmente suja de terra. Local bonito, agradável e fácil acesso, mas pequeno. Deveria ficar lotado quando era permitido acampar por lá.

Continuamos tensos até o tal do Valle Suizo. O ponto estava marcado em nosso GPS. Quando chegamos às 18:40, vimos neve na encosta e foi um alívio. Local excelente para acampar e com uma incrível vista de Santiago. Mas tem seus inconvenientes: lama e excremento de gado.

Armamos a barraca e fomos coletar neve. A lembrança de água da patagônia, que é degelo da neve e dos glaciares, é de um gosto maravilhoso. E isso nos dava a certeza que seria uma experiência maravilhosa beber água derretida da neve. Quanta inexperiência!
Insetos, folhagem, terra… Tudo escondido dentro daquela coisa branca e impecável. O alumínio da panela não só derrete a neve, mas também deixa a água com um gosto estranho. Tirar água da panela e colocar dentro da garrafa, é outra manobra difícil para quem não pensou em levar um funil.
Ainda estava claro e a cidade estava escondida nas nuvens. Santiago é uma cidade cercada por altas montanhas, e por isso poluição e nuvens ficam presas. Então começa o anoitecer e o milagre acontece. Dá pra ver tudo! Durante o dia, a poluição, nuvens, são iluminadas pelo sol e a cidade some. A noite, tudo fica visível. Mesmo efeito de usar farol alto em neblina, com muita luz, tudo fica branco.

Curiosidade: durante a noite, dois corredores de aventura passaram pelo local. Foram até o cume e voltaram. Malucos.
Resumo do dia 1 | |
Total percorrido Tempo Subida acumulada Descida acumulada Altitude máxima Dificuldade |
5,7 km 4h10min 996 metros 85 metros 1.931 metros Moderada Leve |
Dia 2: Valle Suizo – dommo Cerro Provincia
Às 11 horas, começamos a subida rumo ao cume do Cerro Provincia.

A neve vai tomando conta a medida que subimos. Cavalos selvagens… o que eles faziam lá eu não sei. Mas pastavam em meio à neve. Águias e condores também são comuns. Vimos pegadas de animais na neve em todo lugar.

Até que chegamos em um famoso e preocupante ponto: o paso de Rocas.

O paso de Rocas, é um dos pontos mais emocionantes da travessia Altas Cumbres. Apesar da montanha se afinar a ponto de se ter precipícios de todos os lados, é menos perigoso do que parece.
A montanha se estreita, abismos em ambos os lados e você tem que “escalar” uma passagem entre rochas. Que medo! Posso falar? Fácil. Subir de um lado e sair do outro foi tranquilo. Claro, só não tropece. Caiu? Sei lá se o piolet segura. A visão dá medo, mas na prática é bem tranquilo. Sobrevivemos.
Depois disso é uma subida nevada até o cume, onde vimos o Dommo. Dommo? Sim! Teoricamente, você pode fazer esse trekking sem levar barraca! Dommo, para quem não sabe, é uma barraca de formato meia bola, feita de aço e madeira. Só não me pergunte o que fazer se você não levar barraca e o Dommo estiver lotado… Cabem 8 pessoas lá dentro. Se houver amor, 10 ou 12.

Chegamos no Dommo e estava um pouco sujo lá dentro. Mas com uma vassoura que ali estava, limpamos tudo. Nos demos o direito de não sermos bons samaritanos e carregar lixo alheio montanha abaixo. Deixamos do lado de fora.
Fora o lixo encontrado, o Dommo estava inteiro e sem pichações! Nada quebrado, bem cuidado. Apesar de estar a 30Km do centro de Santiago, com 5 milhões de pessoas, nenhum vândalo passou por lá.
Subimos no cume, que fica a poucos metros do Dommo e vimos o pôr do sol.

Nos preparávamos para dormir. Estávamos felizes e um pouco egoístas… Afinal o Dommo era nosso e não o dividiríamos com ninguém. E então chega um casal chileno. Conversamos pouco, era realmente tarde, já íamos dormir. Dormir, aliás, demorou, porque eles chegaram tarde, tinham que derreter neve, cozinhar, se trocar, etc…
Mas foi bom termos encontrado eles, pois nos deram a dica para o último dia. Há três possíveis destinos para terminar a travessia: Parque Mahuída pelo Cerro La Cruz, Parque Quebrada Macul ou Cajón del Maipo pelo El Manzano. Segundo eles, a descida pelo Cajón del Maipo é a mais longa, mas a mais amena e protegida pela vegetação. Foi nossa escolhida.
Você fica muito andando na crista da montanha, vendo Santiago o tempo todo. Descer para Cajón del Maipo era uma opção de ver algo diferente. No último dia vimos diversos coelhos correndo na neve, o lugar é bem mais selvagem, você se isola e esquece que tem uma metrópole ao seu lado.
Resumo do dia 2 | |
Total percorrido Tempo Subida acumulada Descida acumulada Altitude máxima Dificuldade |
4,4 km 4h10min 870 metros 68 metros 2.741 metros Moderada |
Dia 3: dommo Cerro Provincia – acampamento antes de San Ramón
Acordamos e saímos às 9:30, bem mais cedo que o outro casal. Já tínhamos conquistado o Cerro Província, agora tínhamos que atravessar a crista até o Cerro San Ramón. Seria uma caminhada longa, de aproximadamente 9 horas.
Poucos passos após a saída do refúgio, a jornada é ladeira abaixo, com aproximadamente 200 metros de desnível. Logo depois começa a caminhada em crista de montanha. Tão desagradável caminhar com vista 360 graus o tempo todo…
Segue uma subida gradativa e mal marcada até o Cerro Tambor, cujo cume tem uma estação meteorológica. Ao lado da estação havia uma área de acampar de babar!

