América do Sul, Peru

TRILHA SALKANTAY – travessia de 78 km rumo à Machu Picchu

 

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Entre julho e outubro de 2023 viajamos por 88 dias no Peru. No 5º dia de nossa viagem iniciamos uma popular travessia conhecida como Salkantey.

A trilha Salkantay, também conhecida como Salkantay Trek, está localizada no Departamento de Cusco, e fica aos pés da Cordilheira de Vilcabamba. É uma ótima opção para chegar no famoso sítio arqueológico Machu Picchu a pé.

O grande diferencial da Trilha Salkantay é a diversidade de paisagens que existe pelo caminho. Começa em alta montanha, alcançando uma altitude de 4630 msnm, com paisagens nevadas e muito frio. Logo depois o caminho desce por lindos vales esverdeados, quentes e úmidos, percorrendo ao lado de volumosos rios e de chatos mosquitos.

Salkantay Trek se tornou uma excelente alternativa ao concorrido Camino Inca, outra trilha que também tem como seu destino final Machu Picchu. Porém o Camino Inca possui um limite de 500 pessoas por dia (incluindo turistas e equipe de apoio), não pode ser percorrido sem acompanhamento de guia, e tem que ser agendado com meses de antecedência. Já o Salkantay Trek pode ser realizado sozinho, e não há controle de acesso, ou seja, não há limite de pessoas, e não precisa de agendamento.

Em breve você também pode ver nossa travessia em nosso canal do YouTube.


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  1. Resumo
  2. A trilha
  3. Clima
  4. Dificuldades
  5. Hospedagens
  6. Mochila
  7. Transporte
  8. Custos
  9. Relato
  10. Outros caminhos
  11. Outras fontes
  12. Valeu?
  13. Nos acompanhe

Resumo

  • País: Peru
  • Província: Cusco
  • Cidades próximas: Cusco, Mollepata, Santa Teresa
  • Início: Soraypampa
  • Fim: Pueblo Machupicchu / Aguas Calientes
  • Distância total: 78 km
  • Duração: 5 dias
  • Altitude mínima: 1780 metros (rio Urubamba )
  • Altitude máxima: 4630 metros (Paso Salkantay)
  • Realizado em: início de agosto de 2023
  • Tracklog: Wikiloc
  • Previsão do tempo: Windguru, Mountain Forecast
  • Mídias: Shorts

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A trilha

Segue abaixo o nosso percurso no mapa:

ETAPAS

Considero como as principais etapas:

  1. início em Soraypampa (3830 msnm)
  2. subida à Laguna Humantay (4250 msnm)
  3. subida ao Paso Salkantay (4630 msnm)
  4. descida pela Quebrada Humantay até Chaullay (2850 msnm)
  5. caminho pelo Vale do Rio Tereza até Lucmabamba (2000 msnm)
  6. subida à Llactapata (2810 msnm)
  7. descida até o Vale do rio Ahobamba (1780 msnm)
  8. caminho pelo Vale do rio Urubamba passando pela Hidrelétrica e linha de trem (1800 msnm)
  9. chegada ao Machupicchu Pueblo (2100 msnm)
  10. visita ao Sítio Arqueológico Machu Picchu (2430 msnm)

MODAL

A trilha Salkantay pode ser realizada a pé, a cavalo, ou de bicicleta. E também pode ser realizada com apoio de agências e guias, onde cavalos e mulas irão transportar todos os equipamentos dos clientes. Há inúmeras agências em Cusco vendendo pacotes para Salkantay.

Nós percorremos a Salkantay Trek a pé, sozinhos, e dormindo em hospedagens. Também é possível acampar durante o trajeto. Detalharei este tema no item Hospedagens abaixo.

Na minha pesquisa pela web sobre bicicleta, entendi que até o Paso Salkantay a bicicleta deverá ser empurrada, pois este trecho é bem irregular. E percebi que quem vai de bicicleta, não sobe a montanha onde está o sítio arqueológico Llactapata. A subida para Llactapata também é irregular, e em alguns trechos é praticamente uma escada. Para os outros trechos da Salkantay Trek me pareceu que é bem viável pedalar. Um dos links que encontrei sobre a Salkantay de bike é do Perubiking.

TERRENO e SINALIZAÇÃO

Como esta trilha é razoavelmente popular, na época seca todos os dias dezenas de pessoas percorrem a Salkantay Trek, então todo o caminho é extremamente bem definido. Em sua maior parte, a trilha é bem tranquila de caminhar. Pelo que eu me lembre, somente nas subidas para a Laguna Humantay, Paso Salkantay e Llactapata, que o terreno fica um pouco irregular. Mas mesmo assim, continua bem demarcado. Em nenhum momento houve a necessidade de usar as mãos, estilo escalaminhada.

Há várias sinalizações durante o percurso. Mesmo com toda a sinalização, é sempre recomendável ter pelo menos um tracklog no celular, além do aplicativo MapsMe. Todo o caminho do Salkantay está mapeado no MapsMe.

ÁGUA e ALIMENTAÇÃO

Não passarás fome, nem sede na trilha Salkantay. Há vários pontos de venda de snacks e bebidas. Matamos nossa sede com gatorade quase todos os dias. Um luxo. Tinha até um ponto de venda bem perto do Paso Salkantay, o lugar mais ermo do caminho.

MOSQUITOS

Próximo dos vales, há muitos mosquitos. Mesmo sem usar repelente, os mosquitos não me incomodaram muito, mas li vários relatos de pessoas reclamando de suas picadas. Para garantir, é bom levar um repelente.

ALTIMETRIA

A altitude do Salkantay Trek variou de 1780 msnm a 4630 msnm.

altimetria salkantay
Altimetria da trilha Salkantay

Há no total três subidas a serem consideradas: Laguna Humantay, Paso Salkantay, e Montanha Llactapata.

