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Entre maio e junho de 2018 viajamos por 30 dias na Chapada Diamantina. E no 4º dia de nossa viagem fizemos nossa primeira travessia na região, entre a cidade de Lençóis e o Vale do Capão, em Caeté Açu.
A travessia entre a cidade baiana de Lençóis ao distrito Caeté Açu, pode ser feita por dois caminhos. O trajeto mais percorrido passa próximo ao Morrão e Águas Claras. A outra opção é denominada como Trilha da Cachoeira da Fumaça por baixo, passando pelas cachoeiras Palmital, Capivara e Fumaça.
O destino, Caeté Açu, é um distrito da cidade de Palmeiras, fica no vale do Capão, e é popularmente conhecida como somente Capão.
Todo o percurso transcorre pelo Parque Nacional da Chapada Diamantina.
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- Resumo
- Clima
- Como chegamos
- Relato da travessia
- Observações
- Custos
- Outras atrações
- Outras fontes
- Valeu?
Resumo
- País: Brasil
- Cidades próximas: Lençóis e Palmeiras (Bahia)
- Início: Lençóis
- Fim: Caeté Açu/Capão
- Distância total: 26 km
- Duração: 3 dias
- Subida acumulada: 1826 metros
- Descida acumulada: 1363 metros
- Altitude máxima: 1327 metros
- Trilha realizada em: final de maio de 2018
- Tracklog: Wikiloc
- Clima: Worldmeteo, Windguru
- Simulação no Mapa 3D: Instagram
- Vídeos: dia 1, dia 2, dia 3
Segue mapa da travessia:
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Clima
A melhor época do ano para caminhar na Chapada Diamantina é na época seca, que vai de maio a setembro. Além de chover pouco e os dias estarem menos encobertos, também é a época mais fresca.

No final da época seca, as chances das cachoeiras estarem menos volumosas é grande. Muitas ficam prejudicadas para serem apreciadas. Por outro lado, no verão sempre há o perigo de uma cabeça d’agua acontecer, e um aumento repentino no volume de rios causar tragédias. Talvez no início da época seca, em maio, seja o mês ideal para as caminhadas na Chapada Diamantina, pois não estará chovendo tanto, e as cachoeiras ainda estarão com um bom volume de água.
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Como chegamos
A partir da rodoviária de Salvador, capital da Bahia, pegamos um ônibus até a cidade Lençóis, pela viação Rápido Federal. Foram 6,5 horas de viagem.
Em Lençóis ficamos hospedados em um confortável Airbnb, na casa da Didi, com direito a uma cama king size.
De Lençóis iniciamos a travessia até Capão. Não é preciso nenhum transporte em carro. Para nos guiar usamos nosso antigo e já aposentado GPS da Garmin, e o aplicativo MapsMe.
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Relato
Percorremos a travessia em 2 noites e 3 dias, mas depois da experiência, entendemos que para melhor desfrute, o ideal seria fazê-la em 4 ou 5 dias. Isso porque, normalmente a gente não tem pressa em voltar para a cidade.
Segue o roteiro que fizemos:
- Lençóis a 2 km do camping Palmital
- Próximo do Camping Palmital – toca do Macaco
- Toca do Macaco – Capão
dia 1: Lençóis – 2 km do camping Palmital
| Total percorrido Tempo sem paradas Subida Descida Altitude máxima |
8,4 km 3,5 horas 616 metros 294 metros 836 metros |
Segue a elevação do dia 1.

Passamos por:
- Ribeirão do Meio
- Serra do Veneno
Saímos de Lençóis um pouco tarde, por volta das 9h30min da manhã. Estávamos cansados da trilha do dia anterior (cachoeira do Sossego), e decidimos dormir mais um pouco. Pagaríamos caro por essa decisão.
O começo da trilha é extremamente bem demarcado. Muitas pessoas andam por ela até chegar às piscinas naturais e ao tobogã do Ribeirão do Meio.

São cerca de 50 minutos de caminhada até esta primeira atração. No caminho havia um bar, pronto para faturar naquele domingo ensolarado e quente. Muitos moradores locais aproveitavam para se refrescar do calor baiano.

A trilha continua depois do Ribeirão do Meio, mas começa a ficar bem confusa. A partir deste ponto não vimos mais ninguém.
Atravessamos o rio e seguimos ladeira acima pela Serra do Veneno. Uma seta aqui e um totem acolá, nos mostravam de vez em quando o caminho. É muito importante o uso de um tracklog, pois a sinalização da trilha é bem precária.
Nunca suei tanto em um trekking. A maior parte do trajeto estávamos sob o Sol, e eram raros os momentos de sombra.
Continuamos subindo até que a paisagem se abriu e vimos um paredão imponente no horizonte. Um barulho de rio e árvores logo abaixo nos animaram. Descemos e encontramos um lugar plano. Não pensamos duas vezes, montamos nosso acampamento.
Faltavam 1,8 km para o camping Palmital, onde era nosso objetivo inicial. Mas o calor baiano nos cansou e decidimos parar antes. O certo seria acordar cedo para caminhar na agradável temperatura matutina. Essa foi nossa estratégia depois deste dia fatigante.
dia 2: próximo camping Palmital – toca do Macaco
| Total percorrido Tempo sem paradas Subida Descida Altitude máxima |
5,5 km 4 horas 399 metros 480 metros 830 metros |
Segue a elevação do dia 2.

Passamos por:
- cachoeira Palmital
- cachoeira Capivara
Para aproveitar o frescor da manhã, saímos às 6h20min do acampamento. Doce ilusão. Bastaram 30 minutos de caminhada para o suor pingar em nossas testas. E assim foi o dia todo.
Até o camping Palmital, a trilha segue na floresta. No caminho, o Ramon viu uma cobra se escondendo entre as pedras. Eu só pude ouvir seu chocalho, que acabou sendo um acelerador para meus passos. Saí voando do local.
Cruzamos o rio, deixamos nossas mochilas na área de camping, e fizemos um ataque de 10 minutos até a cachoeira Palmital. Estávamos com 2 horas de caminhada.

Um arco-íris se formava ao lado da fina cortina da cachoeira.
Voltamos, pegamos nossa mochila e seguimos por mais uma hora, até a cachoeira Capivara. Com o calor aumentando, fizemos uma boa pausa para nos refrescarmos e lancharmos.

A partir deste ponto andamos mais sobre pedras, do que trilha no mato. Muitos trechos beirando o rio e muito pouco sinalizado. Assim fomos até chegar em uma área de acampamento próxima à intersecção entre duas trilhas que levam à Cachoeira da Fumaça, uma trilha por cima e outra por baixo. Neste ponto está a confluência do rio da Fumaça com o rio Capivara, e que pelo que eu entendi é conhecido como Toca do Macaco (ou toca do Cesário).
Não vimos uma alma viva neste dia, pelo menos alma humana. Não faltaram mosquitos tentando nos jantar.
Nossa comida daria para mais um dia. O que foi uma infelicidade, pois não conseguiríamos conhecer a cachoeira da Fumaça por baixo.
dia 3: toca do Macaco – Capão
| Total percorrido Tempo sem paradas Subida Descida Altitude máxima |
12,2 km 5h30min 811 metros 589 metros 1327 metros |
Segue a elevação do dia 3.

Passamos por:
- Santuário
- Serra do Macaco
- Cachoeira da Fumaça por cima
A noite anterior foi terrível. Um rato nos perturbou sem tréguas. Primeiro ficou cutucando nosso lixo. Levantamos e colocamos o lixo em cima de uma árvore.
Demoramos para dormir novamente. Quando pegamos no sono, ouvíamos um barulho de vez em quando. Ao ligar a lanterna, nada víamos. E assim foi, até que em uma dessas “lanternadas” encontramos pequenos furos na barraca, ao lado do Ramon. Xingamos, emendamos a barraca e ficamos deitados.
Quando quase peguei no sono novamente, às 3 horas da madrugada, sinto algo se mexer na minha perna. É isso mesmo!!!! O rato fez um buraco enorme na barraca e estava entrando! Abusado e nojento! Ainda bem que ele foge com a luz da lanterna. Caso contrário quem iria fugir seria eu.
Xingamos a mãe dele infinita vezes, emendamos a barraca e não dormimos mais. Corrigindo, o Ramon não dormiu mais. Confesso que eu ainda consegui dar uma cochilada.
Bela estreia para nossa recém adquirida barraca da China. Ficamos enrolando até o dia amanhecer, e às 6 horas começamos a caminhar.
Para nossa sorte o dia estava um pouco nublado e o Sol ficou escondido entre as nuvens. Aliviou um pouco o calor. Mas por outro lado subimos sem parar neste dia. Encaramos, com muita escalaminhada, uma diferença de aproximadamente 600 metros de altitude, na Serra do Macaco, até a cachoeira da Fumaça por cima.
No caminho uma refrescada no Santuário, mais uma piscina natural da Chapada Diamantina.

Ao chegar na cachoeira da Fumaça por cima, nos encontramos novamente com humanos. Esta cachoeira é um dos pontos mais visitados da Chapada saindo de Capão.

O volume de água desta cachoeira depende muito da chuva. E como não choveu nos últimos dias (fomos testemunhas disso) quase não tinha água na cachoeira. De qualquer modo a vista é impressionante.

Depois da cachoeira uma descida para chegar ao vale do Capão, em Caeté Açu, onde termina a nossa travessia.
Esse último trecho foi bem tranquilo. Comparado ao resto da travessia, foi uma rodovia sem pedágios para nós.
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Observações
- Leve repelente.
- Considere fazer essa travessia em pelo menos 3 dias. Assim conseguirá aproveitar mais os banhos nos rios e cachoeiras, além de conhecer a cachoeira da Fumaça por baixo.
- GPS ou guia, sempre!
- Cuidado com os ratos. Pendure sua comida.
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Custos
Seguem alguns custos em reais (BRL), conforme preço da época (maio de 2018):
- Ônibus de Salvador à Lençóis, individual: $BRL 98,00 (preço atualizado em jul/2023: $BRL 114)
- Hospedagem, Airbnb Didi, diária casal, quarto privado: $BRL 64,00
- Refeição, Lençóis, prato feito, individual: $BRL 15,00
Cotação oficial em 13/05/2018:
$USD 1,00 = $BRL 3,60
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Outras atrações
Tivemos a oportunidade de conhecermos um pouco mais da Chapada Diamantina, e aproveito para compartilhar com você através dos links abaixo:
- Cachoeira do Sossego
- Circuito Sete Quedas
- Vale do Pati
- Riachinho, rio Rodas e rio Preto
- Travessia Lençóis a Capão
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Outras fontes
Está fazendo uma pesquisa para sua viagem? Sempre é bom ler mais de um website. Deixo abaixo alguns links que encontrei sobre esta região:
- Exploradores – relato da travessia Lençóis x Capão
- Pedrão do Brasil – relato no Wikiloc
- Site oficial do Parque Nacional da Chapada Diamantina
- Guia Viajar Melhor – melhor época para Chapada Diamantina
- Habito Mundo – melhor época para Chapada Diamantina
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Puts, eu fiz com um camarada há 20 anos atrás. Nos perdemos, acabou a comida , os ratos comeram oq tinha e eu me machuquei. Bebi água do Rio e passei mal , tinha muita cobra no caminho e uns formigueiro monstro. Era verão tava uns 35 graus, muita água. Na capivara tem q tomar cuidado se chover de noite . Tem q fazer fogueira tb. O passeio já tava sem graça porq eu taca com fome mas conseguimos achar a trilha depois da floresta dos duendes. Tem cobra lá. O poço é um gelo taloko. Enfim, perdi 12kg mas no fim foi uma boa história kkkkkkkk
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Caramba! Foi uma verdadeira aventura para vc!
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Oi. Aventura sei lá. Pensei q ia morrer. Vomitando por causa da água. Meu tênis não.era apropriado , mochila ruim, não levei colchão, n tinha travesseiro, a cachoeira da capivara é alta demais e meu colega pulou . Pensei q ele tivesse morrido. N vi o corpo mas pensei. .. a história dos rato é real, eles comem as nossas coisa , mas eu n tava nem aí. Outra coisa, n pode dormir muito, tudo é cronometrado. Tb n pode esperar ajuda pq n tem ninguém nas trilha. Fui pro Capão e voltei de caminhão. Dormi 3 dias seguidos em lençóis, comprei remédio e 1 passagem de avião kkkkk
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Jesus Amado 😲😲😲
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Respondi em anônimo, foi mal. Enfim, na epoca n tinha celular, GPS nada. A galera se perdia de verdade . Muito arriscado. Abraço
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Fiquei fascinado!
Muito bom! Que paisagens incríveis! 😀
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Esta travessia é muito legal e pouco frequentada, o que a torna mais interessante ainda!
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Sem dúvida, quando são menos utilizados, esse tipo de passeios torna-se especial! 🙂
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