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Chillán fica na região de Bío Bío, a 400 km ao Sul de Santiago do Chile e é a capital da província de Ñuble. É muito conhecida pelo ski e balneários com piscinas termais de seus hotéis e centros turísticos. Porém, apesar de levar a fama, o complexo Termas de Chillán fica na comuna de Pinto, a 80 km de Chillán.
Um pouco distante dos hotéis, fica o Valle Aguas Calientes, onde é possível apreciar a temperatura morna da água direto do rio e de suas quedas d’águas.
Resumo da caminhada
- País: Chile
- Cidades próximas: Santiago (480 km), Chillán (80 km)
- Início: Resort Termas de Chillán
- Fim: Valle Hermoso
- Distância: 18,7 km
- Duração: 3 dias
- Pontos de água: somente no rio e derretendo neve.
- Subida acumulada: 1344 metros
- Descida acumulada: 1399 metros
- Altitude máxima: 2410 metros
- Mapa da trilha: Wikiloc
- Previsão do tempo: Windguru
- Período: meados de outubro de 2017
- Sinal celular: durante a trilha havia sinal até o último topo. Depois que descer para o Valle, não há mais sinal.
- Dificuldade: Moderada. Não recomendada para iniciantes e é necessário muito bom condicionamento físico e experiencia em montanhismo.
Como chegamos
De nossa última parada, em Talca, a viagem de ônibus até Chillán, levou 2 horas. É possível ir direto de Santiago também.
No terminal de ônibus em Chillán sai diariamente ônibus para as Termas. Um de manhã e outro, depois do almoço.
Passamos uma noite em Chillán, no Hostal Terbuchi, de nível mediano. O principal defeito era a janela do quarto, que não tinha. A única janela era do banheiro. Melhor dormir na barraca…
Sobrevivemos essa noite e pegamos o ônibus da manhã, às 7h50min, e depois de 2 horas chegamos no ponto final: Resort Termas de Chillán.

Roteiro
No total foram 2 noites acampando, no Valle Aguas Calientes.
dia 1: chegando no Valle Aguas Calientes
Resumo dia 1 | |
Total percorrido Tempo Subida Descida Altitude máxima Dificuldade |
6,2 km 5h30min 854 metros 370 metros 2395 metros Moderada |
Saímos do Resort Termas de Chillán, onde o ônibus nos deixou e subimos 15 minutos pela estrada até chegar no início da trilha, que fica antes de chegar no último hotel.
Foi uma subida dura. Em outubro ainda havia muita neve. Na maior parte, a neve estava razoavelmente firme para caminhar, mas sempre tinha uma pisada que afundávamos até a cintura. Para o Ramon foram várias pisadas até o joelho, que o deixou bem cansado. O ideal seria andar com ski ou com raquetas.
Vimos alguns chilenos com ski no caminho e muitos saindo do vale. Era domingo e eles estavam voltando para a cidade. Segunda-feira os aguardava com muito trabalho e estudo.
Com 1h00 de caminhada, passamos por um ponto de captação de água quente, para a piscina confortável do hotel logo abaixo. Quem não quiser ou não tiver fôlego para chegar no rio, pode aproveitar as águas termais direto da piscina do hotel.

Após a subida, descemos mais um pouco e subimos novamente até já ser possível avistar o vale. Mais um pouco de pernada para baixo e paramos no primeiro lugar plano que encontramos para acampar.
Após 5h30min de caminhada, montamos a barraca com o rio com água quente ao lado, junto com algumas quedas d’água.

dia 2: caminhando no valle Aguas Calientes
Resumo dia 2 | |
Total percorrido Tempo Subida Descida Altitude máxima Dificuldade |
5,7 km 2h30min 104 metros 104 metros 2143 metros Moderada |
Ficamos ‘hospedados’ no mesmo lugar e fomos conhecer um pouco mais o fundo do vale.
O dia estava claro, sem nuvens, porém com um vento de cortar a alma. Achei que com a caminhada, meu corpo iria aquecer e fui somente com uma camiseta e uma jaqueta corta-vento. Subestimei a natureza e me dei mal. Passei frio todo o percurso e para ajudar a caminhada foi 100% na neve. Depois de 1 hora meus pés começaram a sentir o frio também. ❄

Foram 1h15min até chegar no final do vale, onde há uma pequena queda d’água termal. Paramos, e coloquei meus pés para aquecerem na água quente. Meu pé estava tão frio que doía com a diferença de temperatura da água. Mas depois de um tempo, meus pés ficaram super quentinhos. Delícia. 👣

Paramos de brigar com o vento e fomos embora para nossa ‘casa’. Mais 1h15min para retornar, com vento frio na cara.
Depois desta caminhada concluímos que acampamos em um lugar top. Solo plano, ao lado do rio e com duas pequenas quedas d’águas. 😀 Não vimos outro lugar assim no caminho.
Minha cota de sofrimento do dia já tinha sido superada e só queria ficar quietinha. Agora me arrependo, pois não tive coragem de encarar o vento frio e entrar no rio.

