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Entre janeiro e março de 2023 viajamos por 69 dias pelos Andes do Chile e da Argentina. No 27º dia de nossa viagem iniciamos uma linda travessia internacional pela área central dos Andes chilenos e argentinos, conhecida como Cruce de Los Andes.
Cruce de Los Andes foi um conjunto de manobras bem sucedidas comandadas pelo general San Martín em 1817, com o objetivo de conseguir a independência do Chile. Foram realizadas 6 travessias andinas simultâneas, saindo da Argentina rumo ao Chile. Uma delas partiu da província de Mendoza, passando pelo Paso Piuquenes, e chegando na região Metropolitana de Santiago.
A travessia pelo Paso Piuquenes se tornou uma caminhada turística lindíssima de aproximadamente 70 km, e está cada vez mais popular na região. Nós percorremos o Cruce de Los Andes no mesmo sentido que o general San Martín. Iniciamos nossa jornada na Argentina, mais precisamente em Manzano Histórico.
Manzano Histórico está localizado na Província de Mendoza, a 120 km da cidade de Mendoza. A região foi declarada Reserva Natural em 1994. Em 2012 a reserva foi ampliada, denominando-se desde então como “Area Natural Protegida Manzano Histórico – Portillo de Piuquenes”.
Você também pode ver nossa travessia em nosso canal do YouTube:
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- Resumo
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Resumo
- Países: Chile e Argentina
- Região/Província: Região Metropolitana de Santiago, Província Mendoza
- Cidades próximas: Santiago, Mendoza
- Início: Manzano Histórico, Argentina
- Fim: Termas del Plomo, Chile
- Distância total: 75 km
- Duração: 6 dias
- Altitude mínima: 1690 metros (Manzano Histórico)
- Altitude máxima: 4320 metros (Portillo Argentino)
- Realizado em: início de fevereiro de 2023
- Tracklog: Wikiloc
- Previsão do tempo: Windguru, Mountain Forecast
- Mídias: YouTube, Instagram
- Principais etapas:
- início no ponto de ônibus em Manzano Histórico (1690 msnm)
- subida até o Portillo Argentino (4320 msnm)
- descida até o refúgio Real de La Cruz (2870 msnm)
- cruzamento do rio Tunuyán (2840 msnm)
- cruzamento do rio ‘Chocolate’ (2970 msnm)
- vale do rio Palomares
- subida até o Paso Piuquenes (4110 msnm), onde está a fronteira entre Argentina e Chile
- descida até o rio Yeso (2970 msnm)
- cruzamento do rio Yeso, chegando na Termas del Plomo
- carona até o ponto de ônibus de San Gabriel, onde fica um posto dos Carabineros de Chile, a polícia local
Segue abaixo o nosso percurso no mapa:
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Melhor época
A melhor época para visitar qualquer montanha é na época seca, pois obviamente é mais agradável caminhar sem estar molhado, e sem pisar em um solo enlameado. Na época seca provavelmente o céu estará menos encoberto e as chances de apreciar bonitas paisagens são maiores. Além disso os fatores vento e neve, principalmente em altas altitudes, devem ser avaliados.
CLIMA
Analisando o site Worldmeteo, em relação à San Jose de Maipo, a cidade menos baixa próxima da travessia, observa-se que os meses mais secos são: dezembro, janeiro, fevereiro, e março. Vale observar que esta região tem um clima árido durante todo o ano.
A variação de temperatura em San Jose de Maipo, ao longo do ano varia de muito frio a morna. Em janeiro, o mês mais quente, a temperatura na cidade chega a 26°C, mas na prática acredito que alcance temperaturas maiores. Na altitude da montanha estará um pouco menos quente, mas mesmo assim será quente, pois a travessia não tem sombras. E durante o verão, o Sol estará presente em boa parte do dia, pois nessa época do ano os dias são mais longos, podendo a chegar a 14 horas e 23 minutos no dia 22 de dezembro.