Laguna Humantay

Subimos a Laguna Humantay em nosso primeiro dia. É uma subida de 2,5 km e um desnível de 460 metros, o que resulta em uma subida média de 184 metros a cada km. Foi a maior inclinação da trilha Salkantay. Para quem não tem preparo físico, sofre um pouco. Vi muita gente quase se arrastando. Outro grande desafio da subida é a altitude, que alcança 4250 msnm. Para ajudar, na Laguna Humantay há a opção de contratar cavalos para subir.

Paso Salkantay

Subimos o Paso Salkantay em nosso segundo dia de trilha. É o ponto mais alto do percurso, alcançando 4630 msnm. Devido à alta altitude, a subida judia. O desnível em si, não achei (para meu preparo físico) um grande desafio. Foram 7,5 km e um desnível de 800 metros, o que resulta em uma subida média de 106 metros para cada km. No finalzinho a inclinação piora, mas mesmo assim não supera a inclinação da Laguna Humantay.

Montanha Llactapata

Subimos até Llactapata em nosso último dia de caminhada. Foram 5 km e um desnível de 750 metros, resultando em uma subida média de 150 metros para cada km. Mais uma subida, que não deve assustar para quem tem preparo físico. E neste caso a altitude alcançada é bem confortável, de “apenas” 2810 msnm.

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Clima

A melhor época para visitar qualquer montanha é na época seca, pois obviamente é mais agradável caminhar sem estar molhado, e sem pisar em um solo enlameado. Na época seca provavelmente o céu estará menos encoberto e as chances de apreciar bonitas paisagens são maiores. Além disso o fator vento, principalmente em altas altitudes, deve ser avaliado.

Avaliando os sites Weather Spark e Worldmeteo, em relação à Cusco, a grande cidade mais próxima da travessia, observa-se que os meses mais secos são: maio, junho, julho, agosto e setembro. A estação seca, também conhecida como verão andino, é de céu parcialmente encoberto.

Durante o ano inteiro, a temperatura em Cusco é amena, ficando entre 0 °C a 19 °C. Em altitudes menores, que é o caso de boa parte da Salkantay Trek, as temperaturas superam facilmente estes valores.

cusco_clima_peru
clima em Cusco (fonte: https://www.worldmeteo.info/)

A sensação de umidade em Cusco, não varia significativamente ao longo do ano, permanecendo praticamente constante, próximo de 0%, o ano inteiro.

A velocidade horária média do vento em Cusco passa por variações sazonais pequenas ao longo do ano. A época de mais ventos no ano dura 4,4 meses, de 12 de julho a 25 de novembro, com velocidades médias do vento acima de 8,6 quilômetros por hora. Ou seja, é praticamente só brisa por lá.

Sendo assim, acredito que os melhores meses para realizar essa travessia é entre maio a setembro.

NOSSA TRAVESSIA EM AGOSTO

Nós percorremos a Salkantay Trek no início de agosto. Os dois primeiros dias, onde passamos pelas maiores altitudes, chegando a 4250 msnm na Laguna Humantay, e 4630 msnm no Paso Salkantay, foram os dias mais frios, de clima de montanha mesmo. Os demais dias quando descemos até 2000 msnm, os dias foram quentes, mas agradáveis. Quase todos os dias foram secos, e não teve ventos fortes. Somente em uma tarde, uma leve garoa apareceu no cenário.

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Dificuldades

Considerando a nossa experiência, achei esta travessia bem tranquila. Mas tivemos algumas pequenas dificuldades, e supresas desagradáveis que relatarei logo abaixo.

De qualquer modo vale observar que para quem não tem preparo físico e experiência, haverá sempre mais desafios a serem vencidos. Cada um tem que se auto-avaliar para entender se tem condições físicas, psicológicas e técnicas para se enfiar na natureza e em longas caminhadas. O que é fácil e divertido para alguns, pode ser um grande desafio e chato para outros.

ACLIMATAÇÃO

Particularmente eu começo a sentir a influência da altitude a partir de 4000 msnm. Menos que isso fico de boa. Mas isso varia para cada pessoa. Segundo o site Manual MSD: “Muitas pessoas podem subir de 1.500 a 2.000 m em um dia, sem problemas; contudo, cerca de 20% das que sobem a 2.500 m e 40% das que sobem a 3.000 m desenvolvem alguma forma de doença das alturas. Taxa de ascensão, altitude máxima alcançada e altitude para dormir influenciam quanto à probabilidade de desenvolvimento desses quadros.”

A altitude do Salkantay Trek variou de 1780 msnm a 4630 msnm. Foram dois momentos que ultrapassamos os 4000 metros de altitude: na Laguna Humantay e no Paso Salkantay. Das quatro hospedagens que fizemos durante a travessia, somente Soraypampa estava acima dos 3000 msnm. Segundo Manual MSD: “Acima de 3.000 m, os alpinistas não devem aumentar a altitude em que dormem em mais de 300-500 m por dia e devem incluir um dia de descanso (isto é, dormir na mesma altitude) a cada 3 a 4 dias.”

No Salkantay Trek, as maiores chances de sentir a influência da altitude acontecem nos primeiros dias, pois depois a caminhada segue para altitudes em torno dos 2000 msnm.

Antes de nossa travessia, nós tínhamos realizado um day-hike até o sítio Arqueológico Waqrapukara, onde alcançamos os 4000 metros de altitude, e dormido alguns dias em Cusco, a 3400 msnm. Mesmo assim, eu senti um mal-estar estomacal após descer da Laguna Humantay, a 4250 msnm. Depois de um bom descanso em Soraypampa, a 3830 msnm, me recuperei, e fiz o Passo Salkantay no dia seguinte sem problemas. E segui sem nenhum sintoma até o final da travessia.

