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No verão de 2020 nós, Paula e Ramon, tivemos mais uma temporada na Patagônia, nosso lugar preferido do planeta. Foram 3 meses percorrendo desde El Calafate, na Argentina, até a Villa Cerro Castillo, no Chile.
No 34º dia de nossa viagem estávamos na Villa O’Higgins e fomos caminhar pelo belíssimo Cerro Altavista.
O Cerro Altavista fica ao lado do vilarejo e há uma trilha bem demarcada que percorre a lateral da montanha. É um caminho recheado de paisagens, com vista para o vale, montanhas, lagos e lagunas, que nos guia até a borda do Rio Negro. É possível explorar esta montanha em um bate-e-volta de 1 dia desde o vilarejo.
Villa O’Higgins é um pequeno vilarejo localizado no final da sublime Carretera Austral, com o mínimo de infraestrutura para atender moradores, turistas e viajantes. Está rodeada de belíssimas montanhas e lagos patagônios.
Você também pode ver a trilha no Cerro Altavista no YouTube.
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Resumo da caminhada
- País: Chile
- Província: Aysén
- Cidade: Villa O’Higgins
- Início e fim: Villa O’Higgins
- Distância: 22 km
- Duração: 1 dia
- Período: início de fevereiro de 2020
- Tracklog: Wikiloc
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Melhor época
Na minha opinião, a melhor época para caminhar pelas trilhas da Patagônia é entre janeiro a abril, quando não há neve e as temperaturas estão mais agradáveis. Em dezembro ainda há uma probabilidade de alguma trilha estar fechada, devido ao excesso de neve que sobrou da última nevasca. Em maio a temperatura cai bastante e a neve ressurge no cenário.
Vale observar que:
- Toda a região próxima do campo de gelo Sul da Patagônia, que é o caso da Villa O’Higgins, tem um clima imprevisível, caracterizado principalmente pelas fortíssimas rajadas de ventos no verão.
- Janeiro é quando tudo fica lotadíssimo. Se não gostar da multidão, tente evitar a região próximo a esse período.
Para você ter uma ideia, abaixo segue um histórico do clima durante o ano na Villa O’Higgins (fonte MSN).
Mês | Temperatura (ºC) | Precipitação máx. (mm) | Neve (dias) |
Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro |
7 a 14 7 a 14 7 a 13 5 a 11 4 a 8 2 a 6 1 a 6 2 a 6 3 a 7 4 a 9 6 a 12 7 a 13 |
143 125 146 156 155 141 127 140 123 127 144 161 |
0 0 0 1 2 4 4 4 4 2 0 0 |
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Como chegamos
Começamos nossa viagem pelo aeroporto de El Calafate, na Argentina. Depois de 7 dias por lá, partimos de ônibus para El Chaltén, saindo da rodoviária de El Calafate.
Ficamos 19 dias caminhando em El Chaltén, e então seguimos para a Villa O’Higgins pelo Cruce Internacional Glaciares, passando por estradas de rípio, lagos e trilha.
Na Villa O’Higgins ficamos acampados no aconchegante Hostal El Mosco.
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A trilha
Distância Tempo sem paradas Subida acumulada Descida acumulada Altitude máxima |
22 km 6h20min 1060 metros 1060 metros 630 metros |
O acesso à trilha fica na saída da Villa O’Higgins, em direção ao porto da Bahia Bahamondez, cruzando a ponte sob o rio Mayer.

Assim que cruzamos a ponte, vimos à direita um placa indicando a entrada da trilha. Só um detalhe: tivemos que pular uma cerca de madeira.
No começo a trilha segue margeando o rio Mosco, até que entramos em um curto bosque e começamos a subir. Toda a trilha é praticamente aberta, recheadas de paisagens.
Até o final do dia, passamos por quatro mirantes no caminho. Os mirantes são indicados por uma placa, mas nada mais são que uma indicação que devemos parar um pouco para contemplar a paisagem. Apesar de bem demarcada e visível, uma vez ou outra, foi necessário um pouco de atenção para não sairmos do caminho.
Mirador Glaciares Huemul e Mosco

Conforme subíamos, os mirantes começaram a aparecer. No primeiro mirante avistamos de longe à direita, os glaciares Huemul e Mosco. Abaixo começava a surgir a pequena Laguna El Loco.
Mirador Laguna El Loco

A subida continua até o mirante da Laguna El Loco. Esta laguna fica logo abaixo da encosta da montanha. O interessante foi observar a vegetação querendo crescer na lateral da laguna, como bolas surgindo na superfície.

