América do Sul, Chile, Magallanes y la Antártica Chilena

LAGO WINDHOND – nossa primeira pescaria

O lago Windhond está localizado no Isla Navarino, extremo Sul de Chile. É um imenso lago habitado por trutas e salmões.

O acesso a este remoto lago se dá por uma longa trilha, partindo de Puerto Williams, principal povoado da ilha.

A Isla Navarino é mais conhecida pelo circuito Dientes de Navarino. A trilha, que leva até o lago Windhond, é menos bonita e menos frequentada que o circuito. Seria uma segunda opção aos trekkers.

Antes de fazer esta trilha alugamos uma vara de pesca, que nunca tínhamos usado. E nos informaram que além do lago Windhond, no meio do caminho, também há uma lagoa com possibilidade de pesca.

Há dois caminhos para o início do trekking:

  • Mesmo início que o circuito Dientes de Navarino; neste caso é possível acrescentar 2 a 3 dias, e fazer o lago e o circuito de uma vez.
  • Início saindo de Puerto Williams, que foi nossa escolha.

Como chegamos

Nosso destino anterior foi a cidade argentina Ushuaia, localizada no sul da ilha Tierra del Fuego; de onde navegamos até à Isla Navarino.

Em Ushuaia contratamos pela Onashaga Expeditions, o traslado por bote para a ilha Navarino. São somente 45 minutos de navegação, chegando pelo Puerto Navarino. De Puerto Navarino, uma van nos leva por 54 km e 1h10min para Puerto Williams, onde está a aduana chilena.

O traslado é bem caro, 120 dólares americanos por pessoa. Segundo a moça que nos vendeu a passagem, é caro por ser um translado internacional e o Chile não permite a chegada de grandes embarcações argentinas; eles levam somente 12 pessoas por viagem, encarecendo essa travessia marítima. Para você ter uma ideia, o custo para ir de avião de Puerto Williams para Punta Arenas é o mesmo que ir de bote e van de Ushuaia para Puerto Williams.

Em Puerto Williams quase não há Airbnb, que está sendo nosso meio de hospedagem mais usado até o momento. Basicamente batemos na porta do primeiro hostal que vimos e ficamos. O Hostal Paso McKinlay é bem familiar e toda a hora que o dono nos via, nos convidava para tomar um café. Sempre de portas abertas, com a tranquilidade que um vilarejo austral pode dar.

Acessamos a trilha do Windhond, por uma rua de Puerto Williams.

Roteiro

No total foram 5 noites acampando, relatados com detalhes abaixo.

windhond completo

dia 1: Puerto Williams – laguna Alinghi

A trilha começa em Puerto Williams, entre as ruas Arturo Prat e Via 3. Na dúvida, pedimos ajuda de um morador, que gentilmente caminhou conosco até o início da trilha.

Ele nos deixou no início de um bosque. Seguimos a trilha até o bosque ficar para trás e começar uma turbera chata. Turbera é um terreno esponjoso e muitas vezes saturado de água, e conforme pisamos nossos pés afundam.

Riscos vermelhos, em árvores e pedras, indicavam que estávamos no caminho.

Chegamos em uma lagoa e começamos a subir mais inclinado. Algumas árvores caídas prejudicam a visualização da trilha. Mas algumas fitas rosas nos ajudam a não nos perder.

Continuamos a subir, passamos por outra lagoa e uma castorera.

LRM_EXPORT_20180314_110214

Quando começamos a descer encontramos a lagoa Alinghi, que deve ser a lagoa que tem peixes também. Mas como chegamos tarde, não tentamos a pesca.

Acampamos a 12 km do lago Windhod. No dia seguinte seria somente descida.

LRM_EXPORT_20180314_110157

Seguem abaixo a elevação e o resumo do dia 1.

dia 1

Resumo dia 1
Total percorrido
Tempo sem paradas
Subida
Descida
Altitude máxima
Dificuldade
12 km
4,5 a 5,5 horas
819 metros
478 metros
496 metros
Moderada

dia 2: laguna Alinghi – refúgio Charles

Contornamos a lagoa Alinghi pela direita e um pouco depois dela, depois de uma hora, há um destroço do que um dia foi o refúgio Beauchef.

LRM_EXPORT_20180314_110254

Andamos no meio do bosque e paramos para coletar morangos silvestres. Essa foi uma dica de nossa anfitriã de Puerto Williams. Essas frutas rasteiras são uma delícia. Vale muito a pena.

DCIM100GOPRO

Depois de um certo ponto há muitas árvores caídas na trilha, deixando o percurso bem ruim. Quando começa uma turbera, a trilha é desviada para ele e fica mais tranquila a caminhada.

Seguimos até o final da turbera, encontrando um pequeno e irritante rio. Tivemos que passá-lo com água até a cintura.

Entramos no bosque novamente e nos deparamos com o refúgio Charles. É um refúgio bem cuidado e amplo. Com cozinha, sala e beliches com colchão. Seria possível dormir dentro do refúgio, mas optamos em ficar com nosso lar ambulante no lado de fora.

LRM_EXPORT_20180314_110219

LRM_EXPORT_20180314_110302

Empolgado, Ramon foi logo tentar a pescaria, enquanto eu montava a barraca. Desiludido voltou com as mãos abanando.

LRM_EXPORT_20180314_110313

Nossa sorte é que neste dia havia um casal alemão no refúgio e o alemão ensinou o Ramon como soltar a linha da vara. Nem isso ele sabia. Foi de grande ajuda para o dia seguinte.

