Argentina, Río Negro

JAKOB ao LAGO MASCARDI – etapas 24 e 25 da Huella Andina

Depois de nossa saideira do Parque Nacional Lanin, pelo cume do Cerro Malo, voltamos de ônibus até San Martín de los Andes e de lá fomos para Bariloche.

Há muitas trilhas para explorarmos na região de Bariloche. A escolhida da vez foi uma travessia de 48 km, passando por riacho Casa de Piedra, laguna Jakob, vale Casalata e lago Mascardi.

Esta travessia fica em um dos primeiros parques nacionais criados da Argentina, o gigante Parque Nacional Nahuel Huapi.

O Parque Nacional Nahuel Huapi está localizado a noroeste da Patagônia. Os 710.000 hectares que compõem seu território estão localizados nas províncias Neuquén e Río Negro, e em cidades como San Carlos de Bariloche, Dina Huapi, Villa Traful e Villa La Angostura.

Como chegamos

Passamos na Intendência do Parque Nacional Nahuel Huapi em Bariloche e nos orientaram que um ônibus coletivo n° 20, saía do centro e passava cerca de 5 km do Tambo de Baez, o início oficial da trilha.

Foi um pouco confuso, não sabíamos direito qual ponto deveríamos descer na ruta RP237, e acabamos descendo um pouco antes, no km 11. Depois descobrimos que o ideal é descer no n° 13400 da ruta 237, e seguir as orientações do MapsMe para chegar no Tambo de Baez.

Resumo do trekking

  • País: Argentina
  • Cidade: Bariloche
  • Início: arroyo Casa de Piedra
  • Fim: camping La Querencia, lago Mascardi
  • Distância total: 63 km (sendo 15 km de carona)
  • Duração: 4 dias
  • Subida acumulada: 2316 metros
  • Descida acumulada: 2307 metros
  • Altitude máxima: 1695 metros
  • Tracklog: Wikiloc
  • Período do trekking: final de janeiro de 2019
  • Dificuldade: Moderada

Roteiro

Fizemos o trekking em 3 noites e 4 dias, como segue:


Dia 1a: ruta RP 237 – arroyo Casa de Piedra

Total percorrido
Tempo sem paradas
Subida
Descida
Altitude máxima
Dificuldade
6,2 km
2h10min
292 metros
216 metros
931 metros
Leve Moderada

Segue a elevação do dia 1a.

Acordamos no Hotel Premier em Bariloche, arrumamos nossas mochilas e passamos no guarda-parque e mercado, antes de pegarmos o ônibus rumo ao nosso próximo trekking.

O ônibus nos deixou cerca do km 11 da estrada RP 237, ao meio-dia. Teríamos que caminhar mais 5 km para chegarmos no início da trilha. Consultando o MapsMe, vimos uma trilha que parecia um atalho. Mas foi um engano, ao invés de economizarmos tempo, tivemos a impressão de ter nos atrasado.

Quando conseguimos sair da trilha, chegamos em uma estrada de terra que leva até a Colonia Suiza. Caminhamos mais alguns quilômetros, até nos depararmos com uma ponte sob o riacho Casa de Piedra.

O começo oficial da Huella Andina fica um pouco mais à frente na estrada, no Tambo de Baez, mas optamos por entrar na trilha após esta ponte. Havia muitos argentinos aproveitando um dia ensolarado ao lado das águas azuis do riacho.

Também aproveitamos para comer, e até ganhamos um pão com mortadela de duas generosas argentinas. Me senti uma sem-teto para ganhar comida assim, mas o lanche estava uma delícia.

Passavam das 14 horas. Chegaríamos tarde em Jakob. Então decidimos acampar próximo de onde estávamos, para continuar com mais calma no dia seguinte.

Como este dia foi muito curto e praticamente na cidade, vou considerá-lo como a primeira etapa do dia 1.


Dia 1b: arroyo Casa de Piedra – laguna Jakob

Total percorrido
Tempo sem paradas
Subida
Descida
Altitude máxima
Dificuldade
14 km
5 horas
1064 metros
349 metros
1589 metros
Moderada Pesada

Segue a elevação do dia 1b.

Também passamos por:

  • etapa 24 da Huella Andina
  • arroyo Casa de Piedra
  • refúgio San Martín

Saímos de nosso camping selvagem e improvisado, nos distanciamos do riacho Casa de Piedra e fomos ao encontro da etapa 24 da Huella Andina.

No início da Huella Andina a trilha estava bem larga, quase que é possível passar um carro. A trilha segue em direção ao reencontro do riacho Casa de Piedra e fica um pouco mais estreita. Seguimos sempre próximos ao riacho.

Quase no meio do caminho, cruzamos o riacho pela primeira vez por uma ponte. Então o riacho fica ao nosso lado direito e seguimos até o fundo do vale. Até este momento a subida foi suave.

A trilha passa por um bosque com árvores bem altas, conhecidas como lengas, e depois começa uma subida bem empinada, conhecida como “los caracoles”. Faltavam cerca de 1,5 km para chegarmos ao refúgio. Cruzamos o riacho por uma ponte novamente, com uma bela queda d’água no lado esquerdo, e vista para o vale e penhascos no lado direito.

A subida até o refúgio termina com um pouco de escalaminhada.

O refúgio San Martín fica ao lado da laguna Jakob. Oferece pernoites em beliches, refeições e vende bebidas e biscoitos.

Acampamos próximos à lagoa no lado de fora do refúgio.

Se quiser assistir como foi a trilha, se inscreva em nosso canal do YouTube:


Dia 2: laguna Jakob – arroyo Casalata

Total percorrido
Tempo sem paradas
Subida
Descida
Altitude máxima
Dificuldade
6 km
3 horas
283 metros
498 metros
1695 metros
Moderada

Segue a elevação do dia 2.