A paisagem ao redor é de tirar o fôlego. O dia estava ótimo, com Sol e poucas nuvens. Aos poucos a Villa O’Higgins sumia de nossas vistas.
Mirador Laguna El Toro

Começa pequenos sobe-e-desces com muita paisagem no caminho, até o mirante da Laguna El Toro.

Confrontando a paisagem e o Maps.Me não consegui encontrar a tal Laguna El Toro. Mas vamos combinar que não fez a mínima diferença neste dia deslumbrante, né?
Mirador Lago Negro

Agora descendo mais que subindo, chegamos no mirante do Lago Negro. Vimos somente a pontinha do lago e lá embaixo também vimos um pedacinho do rio Negro correndo entre as árvores. Nesta altura, a Villa O’Higgins já fugira de nossos olhares, mas as montanhas nevadas marcaram presença por toda a trilha. Graças ao Sol radiante, calor, poucas nuvens e nenhum vento, tivemos um belíssimo dia. Raridade nesta região.

Continuamos mais alguns metros na trilha, e vimos que após o Rio Negro havia um curral que nos pareceu muito bem cuidado.

Faltava 1 km para o final, vimos o horário, a descida empinada até o rio Negro, imaginamos como seria a subida de retorno, e…. decidimos voltar para a vila desde aquele ponto.
Estávamos cansados. Antes de irmos para o Cerro Altavista, não contei aqui, perdemos umas três horas tentando encontrar a trilha para o vizinho Cerro Submarino. Nossas pernas estavam pedindo descanso naquela hora e decidimos atender o pedido delas.

Retornamos pela mesma trilha que viemos. E no dia seguinte continuamos a explorar a região. Fomos até o refúgio Puesto Rivera, localizado dentro do Parque Glaciar Mosco.
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Observações
- Chegamos na Villa O’Higgins por El Chaltén, e demoramos 5 dias no imprevisível Cruce Internacional Glaciares. O modo mais fácil de chegar na Villa O’Higgins é de ônibus partindo de Cochrane.
- A internet na Villa O’Higgins é muito fraca e rara. Há internet gratuita ao lado da biblioteca municipal.
- Cartão de crédito é aceito na vila, mas levar dinheiro físico é mais garantido.
- Não se esqueça da jaqueta impermeável e corta-vento. Villa O’Higgins fica próximo ao Campo de Gelo Sul da Patagônia, e o clima desta região é conhecido como imprevisível.
- Caso queira se aventurar nesse destino, te desejo boa sorte, ou bons ventos como estão dizendo por aí ultimamente. Lembrando que cada um tem que se auto-avaliar para entender se tem condições físicas, psicológicas e técnicas para se enfiar na natureza. O que é fácil e divertido para alguns, pode ser um grande desafio e chato para outros.
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Custos
Seguem alguns custos em pesos chilenos (CLP), dólares americanos (USD) e equivalentes em reais (BRL), conforme o câmbio e preço da época (fevereiro de 2020).
Gastos no Cruce Internacional Glaciares
- Cruce Internacional Glaciares, incluindo todos os transportes de El Chaltén a Villa O’Higgins, individual: $USD 120 ($BRL 480)
- Camping, em Candelario Mancilla, diária individual: $USD 5 ($BRL 20)
- Refeição, em Candelario Mancilla, individual: $USD 15 ($BRL 60)
- Café da Manhã, em Candelario Mancilla, individual: $USD 11 ($BRL 44)
- Quarto, em Candelario Mancilla, diária individual: $USD 15 ($BRL 60)
- Pão, em Candelario Mancilla, unidade: $USD 1 ($BRL 4)
Gastos na Villa O’Higgins
- Pão, unidade: $CLP 200 ($BRL 1)
- Empanada, unidade: $CLP 1500 ($BRL 8)
- Café, na cafeteria Nortweste, unidade: $CLP 3000 ($BRL 16)
- Mercado para Hostal, comida para cozinhar no Hostal, média diária individual: $CLP 9320 ($BRL 51)
- Mercado para trilha, comida para trilha, média diária individual: $CLP 7000 ($BRL 38)
- Camping El Mosco, diária individual: $CLP 7130 ($BRL 40)
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Dados sabáticos até aqui
5840 km trilhados 142 cidades 8 países 2 ano e 8 meses |
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