HOSPEDAGENS

Nós não reservamos nenhuma hospedagem com antecedência. O máximo que fizemos foi agendar um quarto em Soraypampa algumas horas antes de chegarmos lá. Coloquei este item como dificuldade, pois nossa segunda hospedagem, em Collapampa, foi horrível. Foi a pior hospedagem durante todos os nossos 68 dias no Peru. Ruim demais. Para evitar desagradáveis surpresas, aconselho agendar todas as hospedagens com antecedência, pelo menos 1 semana antes. Vou detalhar cada hospedagem mais abaixo.

MACHU PICCHU

Como nós já conhecíamos o sítio arqueológico Machu Picchu, visitá-lo no final da Salkantay Trek não era nossa prioridade. E como não planejamos a travessia com antecedência, decidimos visitar o famoso sítio arqueológico somente se conseguíssemos ingresso na hora.

Pois bem… Não conseguimos ingresso. Quando chegamos no Pueblo Machupicchu, a fila para o ingresso de última hora estava com 3 dias de espera. Desse modo desistimos da visita.

Para quem quer visitar Machu Picchu é aconselhável comprar o ingresso online com antecedência. Vale observar que há vários tipos de ingressos e todos têm disponibilidade limitada. O ingresso mais procurado é o que inclui a montanha WaynaPicchu. Este bilhete especificamente é aconselhável obter com 3 ou 4 meses de antecedência, se quiser ir na época seca. As informações sobre os circuitos disponíveis e compra de ingressos pode ser consultados no site oficial do governo peruano: www.machupicchu.gob.pe

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Hospedagens

É possível percorrer a trilha Salkantay dormindo em barracas ou em hospedagens.

Sobre acampamentos, o único lugar onde me pareceu viável fazer um acampamento selvagem foi um pouco antes de alcançarmos o Paso Salkantay. Depois do Paso Salkantay, em um lugar denominado como Wayraqmachai, talvez também seja possível montar uma barraca sem ser incomodado ou cobrado. Nos demais trechos, havia vários acampamentos privados. Eu também não vi ninguém acampando fora das propriedades privadas.

Sobre hospedagens, há várias durante todo o percurso. Nós optamos por conhecer a Salkantay Trek dormindo em hospedagens. Abaixo fiz uma lista de algumas hospedagens que vi no Google Maps. Vale observar que não entrei em contato com cada uma para conferir se realmente são hospedagens. Pelo que percebi, a maioria oferece refeições. Fiz algumas observações nos lugares onde dormimos. Espero que a lista abaixo te ajude a planejar seu itinerário.

SORAYPAMPA

Soraypampa Lodge del Cielo – ITEP Travel
  +51 970506205

Refugio Nacho
  +51 916475737 / +51 97458841
  Nos hospedamos aqui.
  Ficamos em um quarto e banheiro privado. Era o único quarto privado no refúgio. No dormitório havia luz e chuveiro quente. No restaurante era possível acessar wifi, duas tomadas e duas saídas USB para carregar o celular de todos. Dentro da diária estavam inclusos: uma refeição (almoço ou jantar) e café da manhã. Pagamos em 2023, $PEN 320 para o casal.

Salkantay Cabins Machu Picchu
  +51 988770977

Glamping Peru Salkantay Sky Domes
  +51 984315337

Salkantay – Soraypampa
  +51 982788015

Salkantay Hostel
  +51 84287711 / +51 974229695
  Informação fornecida por GetOutsideCo.

WAYRAQMACHAI

Humantay – Ecocamp
  +51 984765659

Hospedaje Wayrac
  +51 970236100

Camping Inca Tequila
  +51 990947587

CHAULLAY

Salkantay Hostels
  +51 950855401

Samana Wasi Hostel Chaullay
  +51 958163200

Andean Huts
  +51 84635038

Chaullay Sky Domes
  +51 972390728

Lodging Andrew
  +51 901451315
  Informação fornecida por GetOutsideCo.

COLLAPAMPA

Camping/Hostel El Molle-Capulichayoc
  +51 948961274
  Veja promoção no site Banano Meridiano

Collpapampa Lodges del Cielo – ITEP Travel
  +51 970506205

Collpapampa Lodges del Cielo – ITEP Travel
  +51 970506205

La Florida
  Nos hospedamos aqui.
  Ficamos em um quarto privado e banheiro compartilhado. Foi horrível. O banheiro era simplesmente nojento. A água do chuveiro era levemente morna, praticamente fria. No quarto não havia vidro na janela, somente um plástico. Pelo menos era barato, 40 soles para cada um, incluindo jantar e café da manhã. A comida era simples, mas gostosa.

Hospedaje El Mirador de collpapampa
  +51 983645820

VALE RIO TEREZA

Camping Wiñaypoco
+51 952593171

SAHUAYACO

Eco Lodge Majestic Domes – IPT
  +51 984525006

Biodomes Playa Sahuayacu
  +51 984404049

Camping Inka Llaota Gloria Coffee Tour
  +51 998490805

Camping – Restaurante “El Mirador”
  +51 954337851

Hospedage Corbacho
  +51 984889040

camping mayta capac
  +51 957856117

LUCMABAMA

Jungle Domes
  +51 84635038

Camping Qhapaq Ñan
  +51 961010103

Viamonte Ecolodge Peru Inka Inspired
  +51 945570226

Sonya y Walters
  +51 985685037

Quechuas Lucmabamba Bio Domes
  +51 984315337

Lia B&B Lucmabamba
  +51 984001114

Lucmabamba Lodge
  +51 957505578
  GetOutsideCo. se hospedou aqui.

Kique-House Lodge
  +51 957844970

Refugio de Mery
  +51 945775682
  Nos hospedamos aqui.
  Melhor hospedagem de Salkantay Trek. Ficamos em um quarto privado com banheiro. O chuveiro era compartilhado no lado de fora, e a água era bem quentinha. Também tinha toalhas felpudas e branquinhas. Na diária estavam inclusos jantar e café da manhã. A comida era caprichada. A noite foi bem silenciosa. Pagamos em 2023, $PEN 120 para o casal.