Também passamos por:

  • etapa 25 da Huella Andina
  • laguna Témpanos
  • Paso Schweizer

Na área de acampamento seguimos a sinalização da Huella Andina, e subimos uma grande rocha que dá para o fundo da lagoa Jakob, no lado oposto ao refúgio.

Logo encaramos uma escalaminhada. De cima vimos toda a lagoa e o vale por onde viemos no dia anterior.

Bem próximo, chegamos na pequena laguna Témpanos.

Tiramos fotos e seguimos subindo até o Paso Schweizer, com uma bela paisagem do que já caminhamos e do que viria a seguir.

Após o paso descemos para o vale em uma descida pronunciada e escorregadia devido às pedras soltas. O riacho Casalata aparece ao lado direito, e será nossa companhia até o final do dia.

Continuamos caminhando alternando a caminhada entre pedras e bosque. A descida ficou menos pronunciada.

O bosque começa com árvores baixas e muito tortas. Os troncos estavam rentes ao chão. Conforme descíamos as árvores ficaram maiores.

Chegamos em um local, dentro do bosque, com uma boa área de acampamento selvagem, ao lado do riacho.

Aproveitamos e ficamos por lá nesta noite. Se quiser assistir como foi a trilha, se inscreva em nosso canal do YouTube:


Dia 3: arroyo Casalata – camping Los Rápidos

Total percorrido
Tempo sem paradas
Subida
Descida
Altitude máxima
Dificuldade
14 km + 15 km carona
5 horas
402 metros
938 metros
1350 metros
Moderada Pesada

Segue a elevação do dia 3.

Também passamos por:

  • etapa 25 da Huella Andina
  • rio Manso
  • lago Mascardi
  • Los Cesares

Continuamos caminhando no bosque com o riacho Casalata à nossa direita. Passamos por outro local de acampamento e cruzamos o riacho, tirando as botas para não molharem.

Caminhamos cerca de 2 km com muita lama e, cruzamos novamente o mesmo riacho. Subimos um morro, com muitos troncos no caminho e árvores caídas. O lamaçal continuava presente. Lá de cima já era possível avistar, por entre as árvores, o lago Mascardi.

Descemos, tivemos que cruzar novamente o riacho e seguimos rumo aos Los Cesares.

Chegamos no lago Mascardi para comer um lanche.

E logo depois, passamos por uma ponte pênsil sob o rio Manso e suas águas azuis claras.

Logo após a ponte há um local de camping selvagem, oficial do Parque Nacional Nahuel Huapi, cheio de excrementos de vacas e cavalos.

Seguimos até os Los Cesares, que fica ao lado da estrada, crentes que encontraríamos um camping pago. Chegando lá, não havia camping, somente casa de moradores.

Fomos obrigados a nos deslocarmos até o camping Los Rapidos, distantes 15 km de Los Cesares. Ainda bem que conseguimos rapidamente uma carona.

O camping Los Rapidos é muito bem estruturado, com provedoria e restaurante. Só faltou uma internet para a perfeição.

Se quiser assistir como foi a trilha, se inscreva em nosso canal do YouTube:


Dia 4: camping Los Rapidos – camping La Querencia

Total percorrido
Tempo sem paradas
Subida
Descida
Altitude máxima
Dificuldade
7,7 km
2 horas
275 metros
306 metros
856 metros
Leve

Segue a elevação do dia 4.

Também passamos por:

  • lago Mascardi

Bem próximo do camping Los Rapidos, fica o lago Los Moscos. Fomos conhecê-lo antes de seguir a caminhada.

Voltamos para a estrada e, seguimos contornando o lago Mascardi até o camping La Querencia.

Passamos uma noite por lá e no dia seguinte conseguimos carona até Bariloche, finalizando mais um trekking pela Patagônia Argentina.

Dicas

  • Comece a trilha o mais cedo possível, para evitar o forte Sol.
  • Se tiver, leve seu bastão de trekking.
  • Antes de dezembro e depois de maio, é importante passar no guarda parque para saber como estão as condições da trilha, principalmente sobre a neve.
  • A melhor época é de janeiro à abril, quando o verão derreteu o excesso da neve, tornando a caminhada mais agradável. Vale observar, que janeiro é altíssima temporada e Bariloche estará lotada e cara. Em abril, haverá a oportunidade de apreciar as cores do outono chegando, mas será um mês mais frio para se banhar nos lagos e rios.
  • É obrigatório o registro para fazer as trilhas no Parque Nacional Nahuel Huapi, apesar de não percebemos nenhum controle e fiscalização. O registro é fácil e rápido, e pode ser feito online, no site do próprio parque.

Custos

Até este momento gastamos uma média individual de R$ 86 por dia, em nossa Exploração Argentina 18/19.

Seguem alguns custos em pesos argentinos (ARS) e equivalentes em reais (BRL), conforme o câmbio que fizemos.

  • Camping Los Rapidos, diária individual: $ARS 370 ($BRL 40)
  • Refeição, milanesa com fritas, no camping Los Rápidos, individual: $ARS 400 ($BRL 43)
  • Camping La Querencia, diária individual: $ARS 400 ($BRL 43)
  • Hotel Premier, em Bariloche, diária casal: $ARS 1450 ($BRL 155 )

Cotação comercial em 8/1/2019:
$USD 1,00 = $BRL 3,72 = $ARS 37,29

Dados sabáticos

2304 km trilhados
60 cidades
4 países
1 ano e 7 meses

Quer mais?

Nós, Paula Yamamura e Ramon Quevedo, estamos curtindo uma vida sabática desde 2017, focando no que mais gostamos de fazer: viajar trilhando.

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