Ramon entrou e se deliciou. Filmei ele e voltei para barraca. Estava ventando tão forte que um spec da porta da barraca tinha voado. E lá fui eu arrumar o spec e fazer uma parede de pedras para proteger melhor a barraca. Alguns se divertindo na cachoeira, outros trabalhando em casa 😉. Mas não posso reclamar, pois quem leva a casa nas costas, literalmente, é o Ramon.

Durante a noite, acho que o vento foi dormir e nos deu uma trégua. 🙏
dia 3: saindo do Valle Aguas Calientes
Resumo dia 3 | |
Total percorrido Tempo Subida Descida Altitude máxima Dificuldade |
6,8 km 3h45min 386 metros 925 metros 2410 metros Moderada |
Queríamos ir até o cume do vulcão, mas quando acordamos, a neblina e o vento frio, que acordaram conosco, dominavam o cenário. Desistimos e fomos embora do vale.
Até que para ir embora foi mais fácil. A primeira subida fizemos em 1h30min. A neve estava mais firme, e ainda seguimos algumas pegadas que pareciam degraus de uma escada.
Chegando no topo, havia sinal de celular e vimos que a previsão do tempo indicava chuva para o dia seguinte. Então era melhor ir embora mesmo. O vento castigava muito.

Depois da primeira subida, descemos mais um pouco, subimos novamente e depois de 2h40min já era possível avistar o hotel lá embaixo. Faltava agora a última descida.

Neste momento aceleramos um pouco o ritmo. Colocamos a calça impermeável e descemos um trecho de esquibunda. Uhuuuu….
Quando a neve acumulada estava mais baixa e os topos das árvores começaram a aparecer, paramos o esquibunda e voltamos a caminhar.
O final da trilha estava bem escorregadio, com neve pisada e lama. Não saímos impunes e caímos algumas vezes.
Foram 3h30min até chegarmos no final da trilha e mais 15 minutos caminhando na estrada para chegar no ponto de ônibus.

Chegamos a ficar na dúvida se o ônibus iria aparecer. Somente nós dois estávamos no ponto. E alguns chilenos passaram por lá e falaram que o ônibus não viria pois não tinha demanda durante a semana. 😦
Esperamos até 16h30, que seria a hora que ele apareceria e nada. O plano B era pegar o ônibus a 10 km de onde estávamos. Tratamos de sair caminhando.
Depois de 25 minutos andando na estrada, o ônibus apareceu na frente do centro turístico Valle Hermoso.🙏
E voltamos para Chillán. Não tínhamos reservado nenhum hostal e fomos procurar na hora mesmo. Encontramos o Hostal Marbella, que era um pouco melhor que o outro que ficamos, mas ainda deixava muito a desejar. Nem tinha luz na cozinha.
Tudo bem. Afinal de contas, no dia seguinte partiríamos para o próximo destino.
Custos
Custos em pesos chilenos para 1 pessoa.
- Ônibus Chillán a Termas, total ida e volta: $ 6000,00
- Hostal Marbella, diária casal: $ 20000,00
- Hostal Terbuchi, diária casal: $ 16000,00
Cotação em 18/10/2017:
US$ 1,00 = R$ 3,17 = $ chilenos 626,32
Dicas
- Importante levar água para a trilha. Pelo menos em outubro só havia neve durante o percurso.
- Os chilenos nos falaram que bebem a água do rio. Achei o sabor bem estranho. Na dúvida, cavamos bem fundo para coletar uma neve limpa, derretemos e filtramos antes de beber.
- Para economizar gás, usamos o calor da água do rio para derreter a neve.
- Para não sentir frio após sair do rio quente, fique pelo menos 30 minutos.
Dados sabáticos
427 km trilhados
4 meses
15 cidades
2 países
Quer mais?
Veja as outras trilhas que fizemos em Chile:
Santiago
Há duas outras opções de trekking muito bonitas: Travessia Altas Cumbres, onde se tem uma vista da cidade de Santiago por quase todo o percurso; e parque Yerba Loca, com várias trilhas e ótimo camping estruturado.
Região de Maule
Dois parques bem próximos e com ótimo camping da Conaf: Parque Nacional Radal Siete Tazas e Reserva Nacional Altos de Lircay.
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