Então em um ponto havia uma crista com uma passagem por pedras e com abismos em ambos os lados. Vimos algumas pegadas na neve, bem na lateral da montanha. E decidimos segui-las.
A neve estava fofa e afundava até a cintura. As pegadas eram espaçadas demais e com ‘pés’ juntos. Montanhista canguru? O tamanho da pegada também não batia. Não eram pegadas humanas, mas de algum animal grande. Cavalo? Impossível.
Após contornar a montanha na lateral, começou uma crista, com neve bem mais firme. E então as pegadas ficaram mais nítidas: eram de puma.

Você deve imaginar que era um lugar muito selvagem, longe da civilização. Para se localizar, em linha reta, são 20 km do centro de Santigo do Chile. Lá, vivem mais de 5 milhões de pessoas, quase 1/3 da população de todo o Chile. A presença de um predador, demonstra a saúde de todo o ecossistema.
Ao fundo, temos o oeste, e vemos a mesma cadeia de montanhas que abriga Valle Nevado e todas as estações de Ski que os brasileiros adoram.
Pouco mais à frente, acaba a crista e temos uma forte descida (última descida do gráfico abaixo).

Não parecia que o caminho era por ali, mas o GPS confirmava o trajeto. Essa descida era algo realmente assustador. Não sabíamos se a melhor opção era descer pela direita, lado mais rochoso com pedrinhas pequenas e bem escorregadio, ou pela esquerda onde era totalmente nevado. Ambos lados estavam apimentados com um precipício.
Optamos pela neve. Piolet na mão. Foi bom viver, estávamos preparados para o fim. Mas depois de caminhar 10 metros, afundando até a cintura, estava claro que aquele era o caminho, não tão difícil quanto parecia. Sobrevivemos novamente.

Sobre a foto acima: Ramon colocou a máquina no tripé, programou o timer para 2 horas e fomos até o cume. Difícil foi voltar para pegar a máquina, totalizando 6 horas de caminhada. Acreditou? Era um casal chileno, que saiu do refúgio 2 horas depois da gente.
No GPS existia um ponto chamado “pirca donde acampamos”. Esse ponto, baixado do Wikiloc era a aventura de dois chilenos que fizeram a travessia em dois dias. Optamos ficar por lá ao invés de seguir com mais 3 horas de caminhadas para o próximo Dommo.
Havia um lindo muro de pedras que poderia servir de abrigo de vento a uma barraca, mas só se ele não estivesse totalmente coberto por neve. Procuramos outro ponto e tivemos que limpar o chão sujo com pedrinhas de todos os tamanhos e descobrir que as estacas da barraca não entravam no solo, muito pedregoso. Ventava forte e ancoramos a frágil barraca chinesa com pedras.

O casal chileno apareceu depois que nos instalamos e seguiram em frente. Dormimos bem, apesar de ter ventado toda a noite.
Resumo do dia 3 | |
Total percorrido Tempo Subida acumulada Descida acumulada Altitude máxima Dificuldade |
5,2 km 4h50min 606 metros 395 metros 2.949 metros Moderada Pesada |
Dia 4: acampamento antes de San Ramón – dommo San Ramón
O dia começou preguiçosamente às 11h00 sob um nevoeiro. Um sobe e desce leve, mas 100% em neve fofa. Quando a neve acaba, começa uma subida de respeito para o ataque final.

Um vento gelado predominava. O Ramon até colocou um casaco corta-vento. Apenas quem realmente o conhece sabe o que isso significa: estava muito frio. Colocamos no GPS a referência “cume San Ramón” e seguimos.
Após uma subida brusca, entre terra deslizante e neve, chegamos em um platô. Trilha? Que trilha? O caminho estava correto, mas não dava para enxergá-lo. Então começa uma subida leve em terreno irregular e mal marcado. Assim se conduz ao cume do San Ramón. Conseguimos! Santiago estava aos nossos pés!
Abrigados em um pequeno muro, lanchamos. O Ramon colocou no GPS “Dommo San Ramón” e ficou se xingando. O GPS indicava que teríamos que voltar no mesmo caminho. Havíamos passado próximo ao Dommo, uma horas atrás. Poderíamos ter deixado nossas cargueiras lá, para depois seguir para o Cume. Carregamos peso à toa por duas horas. 😦

Entramos no Dommo e não parava de ventar. Estava muito frio. Havia um pedaço de gelo no interior do dommo, maior que um tijolo. No dia seguinte fomos embora e ele não derreteu uma gota. A temperatura máxima dentro do Dommo, deveria estar menor que zero grau.