Também vale observar que nos meses mais chuvosos, haverá neve nos pontos mais altos da travessia. E provavelmente a neve começará a ser derretida no início do verão. Talvez em novembro ainda tenha neve nos passos de montanha.
Sendo assim, acredito que os melhores meses para realizar essa travessia é entre dezembro e março.
VOLUME DOS RIOS
Durante a travessia cruzamos alguns rios, sendo que pelo menos dois deles são abastecidos pelo degelo de neve. No auge do verão, entre dezembro e janeiro, os rios estarão mais caudalosos e cruzá-los a pé será mais difícil. Isso porque o derretimento de geleiras durante o verão interfere na quantidade de água fluvial. Entre março e abril o nível dos rios provavelmente estarão mais baixos.
NOSSA TRAVESSIA EM FEVEREIRO
Nós fizemos a travessia no início de fevereiro de 2023. Como não havia árvores, estávamos sempre expostos ao Sol, aquecendo o corpo em movimento. Em contrapartida, o fato da travessia estar, em sua maior parte, acima de 3000 metros de altitude, contribuiu para uma agradável temperatura. Portanto o Sol não foi algo que nos incomodou.
À tarde sempre soprava um vento andino para refrescar ainda mais o ambiente. A ventania começava em torno das 13 horas. Vale observar que, apesar de intensos, não enfrentamos fortes ventos em nenhum momento de nossa caminhada.
Ao anoitecer, a temperatura baixava, e a ventania praticamente parava, nos proporcionando uma boa noite de sono em nossa barraca quentinha.
Durante toda a travessia não caminhamos na neve, e segundo um guia que encontramos, o cruzamento de rios sob influência de degelo, era possível até as 11 horas da manhã.
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Dificuldades
Considerando a nossa experiência, o Cruce de Los Andes teve 2 dificuldades a serem superadas: altitude e cruzamento de rios. Vale observar que para quem não tem preparo físico e experiência, haverá sempre mais desafios a serem vencidos. Cada um tem que se auto-avaliar para entender se tem condições físicas, psicológicas e técnicas para se enfiar na natureza. O que é fácil e divertido para alguns, pode ser um grande desafio e chato para outros.
Bora detalhar sobre a altitude e cruzamento de rios.
ALTITUDE
Particularmente eu começo a sentir a influência da altitude a partir de 4000 msnm. Menos que isso fico de boa. Mas isso varia para cada pessoa. Segundo o site Manual MSD: “Muitas pessoas podem subir de 1.500 a 2.000 m em um dia, sem problemas; contudo, cerca de 20% das que sobem a 2.500 m e 40% das que sobem a 3.000 m desenvolvem alguma forma de doença das alturas. Taxa de ascensão, altitude máxima alcançada e altitude para dormir influenciam quanto à probabilidade de desenvolvimento desses quadros.”
A altitude do Cruce de Los Andes varia de 1690 msnm a 4320 msnm. São dois passos de montanhas acima dos 4000 metros de altitude. Dos cinco acampamentos que fizemos durante a travessia, quatro noites dormimos entre 3000 e 3640 msnm. Segundo Manual MSD: “Acima de 3.000 m, os alpinistas não devem aumentar a altitude em que dormem em mais de 300-500 m por dia e devem incluir um dia de descanso (isto é, dormir na mesma altitude) a cada 3 a 4 dias.”
Para uma caminhada saudável, é recomendável realizar uma aclimatação prévia ao Cruce de Los Andes.
Antes de nossa travessia, já tínhamos subido duas montanhas acima dos 4000 msnm, e dormido uma noite acima dos 4000 msnm. Com esta aclimatação eu tive um início de dor de cabeça após descer do Portillo Argentino, o ponto mais alto da travessia. Mas como logo paramos para acampar e descansar, a dor de cabeça não evoluiu. De resto, não tivemos nenhum outro problema durante o Cruce de Los Andes.
CRUZAMENTO DE RIOS
A minha maior preocupação dessa travessia era o cruzamento de rios. No total foram 4 pontos de água que tivemos que atravessar. Para melhor visualização vou deixar minhas observações sobre esses cruzamentos com o post do Instagram abaixo:
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Observações
MODAL
É possível percorrer o Cruce de Los Andes pelo Paso Piuquenes, a pé ou a cavalo. Também ouvimos histórias de corajosos ciclistas por lá. Aliás, nos primeiros 30 km, de Manzano Histórico até bem perto do ponto mais alto da travessia, a 4320 msnm, dá até para chegar em veículos! Confesso que achei esse trecho, mesmo sendo muito bonito, o menos interessante.

E para quem não se sente seguro de ir sozinho, há várias agências que operam na região, com mulas e cavalos para carregar toda a comida e equipamentos dos clientes.
SINALIZAÇÃO
Até o acampamento Yaretas, onde ainda há razoável trânsito de veículos, vimos várias placas informativas nas principais atrações durante o caminho.

Depois do acampamento Yaretas não lembro de ter visto mais nenhuma sinalização. Mas mesmo sem sinalização, achei a trilha do Cruce de los Andes bem fácil de visualizar. Foram poucos os momentos que conferimos o tracklog.
Além de termos vários tracklogs baixados do Wikiexplora, também usamos o aplicativo MapsMe. Todo o trajeto estava mapeado no MapsMe.
ÁGUA
Tem muita água em toda a travessia. Há córregos, riachos, e rios durante o caminho, abaixo dos 3500 msnm. Em fevereiro, acima dos 3600 msnm estava tudo seco. Então para não ter problema com água é só acampar abaixo dos 3500 msnm.