Camping “Qori Café”
  +51 969270961

Café Viamonte II – Inca Inspired Lodge & Coffee Experience
  +51 945570226

LLACTAPATA

Mesa Pata Inca Observatory and Camping
  +51 946618290

Machu Picchu EcoLodge & Restaurant
  +51 989232008

Llactapata Lodge
  +51 952712467

VALE URUBAMBA – TREM

Camping and Restaurant La Choza Inca Raqay
  +51 974389334

PUEBLO MACHUPICCHU

Para o Pueblo Machupicchu há inúmeras opções no Booking. Irei citar somente duas:

Machupicchu Dream
  +51 979362654
  Nos hospedamos aqui.
  Quarto e banheiro privado com café da manhã. Tudo bem simples. Pagamos em 2023, $PEN 105 para o casal.

Hotel Andino Machu Picchu
  GetOutsideCo. se hospedou aqui.

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Mochila

Como planejamos dormir em hospedagens, usamos uma mochila de 30 litros cada um. Não levamos sacos de dormir, nem barraca. Levei itens de higiene para tomar banho, como sabonete, shampoo, toalha e papel higiênico. Também não é necessário levar comida, pois há vários pontos para comprar snacks e bebidas, e nas hospedagens são servidas refeições. Mas sempre é bom ter chocolate, para garantir um belisco gostoso durante a caminhada.

Sobre roupas, faz frio somente nos primeiros dias até a Abra Salkantay, depois a caminhada desce para um vale e é bem quentinha. Então tem que levar tanto roupa de frio como roupas frescas. Mas não precisa de muitas peças, pois sempre há uma pia disponível para lavagem das vestimentas nas hospedagens.

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Transporte

COMO CHEGAMOS

Tudo começa na cidade de Cusco. O itinerário do deslocamento foi: Cusco → Mollepata → Soraypampa.

Em Cusco, as vans ficam concentradas na Avenida Apurimac, próximo do centro histórico da cidade. No MapsMe está identificado como Collectivo to Mollepata. Pelo que entendi, os veículos começam a sair às 4 horas da manhã e o último sai às 17 horas. Estou desconfiada que os veículos saem de 2 em 2 horas, e se todos os assentos forem completados antes deste período, a van sai antes.

No nosso caso a viagem foi demorada, pois nossa van quebrou no início da viagem. Saímos às 10h20min. Pouco tempo depois a van quebrou, e tivemos que esperar outra chegar para nos resgatarmos. Eram 11h40min quando começamos novamente a viagem. A viagem seguiu por uma bonita estrada, e chegamos em Mollepata às 13h20min.

Assim que descemos em Mollepata, um motorista ofereceu seus serviços para nos levar até Soraypampa, por 80 soles o carro. Aceitamos a corrida, e chegamos às 14h40min em Soraypampa, onde começa o Salkantay Trek.

COMO SAÍMOS

Como achamos as passagens de trens um pouco caras, e não tínhamos pressa, fomos embora do modo mais barato e demorado.

Saímos do Pueblo Machupicchu caminhando pela linha de trem até a hidrelétrica. Chegamos na Hidrelétrica às 11 horas da manhã. Lá havia alguns motoristas, e logo conseguimos um carro para nos levar por 20 minutos até Santa Teresa. Em Santa Teresa trocamos imediatamente de veículo, e fomos de van coletiva até Santa Maria em uma viagem de 1 hora. Em Santa Maria, trocamos de veículo novamente. Desta vez foi um carro. Porém tivemos que esperar quase 1 hora o carro lotar de passageiros. O trajeto de carro durou umas 4 horas até Cusco. A viagem de carro foi cheia de curvas, e chegamos a alcançar 4300 msnm. Foi um trecho bonito e cansativo. Pelo menos o motorista parou no meio do caminho para almoçarmos.

Outra opção, mais prática, mais barata, e talvez mais confortável, seria pegar o ônibus que sai às 14 horas e vai direto para Cusco. Pelo que entendi este ônibus custa 50 soles, e acho que ele sai da hidrelétrica. Mas como chegamos na hidrelétrica às 11 horas, decidimos não esperar o ônibus.

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Custos

Seguem alguns custos em soles peruanos (PEN), e equivalentes em reais (BRL), conforme câmbio local e preço da época (agosto de 2023):

  • Van coletiva, de Cusco a Mollepata, individual: $PEN 25 ($BRL 33)
  • Táxi privado, de Mollepata a Soraypampa, por carro: $PEN 80 ($BRL 106)
  • Entrada Laguna Humantay, individual: $PEN 20 ($BRL 26)
  • Hospedagem Refugio Nacho (Primeira Noite), em Soraypampa, quarto privado com 1 cama de casal e 1 solteiro, banheiro privado, chuveiro quente, wi-fi no refeitório, jantar e café da manhã, diária casal: $PEN 320 ($BRL 424)
  • Garrafa de água, em Collapampa, unidade: $PEN 4 ($BRL 5)
  • Hospedagem (Segunda Noite), em Collapampa, quarto privado com 1 cama de casal, banheiro nojento compartilhado, chuveiro morno quase frio, jantar, e café da manhã, casal: $PEN 80 ($BRL 109)
  • Hospedagem Refugio Mery (Terceira Noite), em Lucmabama, quarto privado com 1 cama de casal, banheiro privado, chuveiro quente compartilhado, wi-fi na área externa, jantar e café da manhã, diária casal: $PEN 120 ($BRL 163)
  • Suco de Laranja, em Llactapata, unidade: $PEN 5 ($BRL 7)
  • Gatorade, na Hidreletrica, unidade: $PEN 6 ($BRL 8)
  • Hospedagem (Quarta Noite), em Pueblo Machupicchu, quarto duplo privado, banheiro privado, café da manhã, diária casal: $PEN 105 ($BRL 143)
  • Refeição, em Pueblo Machupicchu, prato individual com bebida: $PEN 63 ($BRL 83)
  • Táxi privado, de Hidrelétrica a Santa Teresa, por carro: $PEN 30 ($BRL 41)
  • Van coletiva, de Santa Teresa a Santa Maria, individual: $PEN 15 ($BRL 20)
  • Carro coletivo, de Santa Maria a Cusco, individual: $PEN 60 ($BRL 82)