Resumo do dia 4 | |
Total percorrido Tempo Subida acumulada Descida acumulada Altitude máxima Dificuldade |
4,5 km 3h10min 467 metros 200 metros 3.256 metros Moderada |
Dia 5: Dommo San Ramón – Santiago
O agradável seria quebrar o último dia em dois. Era uma distância longa com descida pesada, mas nosso gás acabou, o que significa que não conseguiríamos derreter gelo para obter água. Mesmo antes da descoberta do “estamos sem gás” falávamos em descer de uma vez. É uma travessia de três dias, e hoje era o quinto dia… muita moleza, né? Pelo menos hoje, pegaríamos pesado.

Acordamos muito cedo e saímos logo após o amanhecer, às 9:00. Achávamos que seria uma navegação fácil, bastava ir para oeste e depois da descida, ir para o sul até chegar na estrada, tudo bem marcado, bem tranquilo. Que engano! Até o refúgio Los Azules a trilha era bem confusa.
Ainda no alto da montanha, saindo do Dommo, via-se algumas marcas e trilhas sentido oeste. Fomos seguindo as marcas, sempre montanha abaixo, aguentando vento e pedrinhas voando.

Conforme descíamos, as marcas e trilhas foram sumindo! Pior. Muitas vezes havia caminhos bem marcados que levavam para lugar errado. A geografia não ajudava. Várias montanhas, dificultavam visualizar ou imaginar qual o caminho seria o correto.
Santo GPS! Chegamos no refúgio Los Azules e apenas a partir de lá a navegação por instinto, fácil e segura seria possível. O refúgio Los Azules é na verdade, uma casa de pedra em ruínas, sem teto e com paredes a “meio mastro”.

Depois do Los Azules há muita lama, que grudava na bota, deixando-a mais pesada. Parecia que a bota dobrou de tamanho! Isso continua, até chegar próximo do rio El Manzano.
Depois fica ainda mais fácil, sempre beirando o rio, que cruzávamos várias vezes, sem molhar as botas.

Andamos em uma estrada de terra, e para nossa surpresa, a estrada acabava em um portão intransponível fechado por cadeado! Leia de novo a palavra intransponível. Não era possível, pular cerca, passar por baixo, nada.
O GPS não dava a menor pista, nada daquilo estava no mapa. Mas o GPS ajudava a não andar em círculos. Tinha que encontrar um local para pular a cerca. Fomos caminhando sentido leste, ora beirando cercas cheias de cachorros bravos em propriedades particulares, ora contornando geografia natural, como árvores. Até que achamos um buraco para fuga!
Cerca vencida e logo chegamos no Camino Al Volcán, onde encontramos um ponto de ônibus. Acabou! Eram 19:20 e mais 15 km de ônibus já estávamos na capital chilena procurando um metro.
Resumo do dia 5 | |
Total percorrido Tempo Subida acumulada Descida acumulada Altitude máxima Dificuldade |
21,1 km 9 horas 300 metros 2.587 metros 3.205 metros Moderada Pesada |
Dicas
- Não leve comida do Brasil, apenas se for essencial por logística ou tempo. Supermercado chileno é sensacional, tem muitos produtos que os nossos mercados nem sonham.
- Melhor época é a primavera. No inverno também é muito bom, recomendo. Nunca vá no verão ou outono, porque apesar de possível, não tem água nenhuma e o calor deve ser insuportável.
- Água só se derreter neve. Leve um filtro de papel para tirar os detritos e use uma panela de inox ou titânio para melhorar o gosto horrível que o alumínio deixa.
- Leve um funil para não desperdiçar água.
- Leve dinheiro para pagar o ônibus da volta baixando pelo Los Azules, não aceita BIP!
- GPS para a descida do San Ramon via Los Azules, não é opcional. Sem GPS, você VAI SE PERDER. Não é impossível, mas vai ter sofrimento. Pelo menos foi assim no inverno, com a neve tampando caminho.
- O Chile tem isenção de impostos em muitos produtos, como piolet. Pode comprar sem medo equipamentos de montanha, você vai ver que eles tem um preço muito semelhante aos EUA.
Quer mais?
Tem muito mais aqui no blog e em nossas mídias:
Quer saber se você tem preparo físico e experiência para fazer essa travessia?
Se você já fez trilhas na Serra da Mantiqueira, já teve contato com vento e frio, como Patagônia, chilena ou argentina, e consegue se virar sem guia, você está totalmente preparado para os andes invernal.
Se você está começando nessa vida de trekking, recomendo começar por travessias em Paraty e Ilha Grande, ambos no Rio de Janeiro, onde há campings estruturados para te receber.
Se não quiser acampar, há opções de trilhas de um dia, como: Pico do Jaraguá em São Paulo, Serra do Lopo em Extrema/MG e Pico da Onça na divisa entre São Francisco Xavier/SP e Monte Verde/MG.
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Fontes
http://www.andeshandbook.org/senderismo … a_de_Ramon
http://asociacionparquecordillera.cl/trekking_travesias/