OPCIONAIS
Se você acrescentar mais alguns dias na travessia é possível conhecer um pouco mais a região. Há alguns pontos que vimos que podem ser explorados, como:
- Salto Chorro de La Vieja
- Refugio Arenales
- Cascada Cajón de Arenales
- Cume no Cerro Punta Negra
- Complexo turístico abandonado Manantiales
- Laguna de Los Patos no Valle do rio Tunuyán
- Laguna de Los Patos próximo das Termas del Plomo
Já te adianto que eu não sei quanto tempo a mais é necessário para conhecer cada uma das atrações citadas acima.
TRÂMITES FRONTEIRIÇOS
Explicando um pouco sobre os nossos trâmites fronteiriços.
Para sair da Argentina foi fácil, pois o refúgio Portinari, onde está a aduana, fica no caminho. Simpáticos funcionários estão lá para receber os viajantes.

Já no Chile… Não há nenhum posto de controle fronteiriço chileno, no trajeto do Cruce de Los Andes. No final da travessia fomos de carona por uns 48 km, até o posto policial mais próximo, que fica em San Gabriel. Chegando lá, o policial nos falou que teríamos que ter avisado a PDI sobre nossa chegada, com antecedência!!! Ele ficou uns 30 minutos tentando ligar para outras pessoas para saber o que fazer conosco. No final, ele falou para irmos na PDI do centro de Santiago, onde chegamos às 18 horas, e estava fechado. Voltamos no dia seguinte, e novamente falaram que deveríamos ter avisado antes!!!! Mas no final, encontraram alguém que sabia o que fazer conosco, e deu tudo certo!
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Transporte
COMO CHEGAMOS
No 27° dia de nossa viagem, estávamos na cidade de Mendonza na Argentina, quando começamos nosso deslocamento para Manzano Histórico, o início do Cruce de Los Andes. O itinerário do deslocamento seria: Mendoza → Tunuyan → Manzano Histórico.
No terminal de ônibus em Mendoza, pegamos um ônibus da empresa Cata Internacional para Tunuyan. Vale observar que eles não vendem a passagem com antecedência, e as informações sobre as saídas de ônibus me foram disponibilizadas por WhatsApp. O número do WhatsApp peguei direto no site da Cata, que na época era +5492613039680. Mas é bom acessar o site novamente para ver se não houve mudanças.
Chegamos às 7 horas no terminal de Mendoza, e compramos nossas passagens na bilheteria da Cata Internacional, mas também vi pessoas pagando direto para o motorista. Saímos de Mendoza às 7h30min, e chegamos às 9 horas em Tunuyán.
A mesma empresa de ônibus realiza o trajeto de Tunuyan até Manzano Histórico. Em fevereiro de 2023, havia somente duas saídas disponíveis: às 9h30min e às 15h30min. Compramos a passagem para Manzano Histórico, tomamos um café, e às 9h30min, junto com uma galera, entramos no ônibus. O ônibus não tem bagageiro. E quase todo mundo tinha bagagem. Além disso, vende-se mais passagens que o número de assentos. Resumindo, nós fizemos a viagem até Manzano Histórico, em pé no busão em um pouco mais de 1 hora.
Uma vez em Manzano, há uma estrada que chega quase até o primeiro passo de montanha, o Portillo Argentino. É possível ir tentando carona durante o caminho. Nós conseguimos só uns 4 km de carona, mas confesso que não insistimos muito. Mas vale observar que apesar do caminho veicular, próximo do Portillo Argentino não vimos nenhum automóvel.
COMO SAÍMOS
A trilha acaba nas Termas de Plomo, que fica uns 46 km do ponto de ônibus mais próximo. Facilmente nós conseguimos 3 caronas consecutivas até os Carabineros de San Gabriel, onde fica também o ponto de ônibus. Esse ônibus irá te levar até um metrô de Santiago. Muito importante ter pesos chilenos para pagar o ônibus. No nosso caso, pegamos um táxi coletivo, que faz o mesmo trajeto do busão. Ficou 3500 pesos chilenos por pessoa (preço de fevereiro de 2023).
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Custos
Seguem alguns custos em pesos argentinos (ARS), pesos chilenos (CLP), e equivalentes em reais (BRL), conforme câmbio local e preço da época (fevereiro de 2023):
- Comida para trilha, mercado em Mendoza, total para 7 dias de trilha por pessoa: $ARS 8.872 ($BRL 121/7 dias – $BRL 18/dia)
- Ônibus, de Mendonza a Tunuyan, empresa Cata Internacional, individual: $ARS 620 ($BRL 9)
- Ônibus, de Tunuyan a Manzano Histórico, individual: $ARS 310 ($BRL 5)
- Táxi coletivo, de San Gabriel a Santiago, individual: $CLP 3.500 ($BRL 27)
Cotação comercial em 06/02/2023:
$USD 1,00 = $BRL 5,1464= $CLP 803,29
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Relato da travessia
Fizemos a caminhada em 5 noites e 6 dias, como segue:
- Manzano Histórico → Cajón de Arenales
- Cajón de Arenales → Camping Yaretas
- Camping Yaretas → Portillo Argentino → Arroyo de la Olla
- Arroyo de la Olla → Camping El Palomar
- Camping El Palomar → Camping 3630 msnm
- Camping 3630 msnm → Paso Piuquenes → Termas del Plomo
Dia 1: Manzano Histórico → Cajón de Arenales
| Distância Altitude mínima Altitude máxima |
14 km 1690 metros 2640 metros |
Passamos por:
- Manzano Histórico (1690 msnm)
- Refugio Lemos
- Chorro de La Vieja
- Refugio Portinari
- Cajón de Arenales (2640 msnm)
O ônibus nos deixou na pequena vila de Manzano Histórico às 10h40min. Achamos a vila bem simpática. Vi dois campings pagos próximos da parada de ônibus, e outros acampamentos que me pareceu gratuito (não tenho certeza), um pouco mais afastados, à beira rio. Havia restaurantes, um corredor gastronômico, e museu. Deve ser bem agradável passar uma noite por lá. Mas como tínhamos uma previsão de tempo de chuva para a próxima semana, não queríamos perder tempo.
Em frente ao museu encontramos um senhor, e começamos a bater papo com ele. O cavalheiro era um veterano do Cruce de Los Andes, já havia realizado esta travessia mais de 40 vezes. Ele me tranquilizou sobre a travessia do rio Tunuyán, o meu maior receio do trajeto. Segundo ele, é possível cruzar o rio a pé, sem a necessidade de cavalo. E se precisar de cavalo, ele disse que sempre tem um cavalo por perto.
Depois da prosa, tomamos uma Coca-Cola, e um pouco antes do meio-dia iniciamos nossa caminhada. O caminho continua depois da estátua Cristo de La Hermandad.

