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O parque Yerba Loca está localizado bem perto da cidade de Santiago. Sua entrada fica na mesma estrada que leva aos centros de skis Farellones, Colorado, La Parva e Valle Nevado. Aliás, tanto o parque como os centros de skis pertencem ao Santuario de la Naturaleza Yerba Loca.
É a segunda vez que fomos para este parque com o objetivo de chegar no glaciar La Paloma.

Na primeira vez não conseguimos. Era julho, pleno inverno, e a partir de um trecho, a trilha estava mal definida, totalmente coberta pela neve. Para agravar a situação, o rio estava congelado e ficamos receosos de ao tentar passar o rio o gelo quebrar. Voltamos.
Vamos tentar alcançar o glaciar novamente, em setembro de 2017.
Como chegamos
Saímos do centro de Santiago e pegamos o ônibus 409 até a Plaza San Enrique. Na plaza há um ponto de táxi. Ônibus não sobe a estrada que vai para o parque Yerba Loca. Não tem jeito, táxi é obrigatório.
Roteiro
Ficamos 5 dias no parque, todos eles acampados no camping oficial.
dia 1: Camping
Na portaria é obrigatório se registrar e pagar a entrada. Fomos recebidos por uma guardaparque, que nos avisou que a trilha que leva para o glaciar La Paloma estava com 40 cm de neve fofa. Já me desanimei.
Como chegamos tarde no Parque, decidimos por um dia light. Andamos 4,5 km na estrada de terra e depois de 1h15min já estávamos no camping. Quem estiver de carro chega mais rápido. 😉
O camping é bem organizado, com lugares demarcados e bom gramado para montar as barracas. Há banheiros, chuveiro com água congelante ⛄, mesas, pias e até churrasqueira.

Ao lado do camping passa o rio Yerba Loca. Esse rio tem uma concentração muito alta de ferro e seu consumo não é aconselhável. Mas o camping oferece água potável nas torneiras.

Quando fomos dois anos atrás, em julho, havia somente nós no camping. Desta vez, em setembro, encontramos muitos chilenos com amigos, família e criancas. Ou acampando, levando tudo o que puderam dentro do carro, ou mesmo fazendo um pic-nic.
dia 2: cerro Manchón
Antes de tentar o glaciar La Paloma, fomos fazer um bate-e-volta ao cerro Manchón no segundo dia. Queríamos chegar no cume.
Saímos tarde do camping, às 11h00. O início da caminhada foi tranquila, em uma trilha de terra. Até que chega a neve. Começamos a subir na neve e afundar ao mesmo tempo. Chegamos a afundar até um pouco acima da cintura. Imagina você com neve até a cintura e, sei lá como, tem que dar um passo à frente.
De algum jeito, depois de 3 horas, subimos até um ponto onde não havia neve, tiramos as botas, que estavam começando a molhar. Olhamos para cima, para o relógio, um para ou outro, e desistimos de tentar o cume do cerro Manchón e também do glaciar La Paloma. Impossível vencer a mãe natureza sem equipamentos adequados.

Achando que o pior já havia passado, afinal de contas, era só descer, começamos nosso retorno. Falando de esforço físico e tempo foi bem mais fácil e rápido, foi 1 hora de descida. Mas o que entrou de neve na minha bota, não foi brincadeira. Neve mais calor do pé, imagina o estado. Não via a hora de sair daquela neve. Meus pés estavam encharcados no frio cortante. 😯
Enfim terra à vista. Pés encharcados mas começando a esquentar. Ufa. Ao chegar no camping, foi possível ver o quão longe estávamos do cume. Ainda bem que desistimos.
No camping foi merecido um banho quente. De manhã, antes de sairmos para a trilha, deixamos duas bolsas com água no Sol. E não é que, a água estava morna quando chegamos? ☺
dia 3: refúgio Alemão
Em 1938 esquiadores pioneiros alemães construíram um refúgio no alto de uma montanha, onde fica atualmente o parque Yerba Loca. Esse refúgio foi muito usado nos primeiros anos, mas com o aquecimento global percebeu-se que o local não era o melhor para a prática de ski e foi abandonado.
Como cancelamos nossa ida ao glaciar La Paloma, fomos conhecer o refúgio alemão. É uma trilha de 9 km fácil, com altitude máxima de 2489 metros. Só cansa ‘um pouco’ por conta da subida. Foram 2h15 para subir e 1h15 para descer.

O refúgio é uma casa abandonada e não é muito interessante. Mas a vista é privilegiada. É possível ver as demais montanhas do parque, inclusive o cerro Manchón que fomos no dia anterior, a estrada que leva aos centros de ski e Farellones.
dia 4: cerro del Medio
Subimos até o cume do cerro del Medio em 5h30min, sendo 2h50min somente a subida. É uma caminhada bem chata, principalmente porque não tem uma trilha. Não dá para se perder, pois é só subir e logo é possível avistar o cume.
Mas é bem chato. Muito chato. Tem muita pedra solta que escorrega durante todo o trajeto. Então a vista que mais se vê na caminhada é o chão.

A vista do cume é mais legal que no refúgio do Alemão. Além de Farellones, é possível ver La Parva, Colorado e o próprio refugio.

E para voltar a mesma chatice da ida.
dia 5: volta
No total foram 31 km percorridos no parque.

Para voltarmos a Santiago, caminhamos até a portaria do parque e esperamos por um milagre.
Depois de 30 minutos, um milagre apareceu em forma de táxi, que nos cobrou mais barato que o táxi da ida, e nos deixou no Sport Mall (perto da plaza San Enrique).
Melhor que isso, só se fosse de graça.
Custos
Custos em pesos chilenos para 2 pessoas.
- Táxi ida: $ 16.000,00
- Entrada do parque: $ 6.000,00
- Táxi volta: $ 7.000,00
Cotação em 25/09/2017:
US$ 1,00 = R$ 3,11 = $ chilenos 625,00
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