Cotação comercial em 01/08/2023:
$USD 1,00 = $BRL 4,79= $PEN 3,64

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Relato

Fizemos a caminhada em 4 noites e 5 dias, como segue:

  1. Soraypampa → Laguna Humantay → Soraypampa
  2. Soraypampa → Collapampa
  3. Collapampa → Lucmabamba
  4. Lucmabamba → Águas Calientes/Pueblo Machupicchu
  5. Águas Calientes/Pueblo Machupicchu → Cusco

Dia 0: Cusco → Soraypampa

Às 7h50min estávamos em Cusco, em busca de uma van coletiva que nos levasse até nosso destino daquele dia. Infelizmente quando chegamos na central de vans às 8 horas, uma tinha acabado de ser completada. Então tivemos que aguardar encher a próxima van para sairmos.

Aguardamos até às 10h20min para que quase todos os assentos fossem ocupados, e então partimos. Tivemos azar. Nossa Van quebrou, e tivemos que esperar outra chegar para nos resgatarmos. Eram 11h40min quando começamos novamente a viagem.

A viagem seguiu por uma bonita estrada, e chegamos em Mollepata às 13h20min.

Assim que descemos em Mollepata, um motorista nos ofereceu para nos levar até Soraypampa, e aceitamos a oferta. No meio do caminho passamos por uma portaria, onde pagamos o ingresso para entrarmos na área, 20 soles por estrangeiro.

Inúmeras vans lotadas de turistas passaram por nós. O tour de 1 dia até a Laguna Humantay é muito procurado em Cusco.

Chegamos às 14h40min em Soraypampa. Segundo o motorista, é raro ele conseguir levar alguém até Soraypampa. A maioria dos turistas aparecem em Mollepata em tours. Antes de sairmos de Cusco, nesse mesmo dia, reservamos por WhatsApp o refúgio Nacho em Soraypampa. Na prática, para quem não se importa em dormir em um quarto coletivo, parece que há várias vagas disponíveis em Soraypampa.

Ficamos em um quarto com banheiro privativo, e chuveiro que deveria ser sempre quente, mas infelizmente descobri posteriormente que nem sempre a ducha seria agradável. Ficou 80 soles para cada um, incluindo café da manhã, jantar e um chá da tarde.

Tentamos ainda neste dia subirmos a Laguna Humantay, mas já eram 15 horas e o pôr do Sol aconteceria às 17h30min. Fizemos as contas e desistimos. Achamos melhor ficarmos duas noites no Refúgio Nacho, e irmos na Laguna no dia seguinte.

Achei meio desorganizado o refúgio, não deram nenhuma explicação para nós. Nos confundimos, e acabamos jantando em um restaurante que não pertencia ao refúgio. Acabamos desembolsando a mais 15 soles cada um para jantarmos no restaurante errado.

No dormitório tinha luz no quarto. No restaurante dava para acessar o wifi, e havia somente duas tomadas e duas saídas USB para carregar o celular de todos. Neste dia encontravam-se somente nós e mais 4 pessoas no Refugio Nacho.

Atrás do refúgio, o gigante Nevado Humantay dominava o cenário.

Soraypampa_Salkantay_Peru
Nevado Humantay atrás do Refugio Nacho

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Dia 1: Soraypampa → Laguna Humantay → Soraypampa

Distância
Altitude mínima
Altitude máxima
7 km
3830 metros
4250 metros

Passamos por:

  • Soraypampa (3830 msnm)
  • Laguna Humantay (4250 msnm)

O café da manhã seria servido das 5 às 6 horas. Pontualmente, às 5 horas, nós e os demais hóspedes estávamos no restaurante. Estava tudo apagado. E assim foi até quase 6 horas quando um peruano do outro grupo decidiu acordar o pessoal da hospedagem. Eles perderam a hora, e atrasaram seus hóspedes…

Tomamos o café da manhã, com café, ovos, panquecas, pão, manteiga e geleia. Às 6h40min, saímos para conhecer a Laguna Humantay. Eram cerca de 3,5 km até a Laguna. Passamos por várias outras hospedagens e campings. 

O primeiro trecho foi de 1,7 km, pela rua de rípio até uma intersecção. Em frente o caminho seguia para o Paso Salkantay, e à esquerda a trilha subia para a Laguna Humantay. Nesta intersecção há até um guarda-volumes, para quem quiser deixar uma mochila mais pesada. Quando passamos por ele, estava fechado. Era muito cedo, e não havia quase ninguém por lá.

Salkantay Trek_Soraypampa
outras hospedagens em Soraypampa

Seguimos pela esquerda em direção à Laguna Humantay. No total foram cerca de 430 metros de desnível para cima. Subimos tudo em 1h30min. E em todo o trajeto tivemos uma bela vista do Nevado de Humantay.

Deu para sentir um pouco o efeito da altitude na subida. A subida não tem sombras, mas a 4000 metros o clima é bem fresco e o Sol é bem-vindo. O Sol nos alcançou somente um pouco antes das 8 horas.

No começo da subida havia uma casinha que estava fechada. Quando estávamos indo embora da laguna, descobrimos que essa casinha era o ponto onde alguns turistas subiam no cavalo para irem à laguna.

Ao lado da laguna, lá em cima, havia outra casinha, que abriu somente quando os turistas chegaram, vendendo bebidas e snacks.