Seguimos a pé pela estrada de terra. Até que um senhor nos deu uma carona por alguns km, talvez 4 km. Vimos muitas pessoas acampando beira rio naquele sábado ensolarado. Aliás, em todo o percurso havia vários pequenos lugares para acampar próximo do Arroyo Grande.

Ele nos deixou, e recomeçamos a caminhar, sempre subindo. Depois de uns 3 km após a carona, passamos pelo refúgio Capitán Lemos. Estava de portões fechados.

O caminho veicular passa em frente ao início da trilha que vai até a Queda d’água Chorro de La Vieja. Havia vários carros estacionados por lá. Eram turistas de um dia conhecendo a região. Nós optamos por não desviarmos do caminho, e ignoramos o Chorro de La Vieja.

Continuamos subindo pela estrada há até o Refúgio Portinari, onde informamos nosso plano de cruzar os Andes até o Chile. Dois simpáticos funcionários registraram nossos planos, e deram nossa saída da Argentina. Naquele ano de 2023, a Argentina não carimbava mais os passaportes. O controle fronteiriço foi feito online. Posteriormente eu recebi um e-mail de confirmação de minha saída.

Seguimos mais um pouco, e por volta das 17 horas estávamos no Cajón de Arenales. À nossa frente, entre duas montanhas, infinitas pedras que de longe mais pareciam areias, se amontovam em uma duna gigante.

Vimos um lugar para acampar, ao lado do Arroyo, e ficamos por lá. Um zorro nos fez um pouco de companhia.


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Dia 2: Cajón de Arenales → camping Yaretas
| Distância Altitude mínima Altitude máxima |
11 km 2640 metros 3530 metros |
Passamos por:
- Cajón de Arenales (2640 msnm)
- refugio Scaravelli
- ônibus abandonado
- camping Yaretas (3530 msnm)
Acordamos com o Sol por volta das 7 horas. Às 9 horas estávamos caminhando.

Seguimos subindo, alternando o caminho veicular com alguns atalhos em trilhas. O primeiro atalho foi terrível, pois tive que me esforçar para não escorregar naquelas pedrinhas. Mas o resto foi bem tranquilo.

Durante o dia, carros, cavalos e bicicletas passaram por nós. A paisagem estava muito bonita. Passamos por uma ponte sobre o Arroyo Grande, e logo depois chegamos no Refugio Scaravelli. Apesar de alguns carros estarem estacionados, não encontramos ninguém no refúgio.