Seguem abaixo a elevação e o resumo do dia 2. Favor desconsiderar o pico mais alto, foi uma falha do GPS.

dia 2

Resumo dia 2
Total percorrido
Tempo sem paradas
Subida
Descida
Altitude máxima
Dificuldade
12 km
5 a 6 horas
320 metros
586 metros
360 metros
Moderada

dias 3 e 4: lago Windhond

Ficamos dois dias acampados em frente ao refúgio Charles e tentamos a sorte na pescaria. Corrigindo… o Ramon tentou a sorte.

LRM_EXPORT_20180314_110204

O lago Windhond fica a 5 minutos do refúgio Charles. O lago é enorme e tem uma grande praia na sua frente.

LRM_EXPORT_20180314_110227

Para pescar tem que entrar alguns metros no lago, ter paciência e ignorar o frio. Não conte comigo…

Com o conhecimento avançado adquirido no dia anterior, Ramon conseguiu pescar 2 peixes em cada dia. Pouco peixe, para muito tempo na água fria. Levamos menos comida na esperança de almoçarmos e jantarmos salmão. Pela escassez de proteína, não daria para ficar mais nenhum dia por lá.

LRM_EXPORT_20180314_110259

Mas valeu a experiência.

dia 5: refúgio Charles – laguna Alinghi

Voltamos pela mesma trilha do dia 2.

Seguem abaixo a elevação e o resumo do dia 5.

dia 5

Resumo dia 5
Total percorrido
Tempo sem paradas
Subida
Descida
Altitude máxima
Dificuldade
12,5 km
4,5 a 5,5 horas
560 metros
300 metros
366 metros
Moderada

dia 6: laguna Alinghi – Puerto Williams

Voltamos pela mesma trilha do dia 1.

Seguem abaixo a elevação e o resumo do dia 6.

dia 6

Resumo dia 6
Total percorrido
Tempo
Subida
Descida
Altitude máxima
Dificuldade
12 km
4,5 a 5,5 horas
388 metros
718 metros
498 metros
Moderada

Custos

Como não tínhamos muito pesos chilenos em espécie, e a cotação do dólar era boa nos estabelecimentos em Puerto Williams, pagamos quase todas as nossas despesas em dólares.

Seguem alguns custos em pesos argentinos (ARS), pesos chilenos (CLP) e dólares americanos (USD).

  • Taxa do porto de Ushuaia, individual: $ARS 60,00
  • Traslado de Ushuaia para Puerto Williams, em bote e Van, individual: $USD 120,00
  • Hostal Paso McKinlay, diária casal, quarto e banheiro privados, café da manhã e cafezinho à vontade: $USD 67,00
  • Refeição, restaurante Onashaga, preço médio individual: $USD 13,00
  • Aluguel da vara de pesca, 6 dias: $CLP 12000,00

Cotação em 25/02/2018:
$USD 1,00 = $BRL 3,24 = $ARS 19,95 = $CLP 590,00

Resumo do trekking

  • País: Chile
  • Cidade: Puerto Williams (Isla Navarino, Cabo de Hornos)
  • Início: Puerto Williams, entre ruas Arturo Prat e Vía 3
  • Fim: Puerto Williams, entre ruas Arturo Prat e Vía 3
  • Distância total: 48,6 km
  • Duração: 4 a 6 dias
  • Subida acumulada: 2089 metros
  • Descida acumulada: 2082 metros
  • Altitude máxima: 498 metros
  • Mapa da trilhaWikiloc
  • Previsão do tempo: Windguru
  • Período do trekking: final de fevereiro de 2018
  • Dificuldade: Moderada. Necessário bom condicionamento físico e conhecimento em acampamento selvagem.

Dicas

  • Se um cachorro de rua te seguir e você não tiver comida para alimentá-lo, espante-o imediatamente. A sugestão é jogar água nele.
  • Leve uma vara de pesca e se possível, aprenda a usá-la antes de ir.
  • Coma as frutillas silvestres que encontrar. São muito suculentas. Pergunte para um nativo que frutas você pode comer direto da natureza.
  • Leve um GPS ou um mapa off line no celular, árvores caídas em alguns trechos podem confundir.

Dados sabáticos

1140 km trilhados
110 noites acampando
30 cidades
11 cumes
8 meses
4 países

Quer mais?

Acompanhe nosso dia-a-dia no Facebook e Instagram.

Abaixo, veja outros lugares que conhecemos na Patagônia:

Cochamó
Acampe em La Junta no lindo vale de Cochamó no Chile.

Paso Rio Puelo
Travessia em trilha, do Chile à Argentina, chegando em Lago Puelo.

Refúgio Motoco
Na cidade argentina de Lago Puelo, ao lado de El Bolsón, começa a trilha que leva ao refúgio Motoco.

Refúgios em El Bolsón
Também acampamos nos refúgios Hielo AzulPiltriquitrónEl Retamal e Los Laguitos.

Bariloche
Não é só de esqui que vive Bariloche. Vá conhecer o Parque Nahuel Huapi.

Ushuaia
Ushuaia, cidade mais austral do mundo, também conhecida como Fim do Mundo; onde é possível ver lagoas, glaciares, montanhas, castoreras, turberas, pinguins e lobos marinhos.

Isla Navarino
Conheça o trekking mais famoso desta ilha: circuito Dientes de Navarino.

Publicidade

Deixe um comentário

Preencha os seus dados abaixo ou clique em um ícone para log in:

Logo do WordPress.com

Você está comentando utilizando sua conta WordPress.com. Sair /  Alterar )

Imagem do Twitter

Você está comentando utilizando sua conta Twitter. Sair /  Alterar )

Foto do Facebook

Você está comentando utilizando sua conta Facebook. Sair /  Alterar )

Conectando a %s

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.