Salkantay Trek_Laguna Humantay
ponto de venda de snacks e bebida na Laguna Humantay

Chegamos na Laguna Humantay cedo, às 8h05min. Não havia ninguém. E era esse o nosso objetivo: conhecer a laguna antes da chegada dos day-hikers. Logo depois de nós, chegou mais uma brasileira. Ela saiu às 3 horas da manhã de Cusco e subiu até a laguna a cavalo.

A laguna é muito bonita, o Nevado Humantay é lindíssimo. Vale muito a pena conhecê-la.

Laguna Humantay_Peru_Cusco
Laguna Humantay

Demos uma volta arredores, e subimos um pequeno morro para termos outra visão da Laguna Humantay. Estávamos a 4350 msnm.

Laguna Humantay_Peru_Cusco_Salkantay Trek
Vista de outro ângulo da Laguna Humantay

A partir das 9 horas chegaram mais turistas, e às 11 horas o local estava em sua lotação máxima. Era difícil até de caminhar. Foi nesta hora que decidimos ir embora.

Descemos em 1 hora, pedindo licença para o pessoal que ainda estava subindo. A maioria subia a pé, mas também vimos cavalos deixando turistas próximos da subida final. No meio da descida tivemos uma boa visão de Soraypampa.

Soraypampa_Salkantay trek_Laguna Humantay
Soraypampa vista durante a descida da Laguna Humantay

Às 12h15min, chegamos no Refugio Rancho, e tudo estava muito movimentado. Aproveitei para tomar banho cedo, pois como queria lavar a cabeça, teria bastante tempo para o cabelo secar antes de anoitecer.

Me ferrei… Entrei no chuveiro com a água quentinha, me ensaboei toda, e bem na hora do enxágue, a água acabou. Nem água da torneira tinha. Não conseguia pedir socorro para ninguém. Acabei usando a água mineral que tinha no quarto. Ainda bem que a água geladíssima da torneira começou a sair, e então consegui acabar de me enxaguar com ela. Passei um frio danado. Nunca tremi tanto na vida.

Depois do delicioso banho, almoçamos. À tarde comecei a ter dor no estômago. Provavelmente eu estava sofrendo de mal de altitude. Fui deitar, e só saí da cama no dia seguinte.

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Dia 2: Soraypampa → Collapampa

Distância
Altitude mínima
Altitude máxima
22 km
2830 metros
4630 metros

Passamos por:

  • Soraypampa (3830 msnm)
  • Abra Salkantay (4630 msnm)
  • Wairaqmachai
  • Quebrada Humantay
  • Chaullay
  • Collapampa (2830 msnm)

Na noite anterior chegaram várias pessoas no Refugio Nacho, acho que a hospedagem estava em sua lotação máxima. Vi 3 guias com seus grupos por lá. Desta vez o café da manhã foi servido pontualmente.

Tomamos café às 5h30min, terminamos de arrumar nossas coisas, e saímos às 6h15min. Fomos caminhando até o Paso Salkantay, que aqui no Peru se chama de Abra Salkantay.

O comecinho da caminhada foi igual ao do dia anterior, com vista para a montanha Humantay. Vimos o primeiro raio de sol tocando a montanha.

Fomos até a intersecção à trilha da Laguna Humantay. Continuamos em um caminho veicular, e passamos por mais algumas hospedagens interessantes. Não sei afirmar se para aquelas hospedagens precisa de alguma reserva. Mas o ideal seria termos dormido na noite anterior em algumas delas, para ficarmos mais próximos da Abra Salkantay.

Em algum momento o caminho veicular some e é substituído por uma trilha. A vista do Nevado Humantay deu lugar ao Nevado Salkantay. Lindo igual.

nevado Salkantay_Peru
uma casinha e o nevado Salkantay

Havia várias pessoas neste dia fazendo o caminho.

Fomos subindo, e próximo do Paso havia uma vendinha e uma casa, onde era possível acampar pagando uma taxa. Eram 7h50min e estávamos a 4150 msnm. Acho que aquele local era o Salkantaypampa.

Salkantay_Peru
Salkantaypampa

Depois do Salkantaypampa a trilha se dividiu e ficou bem mais empinada. Pelo lado direito a trilha era mais curta e menos empinada. Pelo lado esquerdo é a trilha que os cavalos também fazem. Acabamos seguindo pela direita (leste), mas talvez tenhamos perdido um mirante nesta escolha… De qualquer modo, depois de alguns metros as duas trilhas se encontraram novamente.

Continuamos subindo, e mais próximo do Paso encontramos um excelente e amplo lugar para um camping selvagem a cerca de 4500 msnm. E para melhorar, naquele lado da montanha não estava ventando. O lugar se chama Suyrococha.

Salkantay_Peru
área de acampamento selvagem próximo de Suyrococcha

Chegamos no Paso/Abra Salkantay às 10 horas. Um lugar muito bonito, com a montanha Salkantay no nosso lado direito.

Abra Salkantay_Peru
panorâmica na Abra Salkantay

Tinha bastante gente no passo, a maioria com seus grupos guiados, tomando uma bebida quente e comendo um sanduíche. Também fizemos nosso lanche. Inclusive encontramos Thiago, um pernambucano muito simpático que tínhamos conhecido em um tour para Wakpukara.

O Paso Salkantay é o ponto mais alto da travessia, e fazia bastante frio. Vimos uma avalanche, e até nevou um pouco.

Abra Salkantay_Peru
Avalanche na Abra Salkantay

Vimos no MapsMe que havia uma laguna perto do Paso, e decidimos vê-la. Foi um erro. A laguna estava seca e o caminho era horrível, sem trilha, em cima de pedras irregulares. Foram 40 minutos de perda de energia, que nos fariam falta no final do dia.

Paso Salkantay_Peru
Laguna seca na Abra Salkantay

Voltamos para a trilha e vimos um pequeno lugar que daria para armar uma barraca, com um ponto de água próximo.

Começamos uma longa descida até a próxima hospedagem. Por volta do meio-dia às nuvens dominavam os picos das montanhas. Mais um motivo para acordar cedo, pois à tarde as nuvens sempre apareciam.

Paso Salkantay_Peru
descida após a Abra Salkantay

A vegetação foi mudando. Quando estávamos a cerca de 3900 msnm, em um lugar chamado Wayraqmachai, algumas moitas verdes começaram a aparecer.

Salkantay Trek_Peru
próximo de Wayraqmachai

E assim a cor verde foi aumentando conforme descíamos. Em Rayanpata, a 3388 msnm, o verde já dominava a paisagem.

Passamos pela quebrada Humantay e fomos seguindo ao lado do cânion de um rio. Conforme descíamos ficava mais quente, e os mosquitos começavam a incomodar. Em alguns trechos a trilha ficava bem estreita, e percorria ao lado de um penhasco.

Havia várias hospedagens e vendinhas durante a descida. Achei que, para quem estiver de barraca, há mais opções para dormir.

A maioria das hospedagens fica no povoado de Chaullay, onde chega um caminho veicular, e pode ser uma opção para sair da trilha.

Chaullay
chegando em Challhuay

Tínhamos lido que próximo de Chaullay havia outro povoado, o Collapampa, com uma excelente hospedagem. Assim fomos até Collapampa, caminhando mais uns 2 km ao lado do rio Apurimac, por um caminho veicular.

Chaullay_Salkantay trek_Peru
Vista de Chaullay, indo para Collapampa

Infelizmente a excelente hospedagem estava lotada. Acabamos ficando na hospedagem vizinha, La Florida. Foi horrível.

Collapampa_Salkantay_Peru
banheiro coletivo de La Florida

O banheiro era simplesmente nojento. No quarto não havia vidro na janela, somente um plástico. Pelo menos era barato, 40 soles para cada um, incluindo jantar e café da manhã. A comida era simples, mas gostosa.

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Dia 3: Collapampa → Lucmabamba

Distância
Altitude mínima
Altitude máxima
16 km
2060 metros
2830 metros

Passamos por:

  • Collapampa (2830 msnm)
  • Vale do rio Teresa
  • Lucmabamba (2060 msnm)

Tomamos café da manhã às 6h30, junto com mais 3 espanhóis que também estavam hospedados em La Florida.

Às 7h10min, continuamos a caminhada pelo caminho veicular por alguns metros, pegamos um pequeno desvio em trilha, até encontrarmos uma ponte.

rio Apumaric_Salkantay trek_Peru
ponte sobre rio Apumaric

A vista do rio Apurimac correndo embaixo da ponte era bem bonita. Naquele ponto o rio Apurimac deságua no rio Santa Teresa.

rio Apumaric_Peru_Salkantay
rio Apumaric

Um pouco antes da ponte há uma saída para a trilha. É possível seguir para a próxima hospedagem tanto pela trilha como pelo caminho veicular. A princípio ficamos um pouco na dúvida em qual seguir, mas acabamos optando pela trilha, o que acho que foi uma boa decisão.

No início da trilha atravessamos uma ponte sobre o rio Santa Teresa, e seguimos margeando este rio Santa Teresa até o final do dia.

Collapampa_Salkantay Trek
trilha após Collapampa

Seguimos na trilha com alguns trechos bem estreitos. Foram pequenos sobes e desces. Mas no geral, a caminhada foi plana.

Vale do rio Santa Teresa_Peru_Salkantay trek
trilha pelo vale do rio Santa Teresa

Cruzamos várias quebradas. Pelo que eu entendi, as quebradas são locais onde um riacho deságua no rio Santa Teresa. Alguns formavam uma queda d-água.

vale do rio Tereza_Salkantay Trek_Peru
uma das quedas d´águas que cruzamos no Vale do rio Santa Teresa

Passamos por plantações e vários lugares, onde era possível comer e acampar. Em um deles encontramos novamente o pernambucano Thiago. Foi a última vez que nos vimos, já que ele seguiria naquele mesmo dia para Águas Calientes, e nós seguiríamos para Lucmabamba.

Sempre que parávamos, os mosquitos aproveitavam para nos picar. Eu não levei repelente, mas na prática não me irritou muito.

Também vimos vários carrinhos que cruzavam o rio pendurados em um cabo. Os carrinhos conectam o caminho veicular aos campings no outro lado do rio.

Após a comunidade Loreta, onde estávamos ao meio-dia, a trilha deu lugar ao caminho veicular. Caminhamos cerca de 2,5 km após Loreta e chegamos em um vilarejo razoavelmente grande, Sahuayaco, onde algumas pessoas pegam uma Van e vão direto à hidrelétrica, para percorrerem a parte final do Salkantay.

Nós atravessamos a ponte na entrada de Sahuayaco e fomos para o outro lado do rio Santa Teresa.

Sahuayaco_Salkantay Trek_Peru
vista para Sahuayaco

Caminhamos mais uns 3 km após a ponte, em um caminho veicular, até Lucmabamba, um povoado aos pés de uma montanha, com várias plantações de café, e onde há um trecho do Caminho Inca. Subiríamos essa montanha no dia seguinte.

Em Lucmabamba ficamos em uma excelente hospedagem, o Refugio de Mery e Rosalio. Quando chegamos a Mery e sua sobrinha estavam dando uma geral na pousada. Lavando lençóis, toalhas, limpando os colchões. Dava para ver que era tudo realmente muito limpinho.

Lucmabamba_Salkantay_Peru
descansando no Refugio Mery

Ficamos em um quarto privado, com banheiro. O chuveiro era compartilhado no lado de fora, e a água era bem quentinha. Também tinha toalhas felpudas e branquinhas. Aproveitamos que era cedo e estava calor, para lavar nossas roupas, que apesar de uma fraca chuva que caiu, estavam todas secas no dia seguinte.

Comida caprichada também. Noite bem silenciosa, escutando somente o barulho da natureza.

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Dia 4: Lucmabamba → Águas Calientes/Pueblo Machupicchu

Distância
Altitude mínima
Altitude máxima
22 km
1780 metros
2810 metros

Passamos por:

  • Lucmabamba (2060 msnm)
  • Llactapata (2810 msnm)
  • Vale do rio Urubamba
  • Hidrelétrica (1800 msnm)
  • Águas Calientes/Pueblo Machupicchu (2100 msnm)

Pedimos o café para 6 horas, mas acabamos tomando o nosso café da manhã com 30 minutos de atraso. Pagamos a hospedagem e seguimos subindo a montanha. Começamos a caminhar às 7h10min.

Passamos rapidamente por plantações de café e milho.

A trilha estava muito bem demarcada. Conforme subíamos víamos mais paisagens entre as árvores. Atrás víamos uma montanha nevada. Alguns degraus de pedra ajudavam na subida.

Llactapata_Salkantay_Peru
subindo para Llactapata

Passamos por alguns campings. Como havia muitas árvores, o Sol não castigou muito, pois sempre tinha uma sombra para nos proteger.

Llactapata_Peru_Salkantay
passando por um bar durante a subida para Llactapata

No topo da montanha havia um camping maravilhoso. Um gramado verdinho, e uma vista linda para vários nevados, inclusive o Salkantay.

Llactapata_Peru_Salkantay
no topo da montanha

Com um binóculo daria para ver até o Machu Pichu. Muito legal. Neste camping mora uma família. Aproveitamos para tomar um suco de laranja e eu fui no banheiro. Pena que as nuvens começaram a tomar conta dos picos de montanhas às 10 horas. Por isso é bom começar a caminhar bem cedo.

Às 11 horas saímos desse camping, e começamos a descida. Passamos por um sítio Arqueológico chamado Llactapata.

Llactapata_Peru_Salkantay
Sítio Arqueológico Llactapata

Funcionários estavam trabalhando neste sítio. Parece que ainda estão escavando o local.

Llactapata_Peru_Salkantay trek
Sítio Arqueológico Llactapata

Descemos mais um pouco, e passamos pela Llactapata Lodge onde tivemos a melhor vista do Machupicchu.

Machu Picchu_Llactapata_Salkantay_Peru
Vista para Machu Picchu no Llactapata Lodge

 

Machu Picchu_Peru_Salkantay
zoom para Machu Picchu

Como todos os dias, cruzamos com alguns pontos de água. Mas na prática a gente já saía com a garrafa de água cheia na hospedagem, e comprava gatorade no caminho.

Depois de Llactapata Lodge, descemos direto, praticamente sem mais vistas. O terreno era razoavelmente inclinado, e começou a doer as pontas dos meus dedos do pé. Quando saímos da montanha, às 13h15min, caímos em um caminho veicular. O curioso é que subindo este caminho veicular, em direção à Ahobamba Alta, há um trajeto marcado no Maps.Me que contorna o Salkantay. Deve ser interessante. Mas não daria para conferir.

Descemos o caminho veicular até o rio. Cruzamos uma ponte pênsil, e entramos no setor Intiwatana do Santuario Histórico de Machu Pichu, e fomos caminhando ao lado do rio Ahobamba até ele desaguar no rio Urubamba.

Llactapata_machu Picchu_Salkantay_peru
passando pela ponte pênsil

Fomos acompanhando o rio Urubamba passando pela hidrelétrica. Lá havia um controle de acesso. Assinamos o livro e seguimos. Ao lado da hidréletrica havia uma estação de trem. Eram 14h15min, e havia muitas pessoas esperando o trem.

Machu Picchu_Peru_trem
iniciando a caminhada ao lado da linha de trem

Caminhamos cerca de 10 km ao lado da linha do trem e do rio Urubamba. No trajeto havia restaurantes, campings e mercadinhos.

trem_Machu Picchu_Peru_Salkantay
caminho ao lado da linha de trem

No caminho, dava para ver Machupicchu olhando para cima.

Machu Picchu_Peru_Salkantay
vista para Machu Picchu durante o caminho ao lado do trem

Foi um dia bem cansativo. Cheguei quase me arrastando em Águas Calientes às 17h10min, mais conhecido como Pueblo Machupicchu.

Pueblo Machu Picchu_Peru_Aguas Calientes
Pueblo Machu Picchu

Chegamos, procuramos uma hospedagem, fizemos check-in, e fomos ver se dava para irmos no sítio arqueológico Machu Picchu no dia seguinte, já que não tínhamos comprado o boleto com antecedência. Era sábado e havia ingresso disponível somente para terça. Como já conhecíamos Machu Picchu em viagens anteriores, desistimos de vê-lo.

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Dia 5: Águas Calientes/Pueblo Machupicchu → Cusco

Distância
Altitude mínima
Altitude máxima
11 km
1800 metros
2100 metros

Passamos por:

  • Águas Calientes/Pueblo Machupicchu (2100 msnm)
  • Vale do rio Urubamba
  • Hidrelétrica (1800 msnm)

Como achamos as passagens de trens um pouco caras, e não tínhamos pressa, fomos embora do modo mais barato e demorado. Já relatei nossa saída neste post, então não irei repetir novamente. É só clicar aqui para ler novamente como voltamos para Cusco.

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Outros caminhos

Considero a trilha Salkantay como um caminho, devido sua facilidade de hospedagem em todas as noites. Sendo assim, aproveito para compartilhar todos os caminhos com hospedagens que já fizemos com você:

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Outras fontes

Está fazendo uma pesquisa para sua viagem? Sempre é bom ler mais de um website. Deixo abaixo alguns links que encontrei essa travessia.

Compra de ingresso online para Machu Picchu
Perú Biking – Salkantay em bicicleta
GetOutsideCo – Salkantay por conta própria
Banano Meridiano – Alojamiento Salkantay Trek

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