Nosso tracklog dizia para seguirmos atrás do refúgio pelo lado direito do riacho. Mas vimos uma trilha muito bem demarcada no lado esquerdo do riacho, ao lado da estrada. Decidimos seguir pelo lado esquerdo. E deu tudo certo. Achei até bom, pois tivemos uma bonita vista do Valle de Las Cascadas.

Passamos por um destroço enferrujado do que um dia foi um ônibus, onde havia um bom lugar para acampar. Mas queríamos ir o mais próximo possível do Portillo Argentino, o ponto mais alto da travessia, que iríamos enfrentar no dia seguinte.

Pelo que vi no mapa, o lugar de acampamento mais próximo do Portillo Argentino, com água, é o acampamento Yaretas. O acampamento Yaretas fica bem próximo do ônibus. Quando chegamos lá, às 14h45min, já havia um grupo grande de umas 15 pessoas, e um carro. Iríamos ver esse grupo em todos os dias de nossa travessia.
Depois chegou mais um carro, tipo trailer. Cavalos e motos também passaram. O acampamento Yaretas foi disparado o acampamento mais movimentado da travessia.

A área de acampamento é gigante. Ficamos em um canto rodeado por pedras. Infelizmente havia cacos de vidro pelo chão. Demos uma varrida com os pés e ficamos por lá mesmo.

A noite foi bem tranquila, sem ventos.
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Dia 3: Camping Yaretas → Portillo Argentino → Arroyo de la Olla
| Distância Altitude mínima Altitude máxima |
14 km 3530 metros 4320 metros |
Passamos por:
- Camping Yaretas (3530 msnm)
- Portillo Argentino (4320 msnm)
- Arroyo de la Olla (3640 msnm)
Acordamos às 6h30min. Até arrumarmos tudo, saímos às 8h10min. O grupo que estava acampado conosco já havia saído, mas deixou um monte de mochila para trás, para serem levadas pelos cavalos.
Fomos seguindo alternando entre atalhos em trilhas e caminho veicular, sempre subindo. A paisagem era muito bonita e árida, cercada de montanhas.

Em um momento vi de longe um portal na montanha, era o Portillo Argentino, o ponto mais alto da travessia. A caminhada foi tranquila. Apesar da subida, um zigue-zague deixava a pernada suave. O caminho veicular termina bem perto do Portillo Argentino. Depois do Portillo até o final da travessia iríamos caminhar somente em trilhas. Aliás, trilhas bem demarcadas.

Ao meio-dia alcançamos o Portillo Argentino, a 4320 msnm, junto com o grupo.

O Portillo é como um portal na montanha, um corredor.

A vista de ambos os lados era muito bonita. Atrás uma bela vista do caminho que viemos.

Do outro lado vimos um belo glaciar, que acredito ser o Tunuyán ao lado do Cerro San Juan. Também vimos o vulcão Tupungatito (acho). Aliás já adianto que sempro tento identificar todas as montanhas que vejo durante as minhas caminhadas, mas como não encontrei muitos relatos sobre o Cruce de Los Andes, tive dificuldades de confirmar se identifiquei corretamente. Fica a dúvida no ar…

Descemos o passo de montanha, e vimos várias ossadas de animais, provavelmente caíram durante a descida do Portillo Argentino. Eram muitos ossos. Vimos ossada de animais todos os dias. Mas na base do Portillo parecia mais um cemitério.

Do Portillo em diante começou a ventar um pouco. Não sei se foi o lado da montanha, o horário, ou a altitude. Ou a soma de tudo.
Próximo dos 4 mil ainda havia um pouco de neve, provavelmente em março estará tudo derretido. No nosso lado esquerdo vimos uma montanha alaranjada bem bonita.

Conforme descemos o glaciar foi sumindo, e a paisagem foi ficando novamente amarronzada.
Vários cavalos passaram por nós levando toda a bagagem do grupo.
Comecei a ficar cansada com o Sol, vento e poeira na cara. Assim que vimos água, e um lugar para acampar, paramos. Havia uma pedra gigante ao lado de um riacho, com um círculo de pedras empilhadas indicando que lá seria um bom local para acampar. Doce engano. Ao chegarmos no local havia fezes humanas e papel higiênico no local, é mole? Por sorte encontramos outro local para acampar. Eram 15h30min.

O ruim desta região é que não há sombras, e o Sol esquenta demais o interior da barraca. Mas como eu estava com início de dor de cabeça, achei melhor parar por lá mesmo. O bom é que acampamos sozinhos. O grupo grande seguiu em frente. Apesar da tarde ventosa, a noite foi tranquila, sem ventos.

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Dia 4: Arroyo de la Olla → Camping El Palomar
| Distância Altitude mínima Altitude máxima |
16 km 2840 metros 3640 metros |
Passamos por:
- Arroyo de la Olla (3640 msnm)
- Camping Rio Blanco
- Banderita
- Refúgio Real de la Cruz
- Rio Tunuyan
- Camping El Palomar (3015 msnm)
Acordamos por volta das 6h30min, e começamos a caminhar às 8h20min.

Fomos descendo pela trilha rumo ao rio Tunuyán.

Cruzamos um riacho, com água no tornozelo. Por pouco não precisamos tirar os tênis. Do outro lado do riacho estava o acampamento do grupo guiado, que havia acabado de sair. Se não me engano, este acampamento é o acampamento Rio Blanco.

A trilha continua com lindas paisagens, e com um nevado começando a aparecer, que acredito ser o Marmolejo.

Conforme descemos começamos a ver o vale do rio Tunuyán. Muito bonito. Acredito que ao lado esquedo do Marmolejo estava o vulcão San José.

Um pouco antes de alcançarmos o rio, passamos pela Banderita. Uma bandeira da Argentina fincada em um morro, com uma bela vista do Vale e das montanhas ao redor. Identifiquei os vulcões Tupungato e Tupungatito no lado direito, seguidos pelo glaciar Tunuyan, Cerro Alto de San Juan, Nevado Piuquenes , Cerro Marmolejo, e vulcão San José.

Lá embaixo vimos o grupo iniciando o cruzamento do rio Tunuyán com cavalos. Tiramos uma foto, e vimos que a água estava batendo no joelho do cavalo. Então decidimos tentar cruzar o rio naquele momento mesmo. Eram por volta das 11 horas. O rio Tunuyán é abastecido pelo degelo de neve, então nos primeiros horários da manhã o volume de água é menor.

Descemos da Banderita e passamos pelo Refugio Real da La Cruz. Aproveitamos para perguntar para os argentinos que trabalhavam no refúgio (fazendo sei lá o que), se eles indicavam algum lugar específico para cruzar o rio a pé. Eles nos ofereceram um cavalo para cruzamos o rio por 10 mil pesos argentinos, o que daria uns 1500 reais. Um absurdo. Me senti ofendida. Recusamos a oferta. Se não desse para cruzar naquele dia, acamparíamos por lá, e cruzaríamos o rio no dia seguinte.

Fomos até o rio pra ver se era possível cruzá-lo. Trocamos nossos tênis pelos nossos Crocs falsificados e avançamos para beira do rio. Com sorte o grupo ainda estava por lá. Já era meio dia, e o volume de água aumentou muito. Já estava quase batendo no peito do cavalo. Ficaram com pena de nós, e nos cruzaram com cavalo. Ufa!
Meus sentimentos pelo cavalo naquele momento eram uma mistura de pena, medo e gratidão. Coitado… acho que ele não aguentava mais passar pelo rio. Eu só tenho a agradecer ao guia argentino, gente boníssima. Pena que não anotei o nome da agência para divulgar por aqui. Os guias foram muito simpáticos conoscos em toda a travessia. E todos os arrieiros que encontramos também foram. A única decepção foi a recepção no Refugio Real de la Cruz.
Aliás o guia já nos deu um alerta. O último rio que encontraríamos na travessia, o rio Yeso, do lado chileno, tem que cruzá-lo antes das 11 horas da manhã, depois deste horário o volume de água começa a aumentar muito rápido.
O grupo seguiu em frente, enquanto a gente colocava nossos tênis. Aproveitei para fazer um cafuné merecido no cavalo.

Seguimos pela trilha, agora iríamos caminhar pelo vale do rio Palomares. Passamos por um riacho, onde o grupo parou para montar acampamento. Acho que eles estavam no acampamento conhecido como Corral de Contreras. Como era cedo, seguimos.

Depois de cerca de 1 hora de caminhada após o Corral de Contreras, percebemos que teríamos que cruzar um rio cor marrom que estava à nossa esquerda. A princípio eu achava que aquele rio era o rio Palomares, mas conversando com um arrieiro, descobrimos que aquele rio era conhecido como Chocolate. O curioso é que o Chocolate não está mapeado nos mapas off-line que eu tinha no celular. Segundo o arrieiro, o volume de água daquele rio não muda conforme o dia. Então fomos cruzá-lo naquele dia mesmo.
Foi bem difícil encontrar o melhor lugar para cruzar. Apesar da água chegar somente na altura dos joelhos, a correnteza era muito forte. Quando a água batia com mais força, chegava a molhar um pouco minha cintura. E para piorar, o terreno era irregular, com muitas pedras soltas. Cheguei a quase escorregar. Foi um pouco assustador para meus 1,59 metros de altura. Ramon ficou bem preocupado. Pelo menos a água não era muito gelada.
Caminhamos pelo vale. Tudo muito bonito. Como perdemos muito tempo no cruzamento do rio Chocolate, acabamos acampando em um local chamado de El Palomar, às 17h30min. Infelizmente no local de acampamento, que cabia somente 2 barracas, havia crescido mato. Mas achamos outro cantinho, bem ao lado de um córrego, para montarmos nossa barraca. A propósito, depois do Chocolate, esse foi o primeiro lugar que encontramos para acampar. Pelo menos era bem abrigado do vento.
Tivemos mais uma noite tranquila, sem ventania.

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Dia 5: Camping El Palomar → Camping próximo ao Paso Piuquenes (3630 msnm)
| Distância Altitude mínima Altitude máxima |
11 km 3015 metros 3630 metros |
Passamos por:
- Camping El Palomar (3015 msnm)
- El Caletón
Acordamos mais folgados, pois como não iríamos cruzar a fronteira neste dia, a caminhada seria mais curta. Continuamos pelo vale do rio Palomares.

No meio do vale subimos um morro, e tivemos uma vista dos dois lados: do lado que já havíamos caminhado, e para onde iríamos. Tudo muito bonito.


No final do vale começa a subida rumo ao Paso Piuquenes, que alcançaríamos somente no dia seguinte. Passamos por uma área de acampamento bem grande, era o Caletón. Havia uma bela vista de um nevado, que acredito ser o Marmolejo. Não vi nenhum córrego na área de acampamento, provavelmente a água mais próxima é no rio Palomares mesmo, que fica logo ali.

Mais um pouco a trilha tem uma bifurcação. Para o lado esquerdo, a trilha segue para o acampamento Paso Hondo, situado do outro lado do rio Palomares, que naquele ponto estava com um volume de água razoável. Do lado direito, por onde seguimos, a trilha passa por uma estação metereológica, e mais adiante cruza um fiasco do rio Palomares, bem no comecinho do rio, onde mal molha os pés.
Passamos por uma outra área de acampamento, que se não me engano se chama Veguitas. Nesse local encontramos o arrieiro que conversou conosco no dia anterior, ao lado do rio Chocolate. Aproveitei para perguntar se havia mais lugar para acampar com água adiante. Ele falou que teriam mais uns 3 córregos acima. Como queríamos dormir o mais próximo possível do Paso Piuquenes, seguimos mais um pouco.
Fomos subindo e uma montanha nevada começava a compor o cenário. Acredito que era o Nevado de Piuquenes.

Vimos no MapsMe um lugar onde teria água próximo da trilha. Chegamos neste lugar às 15 horas. Para nossa grata surpresa havia um amplo lugar para acampar. Foi um dos lugares mais bonitos que já dormirmos.

A água estava um pouco rala, mas era suficiente. Talvez no final do verão aquele ponto de água fique seco. Chegamos a cerca de 3600 msnm, com uma bela imagem de montanhas ao redor. Belíssimo lugar.


O único probleminha é que era bem exposto, e à tarde estava ventando. Mas ao anoitecer, como sempre, o vento deu uma trégua e tivemos uma boa noite de sono.
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Dia 6: Camping próximo ao Paso Piuquenes (3630 msnm) → Portillo Piuquenes → Termas del Plomo
| Distância Altitude mínima Altitude máxima |
9 km 2970 metros 4110 metros |
Passamos por:
- Portillo Piuquenes (4110 msnm)
- Rio Yeso
- Termas del Plomo (2970 msnm)
Acordamos às 4h40min da madrugada. Estávamos com medo de chegarmos no rio Yeso muito tarde, e o volume de água estar muito alto. Começamos a caminhar às 6h15min com lanternas na cabeça. Pelo menos a lua cheia iluminava um pouco.

A subida até o Portillo Piuquenes foi até que rápida. Chegamos no passo de montanha junto com o Sol, às 7h45min. Vimos os primeiros raios solares batendo nas montanhas.

No Portillo Piuquenes há um pequeno espaço com um Hito lembrando que estávamos na fronteira entre Chile e Argentina.

Tivemos uma bonita vista do lado argentino, de onde viemos, mas estava contra luz e acabamos nem tirando foto. No lado chileno, ainda estava tudo na sombra, o que foi ruim, pois não conseguimos apreciar toda a beleza do lugar.

Achei a descida do Paso Piuquenes tranquila. Vários zigues-zagues tornavam a inclinação bem suave.

Achei o lado chileno mais seco que o lado argentino. Mas mesmo assim encontramos um lugar para acampar ao lado de um córrego, por volta de 3400 msnm. No início do verão, talvez tenha água mais acima, devido o derretimento da neve.
Fomos descendo e a vista do vale do rio Yeso foi mais uma bela paisagem.

Seguimos até o rio Yeso, ou rio Plomo (não sei ao certo o nome correto), e o atravessamos sem dificuldades, com água nos tornozelos, e correnteza leve. Eram umas 10h45min. Do outro lado do rio estavam as Termas del Plomo. Um lugar onde o pessoal chega de carro para acampar, e aproveita algumas piscinas de águas pouco termais.

A temperatura da água estava bem meia boca. Mas o lugar é lindíssimo. Lá também tem uma trilha para ver uma laguna. Quem chega de carro tem que pagar 10 mil pesos chilenos. Como a gente não acampou, não pagamos nada. Mas não sei se para acampar tem que pagar algo.

Nas Termas del Plomo, o encarregado do local veio conversar conosco e nos conseguiu uma carona até uma mineradora. Da mineradora andamos um pouquinho, e outro carro já parou para nos ajudar, nos levando mais um tanto. Passamos pelo Embalse El Yeso, que só vimos pela janela do carro mesmo, e a segunda carona nos deixou um pouco depois do Embalse. Andamos mais um tiquinho, e conseguimos a terceira e última carona, que nos levou até os Carabineros de San Gabriel. E então começamos um novo desafio: entrar legalmente no Chile.
O carabinero de San Gabriel falou que a gente teria que ter avisado nossa chegada com antecedência ao PDI (o órgão responsável pelo controle das fronteiras). Como assim?!? Desde quando alguém avisa que está chegando em algum país com antecedência? A responsabilidade pelo controle fronteiriço é do viajante? Isso foi novidade para mim… Claro que não falei isso para ele, só pensei. Ficamos uns 30 minutos lá, esperando ele tentar falar com alguém no telefone para ver o que fazer conosco. Já eram umas 15h30min, quando ele falou para irmos na PDI no centro de Santiago. E lá vamos nós.
Pegamos um táxi coletivo na frente do Carabineros até um metrô de Santiago. Táxi coletivo é um carro que presta o mesmo serviço que o ônibus. Ele faz o mesmo trajeto do ônibus, e é regulado pelo governo. Chegamos na PDI de Santiago às 17h45min e estava fechado. Sem alternativas, voltamos no dia seguinte. No dia seguinte, quando explicamos nossa situação na PDI, o indivíduo que nos recebeu falou que deveríamos ter avisado o PDI antes. Surreal novamente! Resumindo, todo mundo despreparado para receber viajantes independentes, sem guia, pelo Paso Piuquenes. Até que enfim encontramos alguém preparado, que fez nossos trâmites legais para entrarmos no Chile, terminando assim, o nosso Cruce de Los Andes.
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Outras travessias
Tivemos a oportunidade de realizarmos outras travessias a pé internacionais pelos Andes do Chile e Argentina, e aproveito para compartilhá-las com você:
- Paso Internacional Rio Puelo
- Paso Internacional Río Manso
- Cruce Internacional Glaciares
- Paso Vuriloche
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Outras fontes
Foi muito difícil encontrar relatos de viajantes independentes que realizaram o Cruce de Los Andes sem a contratação de uma agência. Eu só consegui informações no Wikiloc. Deixo abaixo o link de um tracklog com informações relevantes, e os vídeos do canal Expedição Andando Por Aí, que realizou a travessia com guia.
Wikiloc com relato do Luis Alves
Vídeo do canal Expedição Andando Por Aí: observe que na descrição deste vídeo há uma lista de todos vlogs desta travessia
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Muito legal o relato!!!Os equipamentos foram os padrões para trekking, ou usaram algo a mais?E também a questão da alimentação, levaram alimentos prontos<Usaram fogareiro?Ou foi tudo industrializado?Pensando em fazer a travessia em Janeiro 2025
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Olá! Bem-vindo (a) ao blog. Usamos nossos equipamentos habituais. De dia era quente, mas à noite dava uma esfriada. Então é bom levar um saco de dormir bom. Compramos a comida em um mercado de Mendoza. Não lembro ao certo o que comemos, mas com certeza tinha miojo. Normalmente levamos miojo, purê de batatas, cuscuz, tortilha de trigo, salame, queijo, biscoitos… comida de trilha básica mesmo. Levamos fogareiro. Boa travessia para vc. A região é lindíssima. Só tenha atenção na travessia dos rios. Em janeiro o volume de água deve ser maior. Os rios provenientes de degelo devem ser atravessados bem cedo